Sinopse do filme: Anna Karenina
Por: Caroline Oliveira Lopes • 5/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.608 Palavras (7 Páginas) • 239 Visualizações
Anna Karenina
Sinopse do filme
Rússia do séc. XIX, Anna Karenina é casada com Alexei Karenin, um rico funcionário do govervo, tendo o casal um filho. Anna se vê no meio da ruína do casamento de seu irmão, já que a esposa do mesmo descobre uma traição, com isso Karenina decide por uma longa viagem de trem para remediar a situação e auxiliar na reconciação do casal.
Ao encontrar seu irmão, Anna também conhece Conde Vronsky, e em seu primeiro contato já demonstram interesse um no outro, e durante toda a estadia na casa de seu irmão a aproximação acontece de forma implicita até o momento em que já não se pode esconder a relação que surgiu entre os dois.
Decide voltar para casa, abandonar o que poderia ser sua ruína, porém Vronsky levado pelo sentimento, à segue até sua casa e se declara a respeito de seu sentimento.
A vida dupla de Anna, que a divide entre seu marido e o Conde, gera boatos em toda a sociedade aristocrata e logo seu marido passa a questioná-la a respeito, por fim já não pode mais se esconder, devido a intensa relação com o Conde, Karenina engravida e revela a verdade para Karenin.
Em uma atitude autoritaria, Karenin proibe Anna de ver Vronsky visando por um ponto final no caso e evitando um escandalo que poderia prejudicar seu status e sua função no governo.
Grávida e sem seu amor, Anna se desequilibra emocionalmente, pede pelo Conde e Alexi descobre, tomando por atitude a saída de casa e a promessa de ruína pelo divorsio, mas Anna padece durante o parto, todas pensam que morrerá, e Karenin a perdoa, pede ao Conde que vá embora e seria tudo perdoado.
Anna sucumbe a vontade de estar para sempre com o Conde, vai embora com ele mesmo sabendo que não poderia mais ver seu filho com Alexei, vira chacota entre a sociedade, o divórcio traria grande desonra e vergonha, apesar de ainda não o ter.
Sem a assinatura oficial da separação e sem poder ver seu filho com Karenin, Karenina se vê afogada em um triste vazio, uma loucura que a faz ver infidelidade em todas as ações do Conde, que não a deixa dormir e que a torna depende de morfina, pois dopada ela conseguia adormecer.
Nesse turbilhão de emoções e sentimentos que faziam crescer seu vazio, Anna se suicida, nem Alexei e nem Vronsky, a morte era melhor do que viver as margens de um vazio que nunca era preenchido, nem pelo homem rico e socialmente estavel e nem pelo garboso e jovem Conde.
A Rússia Czarista de Anna Karenina
Define-se a Rússia em seu período Czarista como um Império regido pelo Czar (imperador) fortemente apoiado pela nobreza russa, possuindo poder absoluto e tendo o objetivo do aumento do império, com seus territórios predominantemente ocupados por camponeses e agricultores, já que sua economia era principalmente agrícola, camponeses esses que com a industrialização incentivada pelo capital estrangeiro sofria com grandes problemas relacionados à subsistência.
Em relação às características do governo czarista devem ser evidenciadas as proximidades ao absolutismo e a não distinção entre estado e o Czar, portando a sociedade em um todo sofria com altos impostos, ausência de liberdades e esmagamentos das classes sociais, além de que os cidadãos estavam à mercê de um sistema agrícola obsoleto com características do sistema feudal.
Próximo a 1880 o sistema russo czarista já encontra grande resistência gerada pelo esfacelamento das classes por intermédio do regime altamente totalitário, dando início a um período com incidência de grandes greves e lutas por direitos básicos, gerando então a criação do Partido Operário Social-Democrata Russo, tendo em mente o ideal de que o czarismo atrasava o país.
Com a evidência de movimentos como os dos bolcheviques, que demostravam grande força de luta e voz ativa e a derrota da Rússia para o Japão em guerra, enfraquecem ainda mais o governo do Czar e resultam em uma onda maior de revoltas, reprimidas então violentamente pelo Império e matando enorme quantidade de cidadãos em episódios como o conhecido Domingo Sangrento.
Apesar da alta opressão, a população se organizou em conselhos para reivindicar com ainda mais força e união à queda do Império Czarista e a conquista de seus direitos, surgindo então os sovietes e levando a queda de Nicolau II em 1917, dando fim a monarquia e ao czarismo, integrando um governo provisório que pouco modificou a situação das massas, levando a Rússia à outra revolução no mesmo ano que findou na instituição do socialismo, findando no atendimento das solicitações da revolução e melhor atendendo aos pobres.
Análise do filme
Anna Karenina retrata em todo desenrolar da trama uma grande quatidade de temas como casamento, sociedade e o contraponto entre a vida no campo e nas cidades mas focando principalmente na família e no adultério, por meio desse recorte é possivel observar os costumes de uma sociedade inserida no contexto do século XIX.
A gravação da grande maioria das cenas ocorre dentro de um teatro, tornando o filme uma grande representação de um espetaculo teatral, dirigido por Joe Wright, que também esteve a frente de Orgulho e Preonceito (2005) e Desejo e Reparação (2007), segue então o estilo clássico do diretor de adaptação de grandes obras literárias para as telas dos cinemas.
Ressaltasse que Anna Karenina, considerado um drama/romance, originalmente foi escrito por Liev Tolstói, autor russo, e lançado em 1877 portanto retratando o período em que foi criado, explicitando o panorama russo de viver.
O lançamento do livro ocorre em 1877, derivando então filmes em 1915, 1935, 1948, 1985, 1997, 2012 e 2013, sendo a obra análisada a produzida em 2012.
O romance por intermédio das relações familiares insere um interpretação que pouco revela da socidade russa a respeito de situações que estejam alheias a seus núcleos familiares, por essa questão a visão do diretor se resume realmente a de um diretor de cinema, a visão históriografica daria conta de uma maior contextualização, e apesar de abordar os temas centrais como família e adultério, procuraria em certos momentos, desfocar e focar na contextualização histórica do período, como as transformações que naquele tempo estavam ocorrendo. A obra literária implicitamente se mostra motivada pelas reforma liberais, a Reforma Emancipadora de 1861, assim como as reformas legais e militares, também e em grande escala pela ascenção das novas elites em contraponto com as elites aristocratas, a questão feminina quanto a membro da sociedade, mas na transposição da obra para as telas esses temas passam a estar ainda mais implicitos, portanto o diretor não dá conta da função histórica efetivamente, representa questões que sob uma análise bem apurada se revelam influenciadoras históricas, mas somente porque se relacionam com o recorte do tema central da adaptação, não sendo tratadas diretamente.
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