Êxodo

Êxodo: O que realmente aconteceu há 3mil anos? Segundo os historiadores o que aconteceu foi uma mudança no clima que gerou uma seca de proporções bíblicas, bagunçou a história da humanidade e marcou o início daquilo que chamam de “Primeira Idade Média”.

Essa primeira Idade Média foi justamente uma época de pujança, um tempo em que o início do comércio marítimo e a invenção da escrita engatilharam a primeira “globalização” da história. Era uma globalização restrita às poucas áreas civilizadas que o mundo tinha na época. Na região da Mesopotâmia, onde hoje fica o sul do Iraque. No meio do Egito, Canaã, a terá que, segundo a Bíblia, Deus tinha prometido dar aos descendentes de Abraão, o homem que daria origem aos israelitas.

No entanto, a história real por trás do Êxodo é bem diferente da que está na Bíblia, na época “todos os israelitas” eram só um grupo de pouco mais de cem pessoas, tudo ia bem, até que um faraó xenófobo decide acabar com a imigração e transformar todos os israelitas em escravos, que durante 400 anos viveram debaixo de chicote, até que Moisés, um desses descendentes, liberta os israelitas, e leva todos de volta para a velha Canaã. Porém, ao contrário do que diz a Bíblia, os israelitas nunca foram escravos no Egito, apenas uma pequena parte deles.

O oriente médio de 3200 anos atrás era habitado por civilizações que formavam o quarteto de ferro da Idade do Bronze. E fizeram dessa época uma era de ouro da economia mundial, isso começou a 3000 a.C., com a invenção do bronze. Até então o cobre era utilizado na fabricação de armas, porém de baixa qualidade. Até que alguns iluminados, perceberam que se colocasse outro metal para derreter junto com o cobre ele ficava muito mais resistente. Esse metal era o estanho. Cobre + Estanho = Bronze, e graças ao bronze passaram a produzir espadas, mais afiadas e resistentes.

Mas como tudo tem seus contras: Para cada 25 toneladas de cobre no mundo, existe só uma de estanho! O Egito e a Babilônia, não tinham minas de estanho e dependiam do comércio internacional para fabricar suas armas de bronze, artigo mais importante que a própria comida.

Repentinamente, todas as potências da Idade do Bronze entraram em decadência. Governos caíram, o comércio cessou e populações inteiras começaram a morrer de fome. Bárbaros invasores, invadiam as fronteiras dos grandes impérios e destruíam o que ainda existia. Esse colapso global na época, tem uma explicação: Houve uma mudança climática profunda, que gerou anos seguidos de seca, devido a um resfriamento súbito das águas do Mediterrâneo, limitando o fluxo de umidade da atmosfera e reduzindo a quantidade de chuvas.

Os israelitas por sua vez, plantaram hortas, levantaram casas, formaram vilas e quando a secura acabou já estavam estruturados para montar uma nação de verdade, com fronteiras, cidades e exército. Só tinha um detalhe esses israelitas não acreditavam em Deus. O Deus hebreu que seria adotado pelos cristãos mais tarde, era outra entidade: Javé. Só que Javé ainda não existia no mundo israelita, só viria a existir após o Êxodo. Daí a importância para a memória da cultura judaica sobre relevante fato histórico.

Javé era o deus do povo de Midian, região ao sul de Canaã, onde Moises fugiu após ter assassinado um egípcio. Javé foi trazido como divindade ao povo de Israel