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A HISTÓRIA CONCISA DA LITERATURA BRASILEIRA

Por:   •  1/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.107 Palavras (9 Páginas)  •  274 Visualizações

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RESUMO INFORMATIVO

HISTÓRIA CONCISA DA LITERATURA BRASILEIRA

A história concisa da literatura de Alfredo Bosi, é uma obra canônica, analisando os critérios ideológicos e estéticos do autor, sintetizados por suas influencias teóricas, e esta dividida em oito partes correspondentes às correntes literárias existentes do decorrer da historia brasileira.

1- A CONDIÇÃO COLONIAL.

O problema da origem da nossa literatura não pode formular-se em termos de autores literários americanos, então, a partir dessa afirmação de um complexo colonial de vida e de pensamento. Assim de um lado houve a dispersão do país em subsistemas regionais, até hoje relevantes para a história literária, de outro, a sequencia de influxos da Europa, responsável pelos paralelos que se estabelece entre os momentos de além-atlântico e as esparsas manifestações literárias e artísticas do Brasil colonial: Barroco, Arcádia, Ilustração, Pré-modernismo. A busca de fontes não portuguesas ou não ibéricas, em geral, já era uma ruptura consciente com o passado e um caminho para modas de assimilação mais dinâmicas, e propriamente brasileiras, da cultura europeia, como se deu no período romântico. Os primeiros escritos da nossa vida documentam precisamente a instauração do processo: são informações que viajantes e missionários colheram sobre a natureza e o homem brasileiro, não pertencem a categoria do literário, mas à pura crônica histórica e, por isso, há quem as omita por escrúpulo estético. No entanto, a pré-história das nossas letras interessa como reflexo da visão do mundo e da linguagem que nas nasceram os primeiros observadores do país. E não só como testemunhas valem esses textos, mas também como sugestões temáticas e termais. Alguns dos textos merecem destaque, como na carta de Pero Vaz De Caminha, o diário de navegação de Pedro Lopes, o tratado da terra Brasil.

A carta de Caminha, o que para nós representou a certidão de nascimento do nosso país, era gênero capciosamente representado durante o século XV em Portugal e Espanha: a literatura de viagens é uma transparente ideologia mercantilista pelo zelo missionário de uma cristandade ainda medieval. Trata-se naturalmente de uma objetividade relativa ao universo do autor: Humanista católico, interessado no proveito do Reino. O nativismo o que como em outros cronistas, situa-se no nível descritivo e não tem qualquer conotação subjetiva ou polêmica. Sua atitude em face do índio prende-se aos comuns padrões culturais de Português e Católico medieval e vai das observações curiosas ao juízo moral nativo. A história termina com uma das tônicas da Literatura informativa: a preocupação com o ouro e as pedras preciosas que se esperava que existissem em grande quantidade nas terras do Brasil.

2- Barroco

Seja qual for a interpretação que se dê ao barroco, é sempre útil refletir sobre sua situação de estilo pós-renascentista e nos países Germânicos pós-reformistas. É na estufa da nobreza e do clero espanhol, português e romano que se incuba a maneira barroco jesuítica: trata-se de um mundo já em defensiva, arcaicamente presa a contrarreforma e ao império filipino, e em luta com as áreas liberais do protestantismo e do racionalismo crescente na Inglaterra, na Holanda e na França. É instrutivo observar que o barroco-jesuítico não tem nítidas fronteiras espaciais, mais ideológicas. Floresce em vários países da Europa, mas já não se reconhece nas sóbrias estruturas da arte coetânea da Suécia e da Alemanha cujo barroco luterano é inverso ao estremo gongórico da imagem e do som.

Em suma, desvalorizar um poema barroco porque “vazio” ou matizá-lo porque rebuscadamente estiliza-lo é, ainda e sempre, cometer o pecado da síntese estética que deve nortear, em ultima instância, o julgamento de uma obra Suposto no artista barroco um distanciamento da práxis, entende-se que a natureza e o homem se constelassem na sua fantasia como quadros fenomenais instáveis. O rebuscamento em abstrato é sem dúvida o lado estéril do barroco e o seu estiolar-se em barroquismo. Todos esses caracteres quadram bem a um estilo voltado para a alusão e para a ilusão enquanto foge para a realidade convencional. É de esperar que os recursos para essa visão de mundo sejam, na poesia, as figuras: sonoras, sintáticas, sobretudo semânticas enfim todos os processos que reorganizam a linguagem comum em função de uma nova realidade: a obra, o texto, a composição.

No Brasil houve ecos do barroco europeu durante os séculos XVIII. Na segunda metade do século XVII, porem, o ciclo do ouro já daria substrato material à arquitetura, à escultura e a vida musical, de sorte que parece licito falar de um “barroco brasileiro” e, até mesmo, mineiro. Alguns trabalhos do Aleijadinho, de Manuel da Costa Ataíde, e composições sacras de lobo de mesquita. A poesia coetânea delas já não é, senão residual, barroca, mas rococó, Arcádia e neoclássica,  houvendo portanto uma diacronia entre as formas expressivas, assim trouxeram os autores Bento Teixeira, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Prosa Vieira, Prosa Alegórica e as academias.

3- ARCADIA E ILUSTRAÇÃO

A passagem do barroco ao “barrocheto” e ao rococó foi um processo estilístico interno na historia da arte do século XVII e construiu em uma atenuação dos aspectos pesados e maciços dos seiscentos. Nessa viagem prefiguram-se as tendências estéticas do arcadismo como busca do natural e do simples e adoção de esquemas rítmicos mais graciosos, entendendo-se por graça uma forma especifica e menor de beleza. O que já se postulava no período áureo do barroco em nome do equilíbrio e do bom gosto entra, no século XVIII a integrar todo um estilo de pensamento voltado para o racional, o claro, o regular, o verossímil. Importa, porém distinguir dois momentos ideais na literatura dos setecentos: a) momento poético que nasce de um encontro, embora ainda amaneirado com a natureza e os afetos comuns do homem, refletidas através da tradição clássica e de formas bem definida, julgados dignos de imitação. b) o momento ideológico, que se impõe no meio do século e traduz a critica do barroco culto aos abusos da nobreza e do clero. Denominador das tendências arcádicas é a busca do verossímil. Segundo essa linha de pensamento, os mitos gregos, vale como belas aparências do real, do mesmo real que a filosofia cartesiana atinge com os seus conceitos.

É sábio que ambientes e figuras bucólicas povoaram os versos dos autores setecentistas. O bucolismo foi para todos os amenos artificio que permitiu ao poeta fechado na corte abrir as janelas para um cenário idílico onde pudesse cantar liberto das construções da etiqueta os seus sentimentos de amor, de abandono ao fluxo da existência. Há um pouco no rol para compreender o artificio da vida rustica na poesia arcádica; o mito do homem natural, cuja forma extrema é a figura do bom selvagem. No arcadismo brasileiro, os traços românticos são pouco espaçados embora às vezes expressivos, com uma ou outra lira de Gonzaga, em outro rando de Silva Alvarenga. Em nenhum caso, porem, rompe o quadro geral de um neoclassicismo mitigado onde prevalecem temas árcades e cadêncios os rococós. O gosto de clareza e da simplicidade graças ao qual puderam superar o pesado maquinário cultista, os mitos do homem natural, do bom selvagem, do herói pacifico, autores e as obras como Claudio Manuel da Costa, Basílio Gama, Santa Rita Durão, os árcades jesuítas dos Gonzaga, Silva Álvares, Alvares Peixoto.

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