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Neferet

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Por:   •  2/6/2014  •  Tese  •  2.400 Palavras (10 Páginas)  •  231 Visualizações

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Capítulo 1 [Despertada]

NEFERET

Neferet acorda em sua cama com certa irritação e procura tocar Kalona. Mas o braço que ela toca, por mais musculoso que seja não é de Kalona. E esse toque foi tudo o que precisou para que esse homem virasse para ela ansiosamente. Mas ele a irritava. Todos eles a irritavam, porque eles não eram ele.

“Deixe-me…Chronus” Neferet teve que pausar e procurar na sua memória para lembrar o nome ridículo e ambicioso dele.

“Minha Deusa, eu fiz algo para lhe desagradar?” Neferet olhou pra ele.

O jovem Guerreiro de Erebus estava inclinado na cama ao lado dela. Seu rosto bonito se abriu sua expressão disposta, seus olhos água-marinhos eram tão espetaculares no seu quarto quanto eram mais cedo naquele dia quando ela o viu treinar. Ele tinha despertado desejos nela então, e apenas com um olhar convidativo ele foi até ela por vontade própria. E futilmente, mas também ansiosamente, ele tentou mostrar que ele era Deus mais do que apenas em seu nome. O problema era que Neferet dormiu com um imortal, e ela sabia intimamente o tanto que esse Chronus era um impostor.

“Respira” Neferet disse entediada.

“Respira Deusa?” As suas sobrancelhas – decoradas por uma tatuagem que deveria representar força física, mas que para Neferet parecia mais com os fogos de artifício do dia 4 de Julho (dia da independência dos EUA) – franziram em jeito de confusão.

“Você perguntou o que fez para me desagradar e eu te disse. Você respira. E muito próximo a mim. Isso me desagrada. É hora de partir da minha cama” Neferet suspira e abana seus dedos o dispensando.

“Vá agora” Ela quase riu com a expressão de choque e mágoa nele. Será que ele realmente achou que poderia substituir seu consorte divino? Esse pensamento aumentou sua raiva. Nos cantos de sua câmara, sombras dentro das sombras tremiam em antecipação. Isso a agradava.

“Chronus, você me distraiu. E por um pequeno tempo você me deu um pouco de prazer” Neferet o tocou novamente, dessa vez não tão gentilmente. Seus dedos deixaram marcas no seu braço. O jovem guerreiro não se encolheu ou tirou seu braço, ao invés disso ele tremeu com seu toque e sua respiração aumentou. Neferet sorriu. Ela sabia que ele precisava de dor para sentir desejo no momento em que seus olhos encontraram com os dela.

“E lhe daria mais prazer se você me permitisse” Ele disse. Neferet sorriu, ela molhou seus lábios enquanto ela o via olhar pra ela.

“Talvez no futuro, talvez. O que eu necessito de você agora é que me deixe. E é claro, que continue a me reverenciar”.

“Quando poderei mostrar o quanto eu a reverencio… novamente?” A ultima palavra foi dita como uma caricia. E enganosamente, ele procurou tocá-la, como se fosse seu direito a tocar. Como se os desejos dela fossem menos importantes do que as necessidades e desejos dele. Um pequeno eco do passado de Neferet, uma época que ela achou ter enterrado junto de sua humanidade saiu de suas memórias. Ela sentiu o toque de seu pai e até sentiu o cheiro de álcool em sua respiração, assim que a sua infância invadia seu presente. A resposta de Neferet foi instantânea. Ela levantou sua mão do Chronus e tocou as sombras que estavam em sua câmara. As trevas responderam ao seu toque até mais rapidamente do que Chronus. Ela sentiu o frio firme e se banhou na sensação especialmente quando baniu suas memórias.

Com um movimento despreocupado ela lançou as trevas em Chronus, dizendo “Se é dor que você procura, então experimente o meu fogo frio”.

As trevas que Neferet jogou em Chronus penetrou sua pele jovem ansiosamente, cortando em fatias vermelhas o braço que ela acariciou. Ele gemeu, apesar de dessa vez ser mais de medo do que de paixão.

“Agora faça como eu comando. Deixe-me. E lembre-se jovem guerreiro, uma Deusa escolhe quando, onde e como ela é tocada. Não se exceda novamente”.

Com o braço sangrando, Chronus se curvou a Neferet “Sim, minha Deusa”.

“Que Deusa? Seja especifico guerreiro. Eu não desejo ser chamada por títulos ambíguos”.

Sua resposta foi instantânea “A encarnada de Nyx. Esse é seu titulo minha Deusa”.

O olhar dela amoleceu, o rosto de Neferet relaxou em uma mascara de beleza. “Muito bem, Chronus. Muito bem. Vê como é fácil me agradar?” Chronus concordou com a cabeça e com o seu punho no seu coração disse “Sim, minha Deusa. Minha Nyx” e saiu de sua câmara.

Neferet sorriu de novo. Não era importante que ela não era a encarnada de Nyx. Na verdade,

Neferet não tinha interesse de ser colocada como uma encarnada de uma Deusa.

“Isso implica que eu sou menos do que uma Deusa.” Ela disse para as sombras em sua volta.

O que era importante era poder. E se o titulo lhe der a possibilidade da idéia de poder, especialmente com os Guerreiros Filhos de Erebus, esse era a titulo no qual ela seria chamada.

“Mas eu quero mais. Muito mais do que ficar na sombra de uma Deusa” Logo era estaria pronta para o próximo passo. E Neferet sabia que alguns dos Filhos de Erebus seriam manipulados em ficar ao seu lado. Apesar de não ser o suficiente para ganhar uma batalha, mas o suficiente para fragmentar a moralidade dos guerreiros, colocando irmão contra irmão. Homens, ela pensou, tão facilmente enganados pelas máscaras da beleza e título. E tão facilmente usados para a minha vantagem. O pensamento a agradou, mas não foi suficiente para impedi-la de sair da cama. Ela envolveu um lençol em torno dela e moveu para o corredor. Antes de tomar consciência de suas ações ela estava indo para a escadaria que a levava até Kalona. Sombras seguiam Neferet. Imãs das trevas que se moviam atraídos pela sua agitação. Ela sabia que eles moviam com ela. Ela sabia que eles eram perigosos e que se alimentavam da sua incerteza, raiva, sua mente incessante. Mas estranhamente, ela achava a presença deles confortante. Ela pausou apenas uma vez.

“Porque eu estou indo novamente a ele? Porque eu estou o deixando invadir meus pensamentos hoje?” Neferet balançou sua cabeça como se para espantar esses pensamentos. Ela conversa então para as sombras que estavam ali. “Eu vou porque é o que desejo fazer. Kalona é meu consorte. Ele foi severamente ferido. É apenas natural que eu pense nele”.

Com um sorriso contente

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