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O emprego de vírgula em construções causais e explicativas do português

Por:   •  21/10/2019  •  Projeto de pesquisa  •  479 Palavras (2 Páginas)  •  105 Visualizações

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PARTE 3: PROJETO DE PESQUISA

O emprego de vírgula em construções causais e explicativas do português.

O estudo que é apresentado aqui se baseia no pressuposto de que deve haver uma motivação geral para os diversos usos dos sinais de pontuação e de que essa motivação é textual. É possível estabelecer princípios de emprego da pontuação que possam constituir um quadro teórico coerente e com poder de generalização. Desse modo, estamos não só questionando o apelo a critérios que não se articulam uns aos outros, mas também o excesso de regras a que recorre a gramática tradicional, principalmente quando trata da vírgula. Assim é questionável a forte crença produzida pela gramática tradicional de que o uso dos sinais de pontuação no português brasileiro tem motivações principalmente sintáticas. Com efeito, não vemos por que seria necessário assinalar na superfície do texto determinadas unidades sintáticas. Se às vezes parece que o fazemos é porque, conforme mostram as teorias funcionalistas, o mesmo segmento de uma oração pode ser interpretado de diferentes perspectivas.

É notório que o conjunto de estruturas que focalizamos não condiz com o quadro da gramática funcional estabelecido de acordo com o ponto de vista da tradição, ele inclui construções muito diferentes umas das outras, inclusive construções que as teorias linguísticas podem não reconhecer como coordenadas. Delimitamos, assim, um universo heterogêneo. Não se trata, todavia, de uma escolha inadvertida, mas almejada pelo que ela implica em termos de comparação, permitindo-nos observar a participação dos sinais de pontuação na constituição desse universo. Tal esforço se justifica pela importância do tema, visto que  é possível estabelecer princípios de emprego da pontuação que possam constituir um quadro teórico coerente e com poder de generalização. Desse modo é questionável o apelo a critérios que não se articulam uns aos outros, mas também o excesso de regras a que recorre a gramática tradicional, principalmente quando trata da vírgula. Pois estudar as estruturas coordenadas em função do seu emprego no texto, deve considerar como contribuem para sua organização e desenvolvimento.

Por fim, cabe enfatizar que tal temática vem sendo amplamente estudada na área por Eliane Mourão (2014) em estudo sobre recorreu-se a caracterização proposta por Neves (1999), assumindo-se um ponto de vista que ela chama de pragmático. É interessante concluir que principalmente, à produção textual, pois o que mais importa é o uso dessas estruturas para veicular a noção consecutiva, e não a sua classificação; mostra a renovação da língua e o domínio do falante sobre os recursos linguísticos a sua disposição, já que as diferentes estruturas servem às necessidades comunicativas dos usuários da língua e evidencia que os rótulos previstos na tradição não contemplam todos os usos da língua.

REFERÊNCIAS

Azeredo, José Carlos de. 2008. Gramática Houaiss da língua portuguesa, São Paulo: Publifolha.

Bechara, Evanildo. 1999. Moderna gramática portuguesa, 37a ed., Rio de Janeiro, Lucerna.

Cunha, Celso; Cintra, Luís Lindley Cintra. 1985. Nova gramática do português contemporâneo,

Rio de Janeiro, Nova Fronteira.

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