A CONSTITUIÇÃO DO PARÁGRAFO NA CONCEPÇÃO DA LINGUÍSTICA TEXTUAL E DAS GRAMÁTICAS INTERNALIZADA E DA NORMA CULTA
Por: Bruno Felipe • 7/12/2016 • Artigo • 2.130 Palavras (9 Páginas) • 461 Visualizações
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ARTIGO ACADÊMICO
Bruno Felipe da Silva
Maria Moreira de Almeida
Monique Keise Varela
Pau dos Ferros
2015
O que é a Psicolinguística?
Para iniciarmos a explicação acerca do que venha a ser a Psicolinguística, é preciso antes salientarmos que existem muitas definições sobre esse tema. Neste artigo usaremos a definição de Maingueneau (1997), ele trata desse assunto de maneira sucinta, clara e objetiva. Segundo Maingueneau, a Psicolinguística estuda os processos psicológicos implicados na aquisição e uso da linguagem. Isso reflete uma definição da Psicolinguística, quando o autor explica no trecho que aqui segue:
“A Psicolinguística estuda os processos psicológicos implicados na aquisição e uso da linguagem. Nos anos 60, esta disciplina foi consideravelmente estimulada pela Linguística Gerativista de Chomsky, para quem a finalidade da Linguística era construir um modelo da ‘competência’ dos locutores.”
Uma vez que o objetivo da Psicolinguística é o estudo da aquisição da linguagem, ela adquire esse caráter interdisciplinar, que se apoia na Psicologia para explicar a organização do pensamento por parte da criança, como se apoia na própria Linguística para identificar o processo e o desenvolvimento do signo linguístico adquirido em seu processo de alfabetização. Essa ciência também estabeleceu a relação entre linguagem e pensamento, bem como a interpretação dos enunciados e sua memorização. Não descarta de sues estudos as variações linguísticas dentro da própria Linguística. Talvez seja esse os pontos que diferenciam a Psicolinguística das demais áreas da Linguística.
Portanto, a Psicolinguística não constitui um campo de estudo homogêneo. Pelo contrario, é um campo de estudo muito variado, pois abriga outras áreas como: a Psicologia e a própria Linguística. Estuda também a produção de enunciados, a interpretação desses enunciados, a aquisição da linguagem, o multilinguismo e a linguagem como um todo.
De onde vêm os textos?
Os textos aqui analisados são de alunos universitários do 1º período do curso de Letras da UERN. Sejam esses textos pequenos ou extensos, o que abordaremos nesse artigo é a linguagem empregada e qual o nível se encontra o aluno. O mais interessante na análise dos textos é que todos abordaram o mesmo tema, mas, relatado, descrito e argumentado de formas diferenciadas.
Esses textos são do tipo argumentativo, quer dizer, os alunos utilizaram-se de vários argumentos, seja retirados de trechos do próprio material abordado na sala de aula, seja retirados da Internet, todos os universitários apoiam-se nas definições já destacadas para explicitar o assunto.
Dados encontrados nos textos apontam para uma escrita bem inicial, cheira de expressões da linguagem coloquial, e verbos em primeira pessoa, enfim, vários problemas gramaticais. Quer dizer, o texto é visto por eles como algo que é necessário para o seu desenvolvimento acadêmico e não como algo que deve ser praticado constantemente.
A CONSTITUIÇÃO DO PARÁGRAFO NA CONCEPÇÃO DA LINGUÍSTICA TEXTUAL E DAS GRAMÁTICAS INTERNALIZADA E DA NORMA CULTA
RESUMO:
O referido artigo pretende mostrar como é desenvolvido o parágrafo nas concepções da Linguística de Texto e nas gramáticas internaliza e da norma culta, através da análise dos textos dos alunos do 1º período. Tratamos assim de apresentar sucintamente as particularidades das duas concepções, tendo como objetivo, distinguir cada uma, utilizando métodos de análises, pesquisas e concepções com base na Psicolinguística, assim como abordar a real importância dessas concepções para o ensino de letras como alunos de graduação.
PALAVRAS-CHAVE: Parágrafo, gramática, texto.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente trabalho foi solicitado pela profª. Drª. Socorro Maia F. Barbosa, docente da disciplina de Psicolinguística da UERN/CAEAM, referente ao 3º período do curso de Letras/Português.
Sabemos que a Psicolinguística estuda os processos psicológicos implicados na aquisição da linguagem e o seu uso. No entanto, essa ciência não é homogênea, mas um campo de investigação amplo. Por isso, tal disciplina é tomada neste artigo por diferentes concepções. Baseado nessa perspectiva, o trabalho em questão vem salientar as particularidades do processo de estruturação e gramaticidade do parágrafo. Esses detalhes são desenvolvidos nas concepções que se tem em sala de aula.
Desse modo, o trabalho foi desenvolvido em dois tópicos essenciais à compreensão das ideias aqui apresentadas: O primeiro está ligado à visão da Linguística Textual, e o segundo na visão da gramática internalizada e da normal culta.
Nesse contexto, para descrever de maneira sucinta o desenvolvimento desses dois tópicos em sala de aula e preservando as particularidades de cada um, recorremos para fundamentar essa discussão, tomando como base Antunes (1997), Mussalin (2001), Bentes (2001), e Maingueneau (1997). Todos esses estudiosos são especialistas na área de texto e constituição do parágrafo.
O PARÁGRAFO SEGUNDO A LINGUÍSTICA TEXTUAL
Para começo de conversa, é importante destacarmos o que será abordado mediante aos textos analisados. O viés de análise será A Constituição do Parágrafo, ou seja, iremos mostrar como os parágrafos dos textos usados para análise foram estruturados , e se eles seguem o modelo tradicional de escrita, isto é, a gramática da Língua Portuguesa. Todos os textos serão abordados de forma geral, uma vez que todos eles trataram de um mesmo tema.
Ao analisarmos os textos dos alunos percebemos muitos vícios de linguagem; alguns notamos maior empenho por parte de quem o escreveu, noutros há um certo desleixe, digamos assim, no trato da linguagem empregado, ou talvez por não tem habilidade na produção escrita. No livro Introdução à Linguística de Mussalim e Bentes (2001) traz a discussão sobre o texto e o não- texto; ou seja, o sucesso do meu interlocutor, como veremos no trecho a seguir:
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