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A Resenha Romeu e Julieta

Por:   •  15/11/2021  •  Resenha  •  2.027 Palavras (9 Páginas)  •  500 Visualizações

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Escrita em 1562 por Willian Shakespeare, Romeu e Julieta é uma peça trágica que se passa em Verona no século XVI, mas até os dias de hoje conquista muitos apaixonados com os monólogos inspiradores e diálogos ardorosos apesar do final tão incomum para uma história de amor.

Talvez por se tratar de uma paixão adolescente, impulsiva e intensa ela é até hoje muito retratada se tornando a 13ª obra literária mais representada da história. Com certeza, isso representa adaptações cada vez mais modernas atraindo públicos até hoje por ter uma história atraente com uma paixão fugaz.

A história se trata de dos filhos de duas famílias rivais os Capuleto e os Montecchio que viviam em constante guerra dos senhores ao menor dos servidores. A briga já era tão grande que o príncipe cansado do impacto que aquilo estava causando, inclusive na vida dos habitantes de Verona, decide que puniria qualquer ato de ofensa vinda de qualquer dos lados.

Logo em uma das primeiras cenas, Romeu Montecchio estava sofrendo apaixonado por Rosalina e nesta passagem estava sentindo-se acabrunhado por um amor que não podia ter:

“ROMEU: Que queres, tal é a transgressão do Amor! Meus próprios pesares oprimem meu peito e tu vais aumenta-los acrescentando ainda os teus. Esse afeto que me mostrasse adiciona novo pesar ao excesso do meu. O amor é fumaça formada pelos vapores dos suspiros. Purificado é um fogo chispante nos olhos dos amantes. Que mais ainda? Loucura prudentíssima, fiel que nos abafa, doçura que nos salva. Adeus, primo!” (Cena I Ato I)

O sofrimento do Romeu, um amor que oprime o peito, remete ao Romantismo período em que os escritores estavam inspirados a partir de um movimento literário subjetivista, isto é, falava muito sobre o amor e o desequilíbrio causado pela intensidade com que ele é vivido. Shakespeare é considerado um romântico Avant la lettre, uma vez que abordava o tema de maneira percursora, ou seja, o escritor fazia uso dos propósitos do Romantismo antes que o termo existisse e, no trecho supra citado é um exemplo disso.

Afim de animar o amigo, Benvólio convence Romeu a entrar na casa dos Capuleto onde estava tendo uma festa de máscaras. Mesmo sofrendo muito por amor e a festa sendo no território inimigo, ele vai até lá e acaba se apaixonando à primeira vista por Julieta e foi correspondido prontamente.

Talvez por não corresponder ao amor de Romeu, Rosalina afirma prometer castidade eterna e por isso, ao invadir a casa dos Capuleto e se apaixonar por Julieta no mesmo dia que se lamentava por outra mulher não expressa impulsividade ou irracionalidade da parte do jovem rapaz, mas sim a capacidade dele se seguir em frente diante de algo que não havia futuro, de um coração ferido que queria se curar.

De fato, tudo ocorreu tão rápido que naquela mesma noite, depois de outra invasão à casa dos Capuleto na qual Romeu ouviu a confissão que Julieta fazia as estrelas no balcão, foi que eles combinaram tudo e na manhã seguinte se casaram na cela do Frei Lourenço.

Depois do casamento, enquanto voltava para casa, Romeu encontrou-se com Benvólio e Mercúcio que brigavam com Teobaldo da família de Capuleto indignado pela ofensa da invasão de Romeu na festa da noite anterior. Romeu não queria brigar, mas quando Mercúcio é morto ele acaba se envolvendo e matando Teobaldo.

O príncipe logo é envolvido na situação e bane Romeu por infligir a lei de perturbar a ordem, o Frei Lourenço o leva para a sua cela a fim de acalma-lo e por fim o aconselha a ficar com sua esposa naquela noite e partir para o exilio na manhã seguinte enquanto pensaria em uma maneira de resolver a situação.

Romeu e Julieta consumaram o casamento e bem cedo naquela manhã o rapaz fugiu para Mântua deixando a esposa desesperada de tristeza e isso faz sua mãe pensar que é efeito da morte do primo Teobaldo e, afim de anima-la decide que é hora de casa-la.

Rapidamente arranja com o senhor Capuleto o casamento de Julieta com Páris, um jovem nobre que é parente do príncipe e isso deixa Julieta ainda mais desesperada, uma vez que já é casada. Ela então vai falar com Frei Lourenço para pedir conselhos.

O padre pede que a moça se faça conformada e aceite se casar e então arquiteta todo um plano:

“FREI LOURENÇO: Escuta, então. Volta para casa, mostra-te alegre e dá teu consentimento em casar com Páris. Amanhã é quarta feira; procura ficar só, à noite, em teu quarto, não deixando que a ama durma contigo. Quando estiveres na cama, toma esse fraco e bebe até a última gota deste licor destilado. Imediatamente correrá por tuas veias um humor frio letárgico porque nenhuma pulsação continuará seu curso, tudo parará. Nenhum calor, nenhum sopro, atestarão que existas. As rosas de teu lábio e de tuas faces murcharão até ficarem pálidas como cinzas. As janelas de teus olhos se fecharão, como quando se fecha a morte à luz da vida. Teus membros, privados de toda flexibilidade, mostrar-se-ão hirtos e rígidos como os de um cadáver. Tudo dará aparência de que estás morta. E assim permanecerás quarenta e duas horas despertando depois como de um plácido sono. Na manhã do dia marcado para teu casamento, quando te forem levantar, encontrar-te-ão morta no teu leito. Então, como é de costume em nosso país, ataviada com teus melhores trajes em um ataúde aberto, conduzir-te-ão para a mesma antiga cripta onde repousa toda a família Capuleto. Nesse ínterim, antes que acordes, Romeu será informado por cartas minhas de nosso plano e voltará. Ele e eu velaremos juntos o teu despertar até que voltes a vida e, nessa mesma noite, Romeu te levará para Mântua. Assim, livrar-te-ás dessa iminente desonra, se algum capricho efêmero ou pavor feminino não abaterem tua coragem no momento decisivo. ” (Cena I Ato IV)

Por mais que Julieta estivesse desesperada, como previu o Frei, só por um momento, Julieta hesita diante do que estava prestes a fazer:

“JULIETA: Adeus! Só Deus sabe quando nos encontraremos de novo! Sinto um vago e frio tremor que me causa estremecimento, ao correr por minhas veias, e quase gela o calor da vida. Vou chama-las de volta para que me infundam valor... Ama!.... Que faria ela aqui?... É uma cena terrível que devo encenar sozinha! Vem, frasco! E se esta droga não produzir efeito algum? Teria de casar-me amanhã de manhã?... Não, não! Eis o que impedirá! Fica aí! (Coloca perto dela um punhal.) E se fosse um veneno com que o frade quisera dar-me astutamente a morte por temer à desonra que este matrimonio lhe causaria porque me uniu a Romeu? Receio que sim... Entretanto, creio que não deva ser, pois sempre deu provas de ser um santo homem. E se, quando for depositada na tumba, acordar antes

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