NOVA CALIFÓRNIA
Seminário: NOVA CALIFÓRNIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: keziaNB • 20/5/2014 • Seminário • 2.562 Palavras (11 Páginas) • 382 Visualizações
A NOVA CALIFÓRNIA - resumo - LIMA BARRETO - conto
A NOVA CALIFÓRNIA é uma saborosa narrativa satírica em que a cupidez e o ridículo do comportamento nacional andam lado a lado. Parodiando o enredo dos antigos relatos sobre a "corrida do ouro", nas Estados Unidos do final do século XIX.
O Autor monta um cenário em que, além da crítica universal ao comportamento humano, ressalta a pobreza de imaginação e falta de criatividade do Homo Brasilicus.
Um lugarejo do interior do Rio de Janeiro, Tubiacanga, recebe um morador estranho que intriga a todos com seu comportamento arredio. Após algum tempo é admirado por sua generosidade e doçura no trato com as pessoas. O novo morador, Raimundo Flamel, procura as pessoas mais importantes e respeitadas do lugar: O farmacêutico Bastos, o procurador Carvalhaes e o Coronel Bentes para que testemunhassem sua grande descoberta: é capaz de fabricar ouro, tendo ossos humanos como matéria prima. Em seguida desaparece misteriosamente.
Após alguns dias, o cemitério começa a ser assaltado e as sepulturas profanadas. Monta-se uma guarda com moradores voluntários, que matam um dos profanadores (Carvalhaes) e prendem o outro (Coronel Bentes). Bentes revela o nome do terceiro: é o farmacêutico Bastos. Revelado o mistério, as pessoas vão para suas casas, cada uma delas com o pensamento voltado para um só objetivo: a riqueza fácil que resolveria, de imediato, os problemas e atenderia à fantasia de luxo e bem-estar
econômico. Aos poucos, com o passar das horas, a cidade parece voltar à calma. Estão dormindo. Mas qual!... Sorrateiramente os habitantes dirigem-se ao cemitério e buscam reunir a maior quantidade possível de ossos para produzir ouro. Moças sonhadoras e orgulhosas de sua brejeirice, senhoras compenetradas, homens respeitáveis, funcionários públicos, comerciantes e humildes trabalhadores engalfinham-se e escarafuncham as sepulturas em busca da preciosa mercadoria. As máscaras são desvendadas, cada um com sua essência desprezível, reprovável e nem sequer sonhada pelos demais. O tumulto termina em baderna, agressão e mortes. O único a escapar do ridículo da situação é o bêbado contumaz de Tubiacanga que, embriagado com o álcool, não se dá conta ou não quer se envolver em algo tão mesquinho e rigorosamente material. O farmacêutico foge sem revelar o segredo de se transformar ossos em ouro.
O texto parodia o enredo dos antigos contos sobre a "corrida do ouro" no Oeste dos Estados Unidos, a final, transformar ossos humanos em ouro é uma piada macabra para o capitalismo selvagem Raimundo Flamel, o sábio e respeitado, põe à disposição de homens gananciosos (Coronel Bentes e o farmacêutico simbolizam o poder, Carvalhaes é o coletor de impostos) , um conhecimento temível: a riqueza fácil que é possível e está ao alcance das mãos. Para alcançá-la, entretanto, é preciso abdicar-se de valores arraigados como família, tradição, respeito aos antepassados e imagem pública. Sátira às leis cientificas, tão exploradas pela literatura Realista-Naturalista, o texto ri da famosa Lei da Conservação da Matéria, "Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma.". Ossos humanos são transformados em ouro, assim como pessoas aparentemente respeitáveis transmutam-se em seres abjetos, movidos pelo sentimento sórdido da cupidez (um dos sete pecados capitais).
O autor antecipa a postura jocosa e irreverente do inicio do movimento modernista e realiza um texto atraente, bem urdido e com uma fabulação que prende o leitor do principio ao fim, numa linguagem corrente e de fácil assimilação.
Fera Ferida - novela inspirada em Nova Califórnia, Clara dos Anjos e O Homem que sabia javanês
Globo - 20h - de 15 de novembro de 1993 a 16 de julho de 1994
221 capítulos
novela de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares
baseada em tramas e personagens de Lima Barreto
colaboração de Márcia Prates e Flávio de Campos
direção de Denis Carvalho, Marcos Paulo, Carlos Magalhães e Carlos Araújo
direção geral de Denis Carvalho e Marcos Paulo
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Os Bruzundangas LIMA BARRETO - romance
Os Bruzundangas é um romance de Lima Barreto, escritor pré-moderno que fala da Bruzundanga é um país de ficção, localizado nas zonas tropical e subtropical, é um lugar muito parecido com o Brasil, onde se encontra, elites pouco cultas dominando e explorando o povo. Desta forma, o narrador que é um brasileiro que morou uns tempos nesse país, vai fazendo de forma satirizada uma crítica a todas as organizações institucionais e algumas pessoas desse país.
Logo no início da obra, o narrador faz referência à arte de furtar, seguindo sua narrativa crítica contra os samoiedas que é uma escola literária do país que só valoriza o cânone literário, deixando de lado a literatura oral e copiando hábitos e comportamentos de outros lugares que nada se enquadram com o país, como ocorria com a literatura brasileira da época.
Neste país, as pessoas valorizam muito os títulos de nobreza, que está dividida em dois grupos: os doutorais e os palpites, assim chamados porque todos querem ser doutores a qualquer preço, ainda que seja através do palpite de ter sido nobre, para dessa forma poderem usufruir das vantagens sociais que apenas esse grupo desfruta.
Na Bruzundanga, todos que exercem o poder se beneficiam dele de alguma forma e assim, segue o narrador estrangeiro fazendo a crítica a todas as instâncias sociais como a política; a economia confusa que destrói a riqueza do país, que é dominada pelos cafeeiros da província de Kaphet.
Critica a legislação, a Constituição, baseada na de um país visitado por Gulliver, tem uma lei que diz que se a lei não for conveniente à situação ela não é válida, os presidentes, que são chamados de Mandachuvas, assim como os ministros, os heróis e os deputados; também critica o processo democrático que é corrupto; a ciência através da medicina; o exército e a política internacional.
Percebe-se na obra, as semelhanças com o Brasil do passado e ainda mais agravado nos dias atuais.
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