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O Cortiço

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Por:   •  21/6/2014  •  959 Palavras (4 Páginas)  •  309 Visualizações

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CANDIDO, Antonio. O DISCURSO E A CIDADE: “De cortiço a cortiço” São Paulo 1993.Revisão de 1918. ISBN 85-235-0022-7.Equipe de realização: Assessoria editorial de Mara Valles, revisão de Iracema A. Lazari e capa de Ana Luisa Escorel.

*Jouber Rocha

Na análise de “O Cortiço” proposta por Antônio Candido- O discurso e a cidade, o autor vem com a proposta de mesclar a ideia de original e do que é vivenciado pelo autor literário no tocante a originalidade, retrato da realidade e ideologia marcante na criação de obras literárias. A ideia é dizer que embora saibamos que a obra, embora filha do mundo, ela é também a representação de outro mundo segundo a percepção e visão do autor.Nos propõe que ver criticamente a obra é perceber o olhar de quem a fez, mesmo que numa análise critica esta seja “recriação de uma outra”; tendo como ponto de análise que nada nasce de originalidade e que no Brasil estamos permeados pela ideia de cópia. O que vemos aqui é a comparação da obra L’Assommoir, de Émile Zola e “O cortiço” de Aluísio Azevedo em muitos dos aspectos pertinentes a obra em sua estruturação e modelo, entre eles a representação de uma moradia e vivencia social experenciada na vida em cortiço, da representação da vida do trabalhador; em ambos, sobressaem as lavadeiras, as confusões no cotidianos que resultam no encontro entre dois amores, a representação da lei, entre outras. Mas o que percebemos de forma clara, embora que pareça, Aluísio quis reproduzir e interpretar a realidade que o cercava e sob este aspecto elaborou um texto com outra percepção de espaço, com suas complexidades e peculiaridades. O cortiço é tematicamente mais variado e ousado por que Aluísio concentrou no mesmo livro uma série de problemas que Zola dispersou entre vários romances da sua obra cíclica. O interessante está em perceber que a originalidade da obra de Aluísio foi pontuar a coexistência íntima entre a figura do explorado e o explorador numa época que era evidente a própria natureza do país que se configurava como semicolonial.

Aluísio acolhe em sua obra a acumulação de capital, a partir das fases mais primárias e modestas, narra à ascensão do taverneiro João Romão, começando pela exploração de uma escrava fugida que usou como amante e besta de carga, que se mata ao saber que será devolvida a seu “dono”, isso porque uma vez enriquecido precisa abandonar antigos hábitos e reminiscência com o passado ou qualquer coisa que o lembrasse deste; isto tudo para pontuar e chancelar a nova condição social. Não podemos deixar de lado a visão de mundo e a ideologia para época em que fora escrito e que fica digitalizada na obra a visão histórica, bem como suas marcas; entre elas, a visão do negro, de exploração do serviço e mão de obra barata, do Português, do pobre, a ideia de ascensão social e o que chamamos de brasilidade, onde era visto como inferior e por isso se justificava a exploração e degradação do “homem” equiparando o mesmo a um animal. Era comum no Brasil no séc. XIX, como dito humorístico, a ideia de três pês: pão para comer, pano para vestir, pau para trabalhar. Analisava se que o brasileiro daquele tempo com forte tendência para o ócio, favorecido pelo regime de escravidão, encarando o trabalho como derrogação e forma de nivelar por baixo, quase até à esfera da animalidade, como está no dito. Na obra aparece explicito essa ideia de raça, de trabalho, de repulsa pelo português e as relações sociais dentro desse

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