O COMPANHEIRO DE VIAGEM
Exames: O COMPANHEIRO DE VIAGEM. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AJCAMPOS • 23/1/2014 • 353 Palavras (2 Páginas) • 446 Visualizações
O COMPANHEIRO DE VIAGEM
André, o bom Andrezinho, menino querido e estimado por todos que o
conheciam, achava-se desesperado, banhado em lágrimas, aflito, porque sabia que o seu
extremoso pai estava nos paroxismos finais da vida.
Só ele velava no pequeno e desguarnecido aposento onde jazia o moribundo. A
lamparina acesa derramava amortecida claridade. Era noite alta.
De súbito, o velho, quebrando o silêncio, falou:
– Sempre foste bom filho, André, e, por isso Deus te ajudará na tua peregrinação
pela terra.
Depois, olhou tristemente o filho, pela última vez; fechou os olhos para sempre e
expirou. Estava morto, mas parecia dormir apenas um sono doce, calmo, tranqüilo,
porque morrera serenamente, como um justo, que sempre fora.
André, compreendendo a terrível realidade, chorava amargamente. ajoelhado
junto à cama, tendo entre as suas as mãos do seu amado morto, beijando-as com todo
respeito, deixou-se ficar na mesma posição, sempre a chorar, até que, vencido pelo
sono, exausto de fadiga, adormeceu.
Sonhou. Viu o Sol e a Lua inclinarem-se diante dele. Viu o velho, de perfeita
saúde, sorrindo-se, alegre como outrora, nos seus dias de bom humor. Uma encantadora
mocinha, tendo uma coroa de ouro sobre a bela cabeça ornada de louros cabelos,
estendia-lhe a mão, enquanto seu pai lhe dizia: “Eis tua noiva, André. É a moça mais
formosa do mundo inteiro”.
O menino despertou.
A agradável e radiante visão havia desaparecido. Ninguém se achava a seu lado:
no quarto, só estavam ele e o cadáver.
No dia seguinte enterraram o morto. André acompanhou tristemente o enterro,
lembrando-se que nunca mais havia de ver aquele a quem ele tanto amara, e por quem
tanto fora amado. Ouviu o som da terra caindo sobre o caixão; ouviu os cantos
suavíssimos das preces rezadas. E chorou. As lágrimas fizera-lhe bem, aliviando-o.
Olhou em torno de si. O sol brilhava majestosamente, dourando as árvores
verdejantes, como se quisesse dizer-lhe: “Consola-te, Andrezinho, contempla este céu,
tão azul, tão sereno! É nele que está teu pai rogando a Deus para que sejas eternamente
feliz.”
E, ali mesmo, no cemitério, o mocinho protestou consigo mesmo:
– Prometo que serei sempre bom, porque quero reunir-me,
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