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Uma Nova Lusitânia

Por:   •  24/6/2017  •  Resenha  •  793 Palavras (4 Páginas)  •  506 Visualizações

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MELLO, Evaldo Cabral de. Um imenso Portugal: história e historiografia. Editora 34. São Paulo, 1 ed., 2002. pág

O autor inicia o texto com prerrogativa inquietante “o Brasil foi criado para reproduzir Portugal”. Isso era algo comum na época, às colônias tentarem copiar as metrópoles, salvo exceção, a Nova Inglaterra, por estrita motivação religiosa. Mello deixa claro que a ambição de prolongar o Velho Mundo no Novo Mundo criou-se a prática de designar as regiões conquistadas o nome da região ou país dos fundadores. Foi o que ocorreu com a capitania de Pernambuco quando D. João III a doou a Duarte Coelho, recebendo o nome de Nova Lusitânia.

        O autor deixa claro que o nome não vingou, tendo em vista que a designação em tupi era comumente mais popular entre os habitantes.  Mesmo após a sua morte, embora a viúva tentasse manter viva a designação “Nova Lusitânia”, a correspondência oficial consagrou o costume. Só excepcionalmente Nova Lusitânia foi empregado para toda a América portuguesa na sua história da guerra holandesa. Na Europa, seguiu-se naturalmente o uso que se impusera na terra. A correspondência dos cônsules venezianos em Lisboa menciona a “terra di Pernambuci”; e o relato da expedição de James Lancaster refere-se sempre a “Fernambuck”.

        Mello informa no texto o gosto de Duarte Coelho tinha por humanidades e ao iniciar-se a colonização do Brasil, Lusitania e lusitani já eram vocábulos que circulavam nas obras de autores portugueses e mesmo estrangeiros. Segundo ele, esse elemento serviu para reforçar uma das explicações para o nome de Olinda, que não tem nada haver com a história popular de que um dos criados de Duarte Coelho teria exclamado: Oh linda! Para Mello a palavra Olinda adviria de alguma casa, quinta ou burgo ou de um personagem feminino do Amadis de Gaula, novela de cavalaria então na moda.

        Apesar de sofrer pressão da Coroa visando à busca de metais preciosos e sua oposição ao corte de pau-brasil, atividades eminentemente dispersivas do esforço colonizador, Duarte Coelho mantinha a idéia de estabelecer uma colônia baseada na produção de açúcar, do qual ele já tinha conhecimento quando servira como capitão-mor e tinha visitado a ilha da Madeira. E embora tenha solicitado licença regia para importar escravos da Guiné, também estava em seus planos valer-se de mão de obra servil, como ocorria na Ilha da Madeira.

        O autor deixa claro que quando Duarte Coelho faleceu sua capitania era apenas uma “ilha” onde se situavam cinco fábricas de açúcar. A expansão territorial foi obra de seus filhos e de seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque. Segundo o texto, o caso pernambucano permite observar a liquidação do modelo madeirense pela continentalização, que tornava disponíveis terras mais planturosas, viabilizando o recurso maciço à mão de obra servil, indígena e africana, e encorajando a monocultura. Foi essa mudança por que passou a Nova Lusitânia entre o falecimento de Duarte Coelho e o final de Quinhentos.

        O autor enfatiza que o engenho de açúcar constituiu inicialmente a prolongação da loja, do comércio e da vida urbana. As primeiras fábricas foram edificadas nos arredores de Olinda, como o engenho do Salvador do Mundo, levantado por Duarte Coelho, e o de Nossa Senhora da Ajuda, erguido pelo seu cunhado. É feita uma comparação entre o Pernambuco pós-duartino e a ilha de Barbados, segundo o qual o domínio da grande lavoura ocorrido nessa ilha não atingiu a capitania de Pernambuco devido ao contrapeso oferecido pela continentalidade, isto é, pela relativa elasticidade da oferta de terras e pela presença de população nativa, condições inexistentes em Barbados.

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