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Por:   •  24/3/2015  •  705 Palavras (3 Páginas)  •  164 Visualizações

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"Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade gera" Oscar Niemeyer

--> Resenha do documentário Oscar Niemeyer - A vida é um sopro

Por Aline Gomiero

“A vida é um sopro. Nasceu, morreu fodeu-se”. Foi a partir dessa declaração audaciosa do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer que o roteirista Fabiano Maciel se inspirou para criar o título do seu documentário: “Oscar Niemeyer - A Vida é um Sopro”.

Trata-se de um longa metragem de apenas 90 minutos, no qual Oscar Niemeyer relata de forma descontraída a trajetória de sua vida. Além disso, ele mostra como revolucionou a arquitetura moderna com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades do concreto armado. Orgulhoso, ele compara suas criações com obras de arte. “De um traço nasceu a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte.”, ele afirma.

A vida é um sopro foi produzida pela Santa Clara Comunicações no verão de 1998 e, posteriormente, quase uma década depois, em 2007. O documentário é montado por imagens de arquivo inéditas e raras, e por depoimentos de personalidades que admiram e conhecem o trabalho do mais famoso arquiteto brasileiro, como o historiador Eric Hobsbawn, os escritores José Saramago, Eduardo Galeano e Carlos Cony, o poeta Ferreira Gullar, o cineasta Nelson Pereira dos Santos e o compositor Chico Buarque. É importante ressaltar que, apesar de um grande trabalho de pesquisa, a base da longa é o próprio Niemeyer.

O arquiteto calcula ter planejado algo em torno de 1000 projetos, sendo que 600 destes foram realizados. Todos os mais importantes, que fizeram de seu nome uma referência mundial, estão presentes no longa: Pampulha, em Minas Gerais, Brasília, a sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a sede do Partido Comunista, em Paris, a Universidade de Argel, na Argélia, o Museu de Arte Moderna de Niterói, no Rio de Janeiro. Desta forma, o filme oferece um amplo painel da carreira e da forma de trabalhar do arquiteto.

Em entrevista concebida para o jornal Correio Brasiliense, o roteirista do documentário, Fabiano Maciel, conta que sua principal dúvida ao decidir produzir a longa era como sintetizar, em menos de uma duas horas de gravação, a vida de uma pessoa que a todo o momento se confunde com a história do Brasil do século XX. Ao dar início ao projeto, ele preparou uma entrevista com cerca de 400 perguntas, porém o arquiteto só respondeu o que o interessava. Ele conta que foi “metralhado” logo na primeira questão. “Eu queria saber sobre uma casa que Niemeyer havia planejado para Oswald de Andrade. Um presente de um modernista para outro modernista. Mas, ele disse: ‘Isso é uma bobagem, não é importante’, lembra Fabiano.

Desta forma, com respostas e declarações diretas, o diretor recolheu matéria prima suficiente para a criação de um dos mais curiosos documentários nacionais recentes. Diante da câmera, o centenário usou incontáveis vezes a palavra merda. Nemeyer é desbocado, franco, crítico e audacioso, porém é consciente de sua importância e dos efeitos que protagonizou. Ele defende o

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