A Aquisição de Segunda Língua
Por: Tatiane Dos Santos de Queiroz • 27/7/2019 • Resenha • 1.312 Palavras (6 Páginas) • 942 Visualizações
ELLIS, Rod. Second Language Acquisition, Oxford University Press. Ver. 2007.
Resenha
No livro Second Language Acquisition, Rod Ellis discute questões de aquisição de segunda língua e a maneira como o aprendiz aprende uma língua diferente da língua materna, ele tem como objetivo descrever e explicar o processo de aquisição da segunda língua, além de fazer uma análise de erros do aprendiz, ele também discute a interlíngua e a fossilização e como a interferência da língua materna pode dificultar o aprendizado do aprendiz , além de distinguir a transferência negativa e a positiva no processo de aprendizagem de segunda língua.
No primeiro capitulo Ellis define a aquisição de segunda língua como a maneira pela qual o aprendiz aprende uma língua diferente da língua materna, dentro ou fora da sala de aula. Um dos objetivos dos pesquisadores é descrever a aquisição da segunda língua, identificando os fatores externos e internos que podem explicar porque os aprendizes aprendem uma segunda língua e como eles fazem, além de explicar este processo e porque alguns aprendizes parecem desenvolver melhor a aprendizagem que outros.
No segundo capitulo Rod Ellis discute sobre a análise dos erros dos aprendizes ele afirma que, existem boas razões para focar nos erros dos aprendizes: primeiro porque os erros são uma característica relevante da linguagem do aprendiz, segundo porque é útil para que os professores possam ficar cientes de que erros os aprendizes costumar cometer. Terceiro para que os aprendizes possam aprender com os seus erros a fazer uma autocorreção dos seus próprios erros. Rod Ellis (2007), diz que: “o primeiro passo na análise dos erros do aprendiz é identifica-los”. Para depois de poder descreve-los e classifica-los em tipos. Ellis ainda diz que:
A classificação dos erros pode ajudar-nos a diagnosticar os problemas de aprendizagem dos alunos em qualquer estágio de seu desenvolvimento e também ajuda a traçar mudanças nos padrões de erro que ocorrem ao longo do tempo. (ELLIS, 2007, p.16).
E claramente percebível o quanto é importante identificar e analisar os erros para depois classifica-los para que dessa forma possa ajudar a buscar as razões dos problemas da aprendizagem e com isso poder auxiliar no desenvolvimento da língua alvo do aprendiz. Quando classifica os erros pode-se ajudar a diagnosticar os possíveis problemas de aprendizagem dos aprendizes durante qualquer estágio da aprendizagem e também ajuda a buscar mudanças nos padrões de erro que ocorrem ao longo do tempo. A finalidade da análise dos erros é ajudar os aprendizes a aprender uma segunda língua, por isso há uma necessidade de avaliar os erros. Alguns erros, conhecidos como erros globais, violam a estrutura geral de uma frase e, por esta razão, podem dificultar o seu processamento. Outros erros, conhecidos como locais, afetam apenas um único componente na sentença e são, talvez, o menos propensos a desenvolver qualquer problema de processamento.
No terceiro capitulo Rod Ellis sobre explica as questões interlíngua do aprendiz. Rod Ellis (2007), afirma que “alguns pesquisadores consideram que o desenvolvimento sistemático da linguagem do aprendiz reflete num sistema mental de conhecimento de segunda língua”. Este sistema é referido muitas vezes como interlíngua. A partir desse conceito surge várias discursões a respeito da interlíngua e para entender melhor o que se entende por interlíngua precisa- se considerar brevemente a teoria behaviorista da aprendizagem e a visões mentalistas da aprendizagem de línguas.
De acordo com a teoria Behaviorista da aprendizagem, a aprendizagem de línguas e igual a qualquer outro tipo de aprendizagem no qual o aprendiz está formando um hábito. Os aprendizes são estimulados pelo ambiente e depois tem suas respostas reforçadas para serem lembradas, com habito o aprendiz é estimulado para dar uma resposta satisfatória. Rod Ellis afirma que:
Acreditava-se que todo comportamento, inclusive o tipo de comportamento complexo encontrado na aquisição de linguagem, poderia ser explicado em termos de hábitos. Aprendizagem ocorreu quando os aprendizes tiveram a oportunidade de praticar a resposta correta a um dado estímulo. Os aprendizes imitaram modelos de linguagem correta (isto é, estímulos) e receberam reforço positivo se fossem corretos e reforços negativos se estivessem incorretos. Rod (ELLIS, 2007, p. 31).
Já na teoria mentalista da aprendizagem os pesquisadores estão preocupados em como os fatores ambientais podem moldar a aprendizagem, Ellis (2007) “os pesquisadores trocaram sua atenção para a" natureza "(isto é, como as propriedades inatas da aprendizagem da mente humana). Esse novo paradigma era, portanto, mentalista (ou "nativista") na orientação”. Assim o conceito de interlíngua baseou-se basicamente nas visões mentalistas de aquisição de segunda língua.
A maior parte da pesquisa sobre o discurso do aluno tem se preocupado com se e como a entrada e a interação afetam a aquisição de L2. Uma série de posições teóricas bastante diferentes podem ser identificadas. Afirma Ellis:
Como já vimos, uma visão behaviorista trata a aprendizagem de línguas como ambientalmente determinada, controlada de fora pelos estímulos aos quais os alunos estão expostos ao reforço que recebem. Em contraste, os teóricos mentalistas enfatizam a importância da "caixa preta" do aluno. Eles afirmam que os cérebros dos aprendizes são especialmente equipados para aprender a língua e tudo o que é necessário é exposição mínima a entrada para desencadear a aquisição. (ELLIS, 2007, p.40).
Assim as teorias de interação de segunda língua reconhecem a importância do processamento de entrada da linguagem interna, com isso a aprendizagem ocorre como resultado da interação complexa entre o ambiente linguístico e os mecanismos internos do aprendiz.
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