Compagnon
Por: Fernandinha Nogueira • 2/12/2015 • Resenha • 1.793 Palavras (8 Páginas) • 182 Visualizações
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS – CEFET - MG
DEPARTAMENTO DE LÍNGUA
CURSO LETRAS – TECNOLOGIAS DE EDIÇÃO
FERNANDA AUGUSTA MORAES GORGULHO NORONHA NOGUEIRA
RESENHA
Projeto de Pesquisa apresentado à Professor Doutor Sérgio Gartner, no Curso de Letras do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG, como requisito parcial para a disciplina ...................
Belo Horizonte
2015
- DELIMITAÇÃO DO TEMA, DERCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
O presente projeto tem como tema a produção escrita de notícias da revista Veja informar de quando....... Faremos uma análise comparativa de um corpus formado por 10 noticias acerca de diferentes assuntos. Busca-se com esse trabalho, primeiramente, investigar dois elementos lingüísticos: os modalizadores e os operadores argumentativos.
O gênero notícia apresenta um perfil tipológico narrativo e sua função social é levar informação a respeito de um fato. Segundo Bazerman, a notícia revela a tipificação de ações sociais produzidas por jornalistas no exercício de sua profissão, e o que se pretende com esse gênero é informar aos leitores sobre o que está acontecendo em sua cidade, região, país ou no mundo. Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, temos para ‘notícia’ as seguintes definições:
1 informação a respeito de acontecimento novo, de mudanças recentes em alguma situação, ou do estado em que se encontra algo; nova, novidade Ex.: 2 conhecimento do paradeiro ou da situação de alguém Ex.: não teve mais n. do amigo 3 recordação, lembrança Ex.: não conseguia eliminar da mente a n. do acidente 4 nota, apontamento Ex.: os inspetores tomaram n. das deficiências da instituição 5 escrito sintético sobre um assunto qualquer 6 nota histórica; biografia 7 Rubrica: jornalismo. relato de fatos e acontecimentos, recentes ou atuais, ocorridos no país ou no mundo, veiculado em jornal, televisão, revista etc (DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2006).
Tem-se, nesse gênero, um discurso mais referencial, privilegiando-se o modo indicativo e formas impessoais com a utilização dos verbos em 3ª pessoa. Esse modo referencial é, segundo Faria, o distanciamento entre o jornal e o fato narrado, dando a aparência de neutralidade. O que buscamos com essa pesquisa é investigar, por meio do uso de modalizadores argumentativos, qual é a dimensão argumentativa das noticias produzidas pelo referente jornal. O que defendemos é que o uso de expressões referenciais sejam – além de fonte de informação - como admite a mídia – também fonte de argumentação.
O discurso argumentativo subjaz uma ideologia. Portanto, a neutralidade e a imparcialidade é, segundo Koch, apenas um mito. Antes de adentrarmos ao universo dos discursos jornalísticos, apresentaremos a fundamentação teórica e os conceitos de gêneros e tipos textuais.
A Linguística Textual trouxe grandes contribuições para o ensino da língua materna, pois os textos (objeto de estudo da LT) trabalham diversos aspectos de uso da linguagem, e tornam-se instrumento de exploração de diversas questões lingüísticas como o desenvolvimento histórico da língua, as variantes lingüísticas, as relações entre fala e escrita, a organização do léxico e exploração do vocabulário, os padrões e organização de estruturas sintáticas, o funcionamento dos processos semânticos, a estratégia de redação e questões de estilo, a progressão temática, o treinamento da argumentação, o estudo dos gêneros textuais, entre outros. Mas o que seria então a definição de texto?
Há algum tempo, o texto era conhecido como escritos que empregavam uma linguagem polida e se mostravam “claros e objetivos”. Atualmente, esse conceito tornou-se obsoleto, e a definição de texto passou a abranger “qualquer produção linguística, seja ela por meio da fala ou da escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana” (COSTA VAL, p.113). Ele constitui, portanto, a realidade imediata para que se possa estudar o homem social e sua linguagem, no qual se encara como fenômeno sócio-discursivo, vinculadas às condições concretas da vida. A noção de texto vai ao encontro à noção de enunciado, que por sua vez, é a unidade real da comunicação discursiva. Nesse sentido, podemos dizer que assim como o enunciado, “o texto não se limita apenas à sua dimensão lingüística, mas concebe a situação social como elemento constitutivo” (RODRIGUES, 2005, p. 162).
A visão da língua atrelada ao discurso e ao enunciado dá a ela um caráter não apenas estruturalista e formalista, mas também uma atividade social, histórica e cognitiva. Essa visão foi proposta por vários estudiosos e à medida que ocorria uma evolução dos estudos da língua como atividade sócio-discursiva, uma maior preocupação vinha sendo dada aos textos e, por isso, uma necessidade de classificação surgia.
Os textos são classificados em duas instâncias: Tipos textuais e gêneros textuais. De acordo com a definição de Marcuschi, a expressão tipo textual serve
para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas. Em geral, os tipos textuais abrangem cerva de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção (MARCUSCHI, ano, p.22)
Para a noção de tipo textual predomina a identificação de sequencias lingüísticas típicas como norteadoras. Essas sequencias são denominadas de sequencias tipológicas. Um gênero textual pode apresentar várias dessas sequencias, sendo assim heterogênea.
Quanto à expressão gênero textual Marcuschi explica
Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. (...) os gêneros textuais são inúmeros. Alguns exemplos de gêneos textuais seriam: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio (...) (MARCUSCHI, ano, p.23)
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