Metodo Tradiconal
Trabalho Universitário: Metodo Tradiconal. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: greiciele • 30/4/2013 • 3.839 Palavras (16 Páginas) • 382 Visualizações
CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL
CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL
No Brasil, a história da alfabetização tem um enfoque mais visível no que se refere a questões dos métodos, em torno dos quais, especialmente desde o final do século XIX, vêm-se gerando grandes reflexões e discussões relacionadas com "antigas" e "novas" explicações para um mesmo problema: a dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever.
Pode-se afirmar que essa problemática, embora seja um fenômeno reconhecido e denunciado já há várias décadas, só nos últimos vinte anos transformou-se em preocupação prioritária na área educacional do país, pois a sociedade contemporânea busca incessantemente o direito à escolarização e a democratização do acesso à escola, a qual não tem acompanhado a necessária transformação que a torne competente para servir àqueles que vêm conquistando seu direito a ela. O fracasso escolar, especialmente no processo de alfabetização, tornou-se evidente e, de certo modo, ameaçador para a democratização do saber, do acesso e da permanência na escola.
Essa problemática tem se manifestado na multiplicação de trabalhos, pesquisas e publicações apresentados nos seminários, encontros sobre alfabetização, capacitação de professores alfabetizadores, desenvolvimento de projetos e programas nos níveis estadual e municipal e também na área acadêmica e científica. Essas atividades de discussão e pesquisa privilegiam não só as questões pedagógicas, os pré-requisitos para a alfabetização e os métodos de alfabetização, mas essencialmente as perspectiva psicolingüística, a sociolingüística, a propriamente lingüística e a análise e compreensão do contexto histórico, social e político nos quais os sujeitos estão inseridos.
Em decorrência a esses fatores, novas análises, novas reflexões e novas perspectivas pedagógicas vêm enriquecendo os estudos referentes aos processos de alfabetização, para que se possa avaliar o conhecimento já construído e definir novas linhas de pesquisa necessárias, de modo que se avance na busca de alternativas para o grave problema do fracasso da escola em alfabetizar.
Como vimos de longa data, a aprendizagem da leitura e da escrita vem merecendo muitas e muitas páginas de artigos, teses, dissertações, monografias e vários livros publicados. Ainda assim, o problema está aí, exigindo análises e muitas leituras, e é por essa trilha que vou andar, quando decido fazer neste trabalho uma reflexão sobre as questões levantadas frente à aquisição da leitura e da escrita na primeira série do ensino fundamental.
Professores, diretores, supervisoras e ou coordenadoras das escolas, quando convidados a falar de suas inquietações quanto ao processo de alfabetizar, têm afirmado, com freqüência, referindo-se à aquisição da leitura e da escrita, que: [...]”os alunos não gostam de ler e escrever, não compreendem o que lêem, escrevem com muitos erros ortográficos, os textos não têm coerência, textos sem sentido, leitura lenta, presa ao decifrado do texto, estão sempre solicitando ajuda, afirmando não saberem o que fazer”.
Entre estas, muitas outras questões e indagações têm sido formuladas pela equipe da escola. Um breve olhar nas ações observadas na prática de alguns professores me conduz a reflexões que, ancoradas em aportes teóricos pelos quais tenho me orientado, levam–me a novas indagações: “Se é na escola que se ensina e, supostamente, os sujeitos aprendem a ler e escrever, por que, então não aprendem?”, ou será que “não dominam a leitura e a escrita tipicamente escolar, vivenciadas nas práticas repetitivas que na escola se desenvolve ao longo dos anos?”
Essas reflexões abrem-me o caminho para dizer que, neste texto, trago a alfabetização circunscrita a um recorte e uma abordagem didático-pedagógica das concepções de alfabetização centralizadas num tempo, num espaço e circunstâncias bem situadas.
Assim sendo, retomo o fio, para enredá-los na sistematização das concepções dos diferentes métodos e processos de alfabetização.
3.1 – A ALFABETIZAÇÃO E OS MÉTODOS
Com a Revolução Francesa, em 1789, é dado o impulso inicial para que a educação deixe de ser privada e restrita às crianças cujos pais tinham condições de custear as despesas e, segundo Barbosa, em 1880, quase um século depois, já sob os anjipicios do positivismo de augusto Comte, a promulgação das leis fundamentais estabelece as bases da escola pública obrigatória e gratuita.
E é na década de 1880, diz ele, que a escola de Jules Ferry concretiza o modelo escolar de alfabetização tal qual o conhecemos hoje. É nessa época que uma crença vai tomando corpo e fincando suas raízes na história da educação: “escolarizar para alfabetizar”.
3.2- TRADICIONAL
A alfabetização vem sendo, historicamente, associada a modelos prontos e fórmulas mágicas com receitas prontas daquilo que se deve ensinar à criança para que ela aprenda a ler e escrever. Barbosa enfatiza que, do século XVI até o século XIX, a pedagogia, centrada nessa perspectiva, formulou e experimentou todos os sistemas possíveis para o ensino escolar da leitura e da produção da escrita. A escrita precedia a leitura. Ensinavam primeiro as letras, as sílabas e, por fim, as palavras.
As crianças porém ao traçarem as letras, não dizem seus nomes, mas o som da letra – método que é conhecido na atualidade, pela maioria dos professores das séries iniciais, como fonético. O método foi criado por Laffore, o qual encontra em seu trabalho um grande problema, problema este também identificado pela maioria dos educadores:a falta de correspondência entre o som e a grafia.
Na seqüência, M. Schuler propõe o método simultâneo de cunho analítico-sintético, utilizando a palavra - chave. Daí surgiram às cartilhas com o I da ilha, o D do dado, o dado de Dagobert, etc. e suas respectivas famílias silábicas.
O método sintético tem como ponto de partida o estudo dos elementos que compõem a escrita: a letra, o fonema, a sílaba. O processo da leitura é considerado como um esquema somatório, sendo que, pela soma dos elementos mínimos – a letra ou a sílaba - a criança aprende a palavra. Pela somatória das palavras, aprende as frases e o texto.
Já o método analítico, contrário ao sintético, parte dos elementos da significação da língua: a palavra, a frase e o texto, sendo que para a análise,
...