A almejada simpatia curitibana

        

        

                Gênero: Crônica                Tema: Lugar onde vivo

                        A almejada simpatia curitibana

        Curitiba é conhecida como cidade sorriso. Seria pela simpatia, ou seria pelo ranger dos dentes por conta do frio rigoroso? Sorrisos por aqui são difíceis de serem vistos, a não ser que o agraciado pelo mesmo, participe em seu círculo social ou um amigo de longa data. Pelo menos uma vez na vida você já ouviu dos seus pais a célebre frase “não converse com estranhos”. Nós curitibanos, ouvimos isso em todos os dias de nossas infâncias.

         Ouvimos isso enquanto ainda somos crianças, porém ao crescermos a regra nos acompanha. E o que servia para segurança passa a ser antipatia. Mas seria só este o motivo? Apenas o medo? É só observar nas ruas, cada um que passa carrega várias memórias, mas não compartilha e também não escuta, pois está tão preso ao seu mundo virtual, ao seu próprio mundo, que o que acontece ao seu redor passa despercebido. A menos é claro, que receba fotos, vídeos ou um snapchat do ocorrido.

         Mas não podemos generalizar, ainda tem aqueles que adoram um bom papo e uma longa troca de histórias com quem nunca conversaram, seja no ônibus, na praça, no elevador... Mas a pergunta é: será que podemos fazer jus ao apelido de cidade sorriso? Será que é tão difícil dar um “bom dia”, trocar alguns sorrisos e quem sabe, acreditar que nem todo mundo é um estranho mal intencionado?         

        No mundo globalizado em que vivemos é praticamente impossível ficar sem manifestar alguma simpatia. Nem todo curitibano é antipático, há muitos que carregam essa fama sem merecer. Nossos pais podem ter pecado pelo excesso na intensão de nos proteger da maldade humana, mas não se omitiram em nos ensinar a ser educados e valorizar o sorriso, vivemos na cidade brasileira que tem a melhor saúde bucal em nosso país, mas para justificar a alcunha de “cidade sorriso” não é justo que nós cidadãos dessa maravilhosa metrópole carreguemos esse estigma. Vamos sorrir, mesmo que seja aquele famoso sorriso amarelo, mas vamos mostrar aos forasteiros que sabemos sorrir sem perder a essência curitibana.

Gislaine Cristina Stadler