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PASTORAL DOS ÍNDIOS E DOS NEGROS: UM DIÁLOGO ENTRE O PASSADO E O PRESENTE NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA, SOCIAL E CULTURAL DA COMUNIDADE DO LARGO DA VITÓRIA EM RIACHO DE SANTANA – BAHIA.

Por:   •  19/9/2018  •  Monografia  •  10.937 Palavras (44 Páginas)  •  557 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DCH – CAMPUS VI – CAETITÉ

LICENCIATURA PLENA EM LETRAS VERNÁCULAS.

MARIA LÚCIA DE JESUS

PASTORAL DOS ÍNDIOS E DOS NEGROS: UM DIÁLOGO ENTRE O PASSADO E O PRESENTE NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA, SOCIAL E CULTURAL DA COMUNIDADE DO LARGO DA VITÓRIA EM RIACHO DE SANTANA – BAHIA.

Caetité - Bahia

2014

RESUMO

O presente trabalho trata do registro das ações da Pastoral dos Índios e dos Negros de Riacho de Santana, BA (PAINE) numa perspectiva dialógica do passado com o presente através dos aspectos sócio-histórico-culturais da Comunidade Quilombola Urbana do Largo da Vitória localizada no Centro do Município de Riacho de Santana, BA.

Buscamos investigar através da pesquisa o processo da formação histórica da comunidade, bem como compreender a dinâmica socioeconômica e cultural da mesma na contemporaneidade: suas lutas, dificuldades e desafios, problematizando estas questões e tendo como perspectiva a questão racial. Buscamos também refletir sobre o negro como sujeito no processo de desenvolvimento da cidade, a condição e a discriminação como fator determinante na condição socioeconômica e cultural, sua valorização a partir da releitura da história e da cultura do povo negro e a importância das ações da Associação Quilombola da Pastoral dos Índios e dos Negros de Riacho de Santana, BA.

Palavras-chave: Comunidade Remanescente de Quilombos; Associação Quilombola, história oral, cultura, escravos, tradição, contemporaneidade.

ABSTRACT

The present work deals with the registration of the shares of the Pastoral Indians and Blacks Creek Santana, BA (PAINE) a dialogical perspective of the past with the present through the socio-cultural-historical aspects of the Urban Quilombo Community located in Largo Victory center of the municipality of Santana Creek, BA.

We seek to investigate the process through research of the historical formation of the community, as well as understanding the socioeconomic and cultural dynamics of the same nowadays: their struggles, difficulties and challenges, discussing these issues and with the prospect the race issue. We also seek to reflect the black as a subject in the development process of the city, the condition and discrimination as a determinant factor in the socioeconomic and cultural conditions and its recovery from the recovery and reinterpretation of the history and culture of the people and the importance of actions Quilombo Association Pastoral Care of the Indians and Blacks Creek Santana, BA

Keywords: Remnant Community Quilombo; Quilombo Association, oral history, culture, slaves, tradition, contemporaneity.

SUMÁRIO

1 Introdução .............................................................................................................15

2 Seção 1: A questão do negro  ...............................................................................19

  1. . no Brasil ..................................................................................................19
  2. . na Bahia ..................................................................................................23
  3. . em Riacho de Santana, ...........................................................................24

3 Seção 2: A historia da comunidade, .......................................................................35

4 Seção 3: Como os moradores se veem hoje na condição de sujeitos quilombolas................................................................................................................42

5 Considerações Finais .............................................................................................46

Referências Bibliográficas. ........................................................................................47

Apêndices ..................................................................................................................52

Anexos. ......................................................................................................................57

1 Introdução.        

               

Muito tem se discutido sobre o negro no Brasil nos últimos anos. Seus direitos, sua cultura, seus valores.

Analisar a situação dos afrodescendentes na atualidade requer um olhar sobre o passado, o período do regime escravista. No século XVI os portugueses chegam ao local onde hoje é o Brasil, encontram centenas de populações indígenas que vivem nessas terras. Logo no início do processo de colonização surgem os europeus, entram em conflito com os habitantes locais, porém não alcançando integralmente os seus objetivos decidem trazer os negros africanos para serem escravizados. Assim, dá início às relações de trabalho escravista no Brasil. Período que durou três séculos de sujeição para esses povos.

O sistema colonial tinha todo o aparato necessário para atender as exigências do mercado internacional, e a escravidão negra foi decisiva neste processo e para o sucesso do pacto colonialista vale a transgressão da lei que extingue o tráfico negreiro, para fomentar a lavoura de café no sudeste do país. Os negros por sua vez, resistem, fogem para o meio da mata e, em locais de difícil acesso criam os quilombos, sua própria organização social em busca de um ideal coletivo e da liberdade perdida. 

O que são quilombos afinal? Para Munanga apud Georgina Helena Lima Nunes:

Os quilombos nos remetem a vários tempos e espaços históricos: em primeiro lugar, à África do século XVII. A palavra kilombo é originária da língua banto umbundo, que diz respeito a um tipo de instituição sociopolítica militar conhecida na África Central, mais especificamente na área formada pela atual República Dominicana do Congo (Zaire) e Angola (...). Apesar de ser um termo umbundo, constituía-se em um agrupamento militar de jovens guerreiros, composto pelos jaga ou imbangala (de Angola) e os lunda (do Zaire). (MUNANGA apud NUNES, 2010, p.143).

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