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A História da linguística antes de Saussure

Por:   •  22/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.564 Palavras (7 Páginas)  •  529 Visualizações

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Principais contribuições para os Estudos Linguísticos a partir do século XVIII: estudiosos, período, eventos e contexto histórico-científico.[1]

NOME

PERÍODO

PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES PARA OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONTEXTO\EVENTOS

Willian Jones

1746\1794

1786

- Tese: sânscrito, grego e latim = explicação das semelhanças pela origem em comum entre as línguas.

- Também acrescentou o Céltico, o Gótico e o Persa.

- Marco simbólico da Linguística como ciência.

- Seu interesse pelo Sânscrito provocou uma verdadeira revolução na linguística ocidental.

COMPARATISMO HISTÓRICO

- Período conhecido como: “Comparatismo Histórico”.

- Início nas últimas décadas do Século XVIII.

- Movimento de estudos históricos e comparativos na Europa.

- Crescente interesse pelas civilizações antigas, o estudo do sânscrito, língua clássica dos hindus.

- Criação do método comparativo, procedimento central nos estudos linguísticos históricos.

- Influência do período do romantismo e a nostalgia pelo passado remoto.

- Uso das metáforas: “Família de Línguas”, “línguas irmãs”.

- Criação da “Ideia de Imanência”.

- Fundação da Escola de Estudos orientais em Paris 1795.

Friedrich Schlegel

1772\1829

1808

- Reforça a tese de W. Jones: sobre o parentesco do Gótico, o Persa e o Grego, por meio de elementos gramaticais (fonema /morfema);

- Publicou sobre a língua e a sabedoria dos hindus.- dando início aos estudos comparativos Germânicos.

Franz Bopp

1791\1867

1816

- Publicou “Sobre o sistema de conjugação da língua sânscrita em comparação com o da língua grega, latina, persa e germânica”.

- Estendeu seu trabalho para incluir o Lituano, o Celta, o Eslavo, o Armênio e o Albanês.

- Tese: cria o método comparativo com correspondências sistemáticas e evidências – parentesco entre línguas

- Gramática Comparativa – Língua tratada como objeto de estudo e não meio de conhecimento.

- Foi na linguística comparativa e histórica que desenvolveu um método de manipulação dos dados linguísticos enquanto dados de pesquisa linguística.

Jacob Grimm

1785\1863

1819

(1822)

- Tese: por comparação estabelece sucessão histórica por correspondência.

- Interpretou a existência de correspondências fonéticas sistemáticas entre as línguas como resultado de mutações regulares no tempo.

- Leis de Grimm – Processos de mudanças fonológicas e correspondências fonéticas; estudo histórico: correspondências fonéticas entre línguas resultadas de mutações regulares no tempo.

Friedrich Diez

1794\1876

1836

(1844)

- Publica Gramática Histórico-comparativa das línguas Românicas.

- Publicou um dicionário etimológico dessas línguas.

- Seu trabalho é resultante da confiabilidade dos procedimentos metodológicos históricos comparativos.

- Início dos Estudos Filológicos – criaram-se estudos especializados em cada subgrupo de línguas indo-europeias.

- A Filologia Românica teve papel fundamental no desenvolvimento dos estudos históricos comparativos.

FIOLOGIA ROMÂNICA

- Desenvolvido a partir da metade do século XIX.

- Período conhecido como da “Filologia Românica”.

- Desenvolvimento dos Estudos Linguísticos Românicos e Filológicos.

- Influência naturalista nos estudos comparativos.

Wilherm Von Humboldt

1767\1835

1836 (1810)

- Publicação póstuma – sobre a Língua Kawi – Ilha de Java e concepções gerais sobre a linguagem.

- Sua Tese: linguagem e pensamento constituem uma unidade - a linguagem torna possível o pensamento.

- A Língua é um processo, uma atividade do Espírito (energia)/mental e não um produto.

- Em seu pensamento já estava a concepção de sistema (língua como organização), pois afirmava que nenhum elemento poderia ser estudado fora da forma da língua.

