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O auto de são lourenço

Por:   •  18/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  873 Palavras (4 Páginas)  •  7.983 Visualizações

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Estudo dirigido – O auto de São Lourenço

  1. Apresentação do enredo geral do auto;

O auto de São Lourenço, composto de 1493 versos, apresenta 867 versos em tupi, 595 em espanhol, 1 em guarani e 40 em português. É uma peça que foi escrita por Pe. José de Anchieta com o objetivo de catequisar os índios no Brasil. O auto é dividido em 5 atos. O primeiro ato é a cena do martírio de São Lourenço, no segundo ato, São Lourenço, São Sebastião e o Anjo da Guarda impedem que o rei dos diabos destrua a aldeia indígena com pecados e vícios. No terceiro ato os servos do Guaixará torturam os responsáveis pela morte de São Lourenço. No quarto ato, o Anjo com o Temor e o Amor de Deus afirma que Deus se sacrificou por todos eles e por isso, deve ser temido e amado. O auto termina no quinto ato com a dança de doze meninos na procissão de São Lourenço.

  1. Características dos personagens;
  1. Guaixará – O Guaixará é o chefe dos diabos e representa a encenação indígena do diabo. É muito seguro de suas atitudes e convicções e possui o papel de ridicularizar os costumes indígenas e é a personificação de tudo que os europeus repudiam. Tem o objetivo de provocar medo nos indígenas e os fazer repudiar seus próprios costumes.
  2. Aimbirê – O Aimbirê é criado do diabo Guaixará. Ele faz a ponte entre o bem e o mal e se vê receoso ao lutar contra o bem por achar que não pode vencê-los facilmente. É apresentado como um animal peçonhento e nojento para que seja temido e repudiado.
  3. São Sebastião – É o santo, padroeiro do Rio de Janeiro, que defende a Igreja e seus costumes, um ‘valente soldado’ que enfrenta os demônios e defende a aldeia.
  4. São Lourenço – É o santo padroeiro da aldeia de São Lourenço que é reconhecido como santo protetor dos índios. É um exemplo de fé cristã e de propagação da mesma e se entrega a essa fé em Deus nos momentos difíceis. Deseja ‘curar’ os índios das doenças do demônio, faze-los ter arrependimento e confessar, para que o padre os abençoe.

  1. O papel da velha;

A ‘velha’ tem o papel de representar um costume indígena que faz parte do ritual de boas vindas, no qual, o visitante era recebido aos prantos e lamentos pelas mulheres e velhas da oca onde se hospedava. O choro junto a Guaixará é um sinal de respeito, no entanto, ao perceber que ele não é digno de sua cordialidade, a velha foge.

  1. Dois exemplos de diálogos humorísticos presentes no auto;

Primeiro diálogo:

ANJO

“Por isso és sujo e enlameias

tudo com teu negro rabo,

Veremos como pateias

no fogo que a gente ateia.

SARAVAIA

Não! Por todos os diabos!

Eu te dou ovas de peixe,

farinha de mandioca,

desde que agora me deixas,

te dou dinheiros aos feixes.” (Anchieta, p.70).

Segundo diálogo:

SARAVAIA

“Ai de mim!

Guaixará, dormes assim,

sem pensar em me salvar?

GUAIXARÁ

Estás louco, Saravaia.

Não vês que Lourenço ensaia

maneira de me queimar?” (Anchieta, p.73).

  1. Comportamento do índio visto como comportamento do diabo;

Primeiro exemplo:

GUAIXARÁ

“Que bom costume é bailar!

Adornar-se, andar pintado,

tingir pernas, empenado

fumar e curandeirar,

andar de negro pintado.

...

Para isso

com os índios convivi.

Vêm os tais padres agora

com regras fora de hora

pra que duvidem de mim.

Lei de Deus que não vigora.” (Anchieta, p.48).

Segundo exemplo:

GUAIXARÁ

“De que recursos usaste

para que não nos fugissem?

AIMBIRÊ

Trouxe aos tapuias os trastes

das velhas que tu instruiste

em Magueá. Que isto baste.

Que elas são de fato más,

fazem feitiço e mandinga,

e esta lei de Deus não vinga.

Conosco é que buscam paz,

no ensino de nossa língua.” (Anchieta, p. 51).

  1. Três palavras ou expressões curiosas, usadas pelos demônios.

AIMBIRÊ

“Os jovens que censuravam

com morubixabas dançam,” (Anchieta, p. 65).

AIMBIRÊ

“Bebem cauim a seu jeito,

como completos sandeus

ao cauim rendem seu preito.” (Anchieta, p. 61).

...

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