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Exemplo do Colégio Americano College of Reading. Dom Casmurro

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Por:   •  26/8/2014  •  Resenha  •  1.156 Palavras (5 Páginas)  •  284 Visualizações

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Mais leitura

Era uma vez Dom Casmurro!

Um exemplo prodigioso e uma ideia muito simples para o incentivo da leitura vindos de um grupo de alunos, ex-alunos, pais e professores de um colégio paulistano

por Carolina Araújo Garroux*

A concepção da criação de uma agremiação em um colégio, à qual foi dado o nome Clube da Leitura, veio da necessidade de fomentar o hábito da leitura como uma das melhores atividades a serem cultivadas desde a infância até a idade adulta.

O Clube da Leitura foi criado pelos alunos do Ensino Médio do Colégio das Américas, situado na Avenida Francisco Matarazzo, em São Paulo, juntamente com o Coordenador do Ensino Médio da instituição, Wagner Israel. Esses mesmos alunos participam do Guia Projeto de Vida, que são aulas com o intuito de ajudar os alunos com os problemas que poderão encontrar na vida adulta e na escolha da carreira profissional. Por sua vez, o Guia Projeto de Vida foi idealizado por José Ricardo Crocco, professor desse projeto.

Os criadores do Clube da Leitura têm como ideal um colégio onde todos os seus integrantes leiam de tudo e depois possam compartilhar o que leram com outras pessoas, despertando a curiosidade, o interesse e a vontade de ler cada vez mais. É importante ressaltar que, para tanto, não deve existir preconceito com qualquer gênero literário, pois todos são adequados e devem ser lidos conforme a vontade e tempo dos leitores. É esse o lema do Clube da Leitura:

Todo mundo é um leitor... Alguns ainda não encontraram seu livro preferido...

Primeiro passo

O primeiro passo para a realização desse sonho foi dado no dia 10 de março de 2014, na biblioteca do colégio, quando aconteceu a Primeira Reunião Literária, que contou com a presença de alunos e ex-alunos, professores e pais de alunos. A reunião foi introduzida por Wagner Israel, com a história A maior flor do mundo, do livro infantil de José Saramago, no qual o escritor português indaga: “E se as histórias para crianças fossem de leitura obrigatória para os adultos?”. Após a apresentação, os convidados da reunião expuseram livros presentes na sua vida e contaram como surgiu sua paixão pela leitura.

Mariana Trindade, professora de Literatura do Ensino Médio, contou que, durante a infância, sua família tinha o costume de se reunir para que seu pai lesse os livros em voz alta, imitando as vozes dos personagens, tornando este um momento especial e mágico e, assim, surgiu sua paixão pela leitura, a qual cresceu durante a adolescência e perdurou pela vida adulta. A reclamação pelo fato de o livro ter numerosas páginas também foi uma experiência narrada pela professora Mariana, pois a sua experiência profissional permitiu um claro diagnóstico: cem páginas já são consideradas muito para os alunos.

Assim como na casa da infância de Mariana, as crianças escutam histórias de seus pais antes de dormir, narrativas com linguagem simples, como os famosos contos de fadas, fábulas ou aventuras de super-heróis. Os pequenos ficam muito entretidos com o que ouvem e o gosto pela leitura já existe, ainda que não conheçam todas as palavras e seus significados. Logo, não é tão raro ver crianças pequenas com livrinhos – de romances curtos, revistinhas de personagens ou histórias em quadrinhos –, apesar de somente verem as imagens e criarem uma história própria. O problema começa quando, ao entrarem na adolescência, o foco de diversão muda e os livros são cada vez mais colocados de lado.

Aversão à leitura

Mas ao ingressarem no Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano), os alunos começam a ser obrigados a ler obras clássicas da Literatura Brasileira, nas quais a linguagem é de outra época, causando estranheza e dificuldade em entender as palavras e devido a essa dificuldade, se não for trabalhada corretamente, o aluno poderá considerar a leitura entediante, desistindo dela e, consequentemente, não perceberá sua grandeza e importância. Logo, o interessante seria fazer uma “iniciação à leitura”, para que os professores indiquem obras curtas, como contos, crônicas ou pequenas poesias, fazendo a análise de cada uma: explicando as metáforas e “traduzindo-as”, quando necessário, para a linguagem atual. Depois dessa primeira etapa, é sábio aumentar gradualmente a dificuldade da leitura, indicando obras com linguagens mais complexas e com mais páginas. Ou seja, não é viável obrigar uma criança ou pré- -adolescente, que apenas leu contos de fadas durante

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