- Concepção de língua como uma totalidade organizada, em que o elemento só faz sentido no conjunto.

- Ele não pensava a forma da língua não como uma forma gramatical, mas como um sistema de signos.

Augusto Schleicher

1821\1867

1867

- Emprega nos estudos históricos comparatistas uma orientação naturalista.

- Como botânico/evolucionista - toma a língua como organismo vivo, com leis da natureza (independe do indivíduo).

- Propôs uma tipologia e uma “arvore genealógica” das línguas indo-europeias o (PIE – Proto Indo-europeu).

- Desenvolveu os primeiros estudos de uma língua Indo-europeia a partir da fala e não do texto.

– Propôs uma tipologia que permite classificar as línguas como isolantes, aglutinantes e flexivas.

- Sob o enfoque evolucionista, correlacionou os estágios das línguas com os estágios de desenvolvimento cultural e tecnológico das civilizações que as falam.

NATURALISMO

- Período desenvolvido no Século XIX.

- Influência naturalista para os estudos linguísticos.

- Concepções evolucionistas desenvolvidas na biologia, na botânica.

Herman Osthoff

1847\1909

1878

- Publicação da Revista “Investigações Morfológicas”.

- Em sua Tese: introduz a orientação psicológica subjetiva na interpretação da mudança (a língua existe no indivíduo e as mudanças se originam nele).

- Crítica à visão naturalista da língua como independente do falante.

- A língua deve ser vista como ligada ao indivíduo falante.

- Dizia que o objetivo principal do pesquisador não era chegar a língua original Indo-europeia, por ser hipotética, mas estudar as línguas vivas, aprender a natureza das mudanças.

- Admitia o princípio que as mudanças sonoras se davam num processo de absoluta regularidade, não admitindo exceções.

NEOGRAMÁTICA

- Último quarto do século XIX.

- Os Neogramáticos – geração de linguistas ligados a Universidade de Leipizig.

- Questionamento dos pressupostos tradicionaisda prática histórico-comparatista.

- Novas orientações metodológicas: um conjunto de postulados teóricos para a interpretação da mudança linguística.

- Rigor científico nas pesquisas.

- Introduziram o desafio de que os resíduos deveriam receber análise completa.

- Tinham o psicologismo e o subjetivismo na base de suas concepções.

- Estabeleceram as Leis Fonéticas como princípio imanente, caráter categórico.

- Suas formulações provocaram a crítica de vários linguistas.

Karl Brugman

1849\1919

1878

- Publicação da Revista “Investigações Morfológicas”.

- Em sua Tese: introduz a orientação psicológica subjetiva na interpretação da mudança (a língua existe no indivíduo e as mudanças se originam nele).

- Crítica à visão naturalista da língua como independente do falante.

- A língua deve ser vista como ligada ao indivíduo falante.

- Dizia que o objetivo principal do pesquisador não era chegar a língua original Indo-europeia, por ser hipotética, mas estudar as línguas vivas, aprender a natureza das mudanças.

- Admitia o princípio que as mudanças sonoras se davam num processo de absoluta regularidade, não admitindo exceções.

Hermann Paul

1846\1921

1880

- A obra Priznipien der Sprachgeschichte, de H. Paul, publicada em 1880 serviu como fonte para o pensamento dos Neogramáticos.

- Negava a possibilidade de uma linguística que não fosse histórica.

- Os princípios fundamentaisda mudança linguística deveriam ser buscados  nos fatores físicos e psíquicos tomados como determinantes  dos objetos culturais como a língua.

- Sua Tese: a fonte de toda mudança linguística era o indivíduo falante e que a fonte de propagação da mudança se dava por meio da ação recíproca dos indivíduos.

- Tinha o Psicologismo como (base p/ biologismo).

- Outra tese: acreditava que a mudança linguística é originada principalmente no processo de aquisição da língua.

Leonard Bloomfield

1887\1949

1887

- Crítica aos neogramáticos por utilizar conceitos vagos como o de analogia.

