A Importância da Inclusão escolar na Educação Infantil
Por: koxma • 1/4/2018 • Artigo • 7.623 Palavras (31 Páginas) • 197 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Cosma da silva de Andrade[1]
RESUMO
Este presente trabalho refere-se a três questões relacionadas à aprendizagem: dificuldades do indivíduo na aprendizagem, em se tratando da leitura e entendimento de textos, decodificação de letras e concentração; o apoio e o convívio familiar no desenvolvimento dos primeiros conhecimentos da criança; e a importância do acolhimento de crianças com dificuldades de aprendizagem (DA) na Educação Infantil. Além disso, será elencado alguns fatores que possam ser as causas de determinados distúrbios da aprendizagem. Assim, veremos que a “arte de educar” requer muito mais do que simplesmente alfabetizar crianças/sujeitos; é preciso que o ser se dedique também em observar qualquer comportamento “estranho” nos alunos, a fim de que, se diagnosticado, seja comunicado imediatamente aos pais, para que estes, por sua vez, tentem resolver o problema, apoiando e incentivando seus filhos. Neste sentido também, será discutido acerca da linguagem no processo de formação do sujeito desde muito cedo e em todas as realidades econômicas, pessoais e sociais em que ele esteja inserido, valorizando todos os seres com igualdade e promoção do saber de qualidade.
Palavras chave: Aprendizagem. Família. Leitura. Escrita. Linguagem.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO4
2. PRINCÍPIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR5
3. DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM11
3.1. A FAMÍLIA12
4. O ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL16
5. CONSIDERAÇÕE FINAIS21
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................22
1. INTRODUÇÃO
Tendo em vista o grande número de crianças que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem nas salas de aula das escolas brasileiras, das quais algumas já podem ser consideradas distúrbios, faz-se necessário o desenvolvimento deste trabalho com o intuito de se conhecer mais sobre esta realidade, inclusive as circunstâncias que as ocasionam, as consequências para aprendizagem do aluno, e as possibilidades de intervenções para promover a inclusão escolar dos alunos que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem.
Primeiramente, são mencionadas algumas dificuldades encontradas pelas crianças ao tentar distinguir letras e sons semelhantes, o que afeta diretamente uma boa prática de leitura e, principalmente, o entendimento do texto lido. Neste contexto remete-se a pedagogias que valorizem a inclusão escolar, que agreguem conhecimento coletivamente e respeite as diferenças, tratando todos iguais conforme as particularidades de cada indivíduo.
Posteriormente, serão enfatizadas as dificuldades de aprendizagem de forma ampla, sem especificá-las, detendo-se as possíveis causas que levam a distração ou até mesmo, causas patológicas, que impedem o aluno acompanhar os conteúdos e desenvolver sua capacidade cognitiva no mesmo ritmo dos demais colegas de sala de aula, prejudicando-se e dificultando o trabalho do docente. Neste viés, em abordagem breve, será discutido a participação e o apoio da família durante as fases da aprendizagem, vendo os pais como personagens principais na aquisição dos primeiros conhecimentos, pois, ao contrário do que muitos pensam, não é na escola que o desenvolvimento se inicia; é dever da família começar a ensinar e educar a criança para que depois, ela possa aprimorá-los em uma instituição de ensino.
Para concluir, a abordagem será pautada na relevância da linguagem para o desenvolvimento do ser humano, apontando a escola como detentora de papel fundamental na construção do saber e formação cidadã de cada indivíduo, sendo esta responsável por acolher e educar todos os indivíduos que a procurem, valorizando o acolhimento de crianças com dificuldades de aprendizagem na Educação Infantil. Assim, considera-se que é primordial o debate de tais temáticas, para agregar informações aos pesquisadores, profissionais e demais interessados pelo tema.
2. PRINCÍPIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR
Sabemos que os alunos com e sem deficiências, que foram e são ainda excluídos das escolas, devem estar inseridos nessas instituições e que isso é previsto por Lei. Se os pais, professores, gestores educacionais não tinham conhecimento do direito resguardados a todos de uma educação de qualidade, hoje há diversos documentos legais comprobatórios que estão cumprindo o seu dever de alertar os sujeitos da aprendizagem nesse sentido.
A relação da criança com a aprendizagem ocorre de maneira natural e espontânea no curso natural da vida, mas pode em alguns casos apresentar dificuldades especificas de aquisição do saber. Tais dificuldades referem-se a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por dificuldades significativas na aquisição e uso da apropriação de saberes relativos à leitura, escrita, raciocínio lógico ou coordenação motora.
As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer em alunos com talento para a dança, arte, mecânica ou esporte. Nessa perspectiva, deve-se compreender que as crianças com Dificuldades de Aprendizagem (DA) não são deficientes, incapazes ou neutralizadas, demonstrando, apenas, dificuldades para aprender. Neste sentido, Mantoan (2003) observa:
As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a diversidade humana está sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição imprescindível para se entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos (MANTOAN, 2003, p.16).
Compreender o outro, suas potencialidades e valorizar a diversidade como oportunidade de conviver juntos na diferença é um desafio cada vez mais comum nos dias atuais. Incluir na perspectiva de oportunizar igualdade para todos significa reconhecer a importância de cada membro em sala de aula e na sociedade que o constitui como indivíduo ético e propositor de opiniões. Para Freire (1992),
Inventamos a possibilidade de nos libertar na medida em que nos tornamos capazes de nos perceber como seres inconclusos, limitados, condicionados, históricos. Percebendo, sobretudo, também, que a pura percepção da inconclusão, da limitação, da possibilidade, não basta. É preciso juntar a ela uma política pela transformação da realidade (FREIRE, 1992, p. 100).
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