Deficiência auditiva
Tese: Deficiência auditiva. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: veribiel • 13/5/2014 • Tese • 3.163 Palavras (13 Páginas) • 371 Visualizações
Entre as pessoas com necessidades educacionais especiais estão os surdos ou deficientes auditivos.
Deficiência auditiva é a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis, causada por má formação genética, lesão na orelha ou nas estruturas que compões o aparelho auditivo.
É possível definir o grau de deficiência, de acordo com o seu grau de perda auditiva através da medida por decibéis na audiometria. A audição está normal quando há uma diminuição de até 15db; nos casos de perda entre 16db e 25db, há uma deficiência auditiva suave. A surdez manifesta-se como leve quando a perda varia de 26 a 40db moderada entre 41 e 55db, moderadamente severa entre 56 e 70db e severa entre 70 e 90db.
A deficiência moderada costuma ser compensada, com a ajuda de aparelhos auditivos, em graus mais avançados o aprendizado de Libras é sempre recomendado, pois perdas auditivas acima desses níveis são considerados casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral.
A audição é muito importante para o nosso desenvolvimento como indivíduo, como parte da sociedade, pois é responsável por captar informações sonoras que nos rodeiam, sejam elas sons de palavras ou não. Desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem mesmo quando dormimos.
Já antes de nascer, a audição é o primeiro sentido a ser apurado, pois a mãe já conversa com seu bebê e quando ele nasce reconhece sua voz e o som de seu coração.
É através da audição que nos comunicamos com o mundo e este conosco, desenvolvendo nossa identidade, sentimentos, vínculos sociais, relações com outras pessoas e ainda manifestando nossos anseios e necessidades.
A surdez, segundo pesquisas, não afeta a capacidade intelectual do sujeito nem a sua habilidade para aprender. Uma criança surda perde a estimulação linguística que tem uma ouvinte, e o atraso em aprender uma língua pode ocasionar o atraso escolar. Isso é resolvido se a criança tiver acesso à língua de sinais o quanto mais cedo possível.
O termo deficiente auditivo é mais usado na área de saúde. Em educação utiliza-se Surdo, com inicial maiúscula, onde ele é visto como parte de um povo com cultura e características próprias.
A família é o núcleo inicial e a base do desenvolvimento da criança. É a família que dá o significado das coisas e do mundo e através desse significado a criança vê e participa do mundo em que vive.
Famílias ouvintes que recebem em seu meio uma criança surda, sentem muito medo, frustração e culpa, fazem o que podem na esperança de que a criança possa ouvir. Os casos de famílias que buscam aprender a Libras são raros e acabam criando uma “linguagem doméstica”, usando muitas vezes o “apontar” e a comunicação fica muito restrita e o aprendizado da criança Surda é prejudicado pela falta de informação.
A família espera por mais apoio e aceitação da sociedade, que procura um modelo de pessoa, esquecendo que todos nós temos nossas limitações, interesses próprios, necessidades e personalidade, ou seja, cada pessoa é única.
Essa realidade cria uma barreira de comunicação entre a família ouvinte e o filho surdo, dificultando o engajamento do Surdo em práticas de socialização e construção de conhecimento.
A criança surda que não consegue ser entendida pode se tornar agressiva e se irritar, pois não consegue ouvir os sons e se comunicar como outros.
Contudo, as crianças surdas não precisam da audição para ter um desenvolvimento afetivo, cognitivo e sociocultural satisfatório, mas sim, uma interação natural com seus pais, que por sua vez precisam admitir a realidade de seu filho, que ele faz parte de um grupo cultural conhecidos como Surdos.
O desenvolvimento espontâneo da sua língua, a língua de sinais, propicia uma fácil comunicação, contribuindo desta forma para o seu desenvolvimento linguístico, o que irá facilitar o processo de aprendizagem. Os casos de famílias que buscam aprender a Libras são raros, sendo que a maior parte desconhece a Libras e não buscam aprendê-la.
Visto as questões sociais, culturais e educacionais, os Surdos muitas vezes são vistos pela sociedade não pelas suas potencialidades, mas sim pelas limitações, sendo considerados deficientes e incapazes, e acham que porque eles não ouvem nada, também não sabem nada.
Outros encaram a língua de sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada, com este total desconhecimento não é de se admirar que alguns Surdos se sintam oprimidos e incompreendidos.
O Brasil reconheceu a Linguagem Brasileira de Sinais – Libras, pela Lei n° 10.436/2002, como a língua das comunidades surdas do Brasil, possuindo estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
Segundo a legislação vigente, a Libras constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, vindos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
A Língua Brasileira de Sinais deveria ser obrigatória como qualquer outra disciplina do ensino regular, acabando assim com a discriminação e o preconceito.
O desenvolvimento da linguagem não depende só da audição, mas da oportunidade de comunicar-se de forma adequada. A criança surda pode ter o mesmo aprendizado que uma criança ouvinte contanto que tenha acesso a LIBRAS o mais depressa possível. Assim, fica mais fácil questionar e esclarecer.
Com a Linguagem Brasileira de Sinais, não se está negando a criança surda o direito de se interar na sociedade ouvinte, pelo contrário, usando LIBRAS como primeira língua, desde cedo ela assimilará o conteúdo desenvolvendo-se cognitivamente e emocionalmente. Este processo facilita a aprendizagem do português e oferece bases sólidas para a interação dos Surdos na sociedade.
O surdo percebe o mundo de forma diferenciada dos ouvintes, através de uma experiência visual e faz uso de uma linguagem especifica para isso a língua de sinais. Esta língua é, antes de tudo, a imagem do pensamento dos surdos e faz parte da experiência vivida da comunidade surda. Como artefato cultural, a língua de sinais também é submetida à significação social a partir de critérios valorizados, sendo aprovada como sistema de linguagem rica e independente.
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