- Outra crítica é o uso da terminologia “lei”- quando se trata de fenômenos históricos e não absolutos.

- Propunha que as Leis Fonéticas da linguagem não fossem um princípio absoluto, mas como uma fórmula de correspondência entre sistemas fonéticos sucessivos de uma mesma língua nos seus diversos períodos de existência.

- Para ele o ponto central da questão é o escopo das classes de correspondências fonéticas (regularidades) e a significação dos resíduos (irregularidades).

CRÍTICA AOS NEOGRAMÁTICOS

- Final do Século XIX.

- Outros pensadores.

- Suas ideias influenciaram a linguística do século XX.

- Concepção da língua como instituição social.

- Concepção da língua como sistema, como organização.

- Pensar a língua como uma atividade sistemática.

Willian D. Whitney

1827\1894

1894

- Foi o primeiro linguista a se interessar pelas Línguas Indígenas Norte Americanas.

- Se ocupou pelas questões gerais da linguagem.  

- Foi citado por Saussure no Curso de Linguística Geral.

- Criou a concepção comparando a Língua com as instituições sociais.

- Objeto: signos ligados entre si convencionais e arbitrários.

- Defendia a necessidade de uma ciência autônoma da linguagem que deveria diferenciar-sedo estudo histórico comparativo e ser independente das ciências sociais e psicologia.

Ferdinand Saussure

1857\1913

1916

- Publicação Póstuma: “Curso de Linguística Geral” – marco do surgimento da Linguística.

- Deu sustentação à interpretação da linguagem como objeto sincrônico em si mesmo e por si mesmo.

- Rompeu com a tradição diacrônica dos neogramáticos do século XIX.

- A língua é um fato social, no sentido de que é um sistema convencional adquirido pelos indivíduos no convívio social.

- Institucionalizaa distinção  entre uma Linguística Interna de Uma Linguística Externa.

- Afirma que a matéria da linguística deveria ser constituída por todas as manifestações da linguagem humana, todas as formas de expressão.

NASCIMENTO DA LINGUÍSTICA

- Período iniciado no começo do Século XX.

- Surgimento da Linguística Moderna.

- Ênfase no Estudos Sincrônicos.

- I Congresso internacional de Linguística (Haia 1020).

- I Congresso de Filólogos Eslavos (Praga, 1929).

- Primeira reunião Fonológica Internacional (Praga, 1930).

- Criação da Escola de Genebra: Charles Bally, Sechehaye, Frei.

- Criação da Escola de Copenhague 1939: Hejlmslev, Uldall, Brondall, Togeby.

- Consolidação do “Estruturalismo Linguístico”.

- Criação da Escola Funcionalista da Paris: André Martinet, Émile Benveniste.

- Criação da Escola Fonológica de Praga: Jakobson, Trubetzkoy, Karcevsky.

Andre Martinet

- A linguística é uma disciplina que se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre tais fatos, em nome de certos princípios estéticos e morais.

- Escreveu em 1939 uma monografia sobre seu dialeto de origem.

- Sempre teve interesse por questões ligadas a mudança linguística.

- Lecionou na Universidade de Colúmbia e orientou o mestrado e o doutorado de Uriel Weinreich que foi orientador de Labov.

- Defendia as ideias sobre a natureza social da linguagem e a necessidade de se estabelecer uma linguística social.

Hugo Schuchart

1842\1927

1927

- Tese: atenta-se para as variedades de fala de uma comunidade e as condiciona a fatores como: gênero, idade, escolaridade.

- Mostrou que as variedades se influenciam mutualmente.

- Línguas de Contato se influenciam mutuamente.

- Deu atenção sistemática aos pidgins e crioulos, línguas emergentes em situação de contato – contribuições para os fenômenos dos estudos linguísticos gerais e das mudanças em particular.

- Buscou compreender o processo da mudança linguística, introduzindo um tratamento em que o contexto social e cultural da língua é visto como condicionante básico da variação e, dentro dela, a mudança linguística.

- É a trilha da Dialetologia (uma linguística sociológica) e mais recentemente da Sociolinguística.

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