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A REPRESENTAÇÃO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM HISTÓRIAS DE CHICO BENTO

Por:   •  17/11/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.495 Palavras (14 Páginas)  •  818 Visualizações

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FACULDADE DE AMPÉRE – FAMPER

A REPRESENTAÇÃO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM HISTÓRIAS DE CHICO BENTO

        

Karina Emilia Labonde

AMPÉRE – PR

2017

KARINA EMILIA LABONDE

A REPRESENTAÇÃO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM HISTÓRIAS DE CHICO BENTO

Pré-projeto de Trabalho apresentado na Faculdade de Ampére – FAMPER como requisito básico para a conclusão da disciplina de sociolinguística do Curso de Letras, sob orientação da professora Ana Rita Dalla Costa.

Ampére – PR

2017

1. TEMA

Preconceito Linguístico.

2. DELIMITAÇÃO

O Rotacismo presente na fala do personagem de Mauricio de Souza, Chico Bento.

3. PROBLEMA

A variante linguística presente na linguagem do personagem Chico Bento pode influenciar quem o lê?

4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

Elaborar um estudo em relação ao rotacismo presenta na fala do personagem de Maurício de Sousa Chico Bento, como meio de incentivo para a busca do conhecimento e para a quebra do preconceito linguístico.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Retratar o que são Variantes Linguísticas e o preconceito linguístico;
  • Apresentar o gênero textual história em quadrinho (HQ) no Brasil;
  • Conhecer o personagem Chico Bento destacando seu sotaque caipira;
  • Identificar o rotacismo presente na fala do personagem Chico Bento salientando o preconceito que o próprio personagem já sofreu.
  • Entrevistas com professores da área.

JUSTIFICATIVA

        Partimos da premissa de que a variação linguística esteve presente desde os primórdios na estruturação de nossa língua. Ao reaver a língua mãe, o latim, percebe-se que desde então até os dias de hoje houve mudanças que melhoraram a língua.

        A atual Linguística apresentada não é homogênea e sim diversificada e com viabilidade para mudança, características essas dos próprios homens.

        Deve-se compreender que essa mudança não se manifesta apenas com o tempo como era pensando antigamente, mas também no espaço, camadas sociais e na estilística.

        Portanto, pretende-se com o referido projeto proporcionar a quem quer que seja, por meio da pesquisa, o conhecimento sobre a variação linguística, propiciando uma visão distinta sobre o preconceito linguístico.

6. HIPÓTESE

        As variações linguísticas presentes nas histórias em quadrinhos não influenciam na fala de quem as lê.

7. METODOLOGIA

A pesquisa será realizada a partir de estudos de artigos específicos da área, bem como de livros de diversos teóricos que abordam a estrutura da língua, as variações linguísticas e o preconceito linguístico. Serão analisadas várias histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, comparando sua linguagem com os apontamentos teóricos.

Também será realizada uma pesquisa de campo levantando dados junto a professores quanto a influência da fala de Chico Bento na produção escrita de seus leitores.

8. EMBASAMENTO TEÓRICO

Quando falamos em Língua Portuguesa vêm em nossas cabeças Brasil e Portugal deixando de lado o fato de que nossa língua é a quinta mais falada no mundo e que existem outros países que a falam. “Atualmente, o português é língua oficial de oito países (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste)” FREITAS (2015, p. 1).

A Língua Portuguesa em nosso país é sinônima de variedade linguística. Nós somos filhos de uma construção social mestiça que influenciou diretamente na variedade de nossa língua. Essa variedade de dialetos que realçam a nossa língua se dá por diversos fatores, um dos deles é o histórico. O fator histórico se dá por meio de mudanças no decorrer dos tempos, e, tais modificações históricas também provocam mudanças no uso da língua.

Outro fator é o geográfico que mostra as diferenças entre as regiões, pois cada região tem uma origem étnica proporcionada pela colonização. Freitas (2015, p.4) nos diz:

A verdade é que tanto faz o lugar, o tamanho, com algumas variantes e diferenças culturais a +língua continua sendo a portuguesa. A lusofonia implica mais que espaços geográficos diversos com falantes do português. É um forte elemento de união de um povo, compõe a identidade de uma nação. 

 Ainda pode-se ressaltar o fator social decorrente das diferenciações da sociedade de acordo com o grau de escolaridade, condições sociais, etc..

Nossa língua tem uma grande desaprovação por ainda ter um foco radical nas regras gramaticais, valorizando uma linguagem baseada em regras e, qualquer variação do padrão, é considerada errônea o que é muito prejudicial a ela. BAGNO (1999, p.15 e 16) afirma que:

...ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português falado no Brasil, a escola tenta impor sua norma lingüística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os 160 milhões de brasileiros...

...a verdade é que no Brasil, embora a língua falada pela grande maioria da população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, não só por causa da grande extensão territorial do país — que gera as diferenças regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de muito preconceito —, mas principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil o segundo país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. São essas graves diferenças de status social que explicam a existência, em nosso país, de um verdadeiro abismo lingüístico entre os falantes das variedades não-padrão do português brasileiro — que são a maioria de nossa população — e os falantes da (suposta) variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na escola.

O estudo da língua deve iniciar pelo que tem de mais valioso, a variação, valorizando e favorecendo a compreensão da mesma e não procurando eliminá-la, salientar que existem sim variações e que o preconceito caminha lado a lado com ela.

O preconceito linguístico nada mais é do que um preconceito social que diferencia e separa as classes sociais, censurando ou estimulando falantes da língua portuguesa brasileira. Para Bagno (2007, p. 9) “O preconceito lingüístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão.”.

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