O Mapinguari e a Monstruosidade
Por: carolmoser22 • 21/6/2016 • Dissertação • 309 Palavras (2 Páginas) • 213 Visualizações
O Mapinguari e a monstruosidade
Existe uma lenda amazônica que relata a presença de um animal gigantesco nas florestas da região. Ele possui muitos pelos pelo corpo, um grande olho na testa e uma boca localizada no umbigo, seria uma espécie de bicho-preguiça da pré-história; perambula pelas matas durante o dia, tem um comportamento aterrorizante, emite muitos gritos e exala um odor muito forte quando se sente ameaçado
O conto desse animal, de proporções imensas, é repassado até os dias atuais entre comunidades indígenas; caçadores e ribeirinhos também comentam entre si a existência do bicho. Ainda não se tem uma confirmação da real origem dessa lenda, todavia, a versão mais difundida é a de que o Mapinguari seria um animal da fauna pré-histórica amazônica, sobrevivendo até hoje nas florestas.
As características presentes no Mapinguari nos remetem a algo grotesco e monstruoso, já que fogem da descrição de algo tido como esteticamente “normal”. E não apenas isso, mas também o seu comportamento difere de outros animais existentes nas florestas, já que ele amedronta e entra em combate com suas vítimas, caso elas resistam a seus ataques. Apesar de seu comportamento agressivo, até mesmo dentro dos parâmetros de animais selvagens, o Mapinguari não é dono de uma monstruosidade moral. Por não ser um híbrido – uma junção de um humano com um animal irracional –, ele não possui os conceitos de comportamentos socialmente aceitos, ou seja, não transgride normas sociais ou culturais, a sua conduta se dá pelo seu instinto.
Como podemos observar, o “bicho-preguiça gigante” não tem em sua essência domínio do que é eticamente certo ou errado, dando a sua monstruosidade um aspecto unicamente estético. O conceito de monstro presente no animal acontece apenas de forma “externa”, devido a sua aparência e agressividade, não alcançando assim uma personalidade imoral, visto que o mesmo não possui consciência de sua forma.
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