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O lúdico e a realidade

Por:   •  12/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  751 Palavras (4 Páginas)  •  259 Visualizações

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O lúdico e a identidade, da brincadeira a realidade.

Os textos escolhidos aqui, foram baseados no que Nelly Novaes Coelho menciona em seu livro sobre o assunto, “Jogo lúdico com palavras e idéias” e “ A busca da identidade”. Essas foram as duas tendências escolhidas por nosso subgrupo de três.

Na primeira tendência, a autora Nelly Novaes coelho nos aponta a importância de se explorar o som das palavras, pois a partir do momento que uma palavra é usada com inteligência, trará ao público leitor aqui apresentado, o infantojuvenil, um maior interesse e foco em sua leitura.

Na segunda tendência, “A busca da identidade” (a conscientização do eu em relação ao outro), Nelly Novaes Coelho diz que o leitor procura a sua própria identidade, passando de um simples ser que apenas lê a um participante ativo, buscando sempre descobrir algo que antes julgava não ser possível em seu modo de ler, ou seja, em sua leitura, passa a interagir através de seu imaginário, levando esse leitor ao conhecimento e autoconhecimento.

A palavra, a imagem e o som são aspectos primordiais na poesia, nessas tendências esses aspectos são fundamentais, pois principalmente as crianças menores que são mais atraídas pelo lúdico, a poesia também fará com que essa criança passe a ter uma nova visão de mundo.

Jogo lúdico com palavras e idéias”

1º Poema

CEMITÉRIO ( José Paulo Paes)

“Aqui jaz um leão

chamado Augusto.

Deu um urro tão forte,

mas um urro tão forte,

que morreu de susto.

 

Aqui jaz uma pulga

chamada Cida

Desgostosa da vida,

tomou inseticida:

era uma pulga suiCida.

 

Aqui jaz um morcego

que morreu de amor

por outro morcego.

Desse amor arrenego:

amor cego, o de morcego!

 

Neste túmulo vazio

jaz um bicho sem nome.

Bicho mais impróprio!

Tinha tanta fome

que comeu-se a si próprio”.

2º Poema

O MOSQUITO ESCREVE  (Cecília Meireles)



O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.

O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.

Este mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí, 
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.

Oh! 
Já não é analfabeto, 
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.

Mas depois vai procurar 
alguém que possa picar,
pois escrever cansa, 
não é, criança?

E ele está com muita fome.

3º Poema

ADIVINHA DOS PEIXES ( José Paulo Paes )

Quem tem cama no mar? O camarão.
Quem é sardenta?  Adivinha. A sardinha.
Que não paga o robalo?   Quem roubá-lo.
Quem é o barão no mar? O tubarão.

Gosta a lagosta do lago? Ela gosta.
Quantos pés cada pescada tem? Hem?
Quem pesca alegria? O pescador?
Quem pôs o polvo em polvorosa? A Rosa.
 

A busca da identidade”

1º Poema

FELICIDADE (Martins D’Alvarez)

 

 

Para a gente viver muito

 e sempre feliz viver,

 deve despertar sorrindo

 e sorrindo adormecer.

 

 Deve amar aos semelhantes,

 desconhecer a ambição,

 ter a alma sempre florida,

 sempre aberto o coração.

Deve ser bom e ser justo,

 aos aflitos consolar,

 ajudar a quem precisa,

 sem recompensa esperar.

 

 Fora disto a nossa vida

 nenhuma doçura tem.

 Pois só pode ser feliz

 quem ama e pratica o bem.

2º Poema

O RETRATO DA BISAVÓ (Elias José)

Penteado esquisito
formando um bolo redondo,
furado no meio,
gordo e alto
_ Mamãe diz que é coque.

Sentada comportadinha,
pernas cruzadas,
mãos entrelaçadas,
anéis nos dedos,
colar e brincos combinando
_De pérolas.

No rosto
um jeito estranho
de quem ri
sem rir
com os lábios,
sem mostrar os dentes.

Vestido todo elegante
nem comprido nem curto,
cheio de rendas
e de babados.

Na sala,
Clara olha o retrato
e fala:
_Que pena não ter conhecido a outra Clara!

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