Domingo no parque

Domingo no parque

João e José eram melhores amigos, apesar de serem completamente diferentes em todos os aspectos.

Os dois acreditavam que as diferenças é que faziam se darem tão bem. João era pedreiro, másculo, o típico garanhão. José era feirante, franzino e magrelo.

Em um certo domingo, João mudou seus planos. Normalmente, ele ia para a Ribeira jogar capoeira, ou arrumar confusão. Mas naquele domingo ele resolveu ir atrás de mulher, para dar uma variada. Enquanto, José fechava e guardava sua barraquinha. No caminho de casa, resolveu dar uma volta no parque perto da boca do Rio.

José andando pelo parque, viu algo, Juliana a professora do prézinho, o sonho de sua vida, ao lado de João, seu melhor amigo. Ela segurava uma rosa e um sorvete na mão, e os dois riam bobamente, como se fossem namorados. José rapidamente sentiu como se aquele sorvete congelasse seu coração, e os espinhos da rosa lhe ferissem. Ele sangrava por dentro, mas não sabia mais se era de tristeza ou ódio.

A mente de José girou de ódio, Aproximou-se da entrada da roda gigante, e esperou que Juliana e João saíssem. Pegou sua faca que sempre ficava no bolso, e aguardou. Quando os dois apareceram, olharam para José surpresos. Mas não houve tempo para desculpas ou explicações. José investiu contra eles. Primeiro, uma facada no pescoço de Juliana, que caiu morta na mesma hora. Depois, uma facada no coração de João. E enquanto enfiava a faca cada vez mais fundo, tomado por ciúme cometeu um duplo homicídio passional.

Os dois estavam mortos, caídos um ao lado do outro. José tremia olhando os dois, enquanto uma multidão cercava o local e se ouvia a sirene da polícia cada vez mais perto.

No dia seguinte, não teria José na feira, brincando com todo mundo. Nem João na construção, arrumando confusão por pouca coisa. Haveria uma turma de pré sem aula e em luto.

Literatura Brasileira II

Letras – 6º período, manhã