Percurso da Linguística Textual
Por: JulianadeCastroG • 20/12/2018 • Resenha • 763 Palavras (4 Páginas) • 194 Visualizações
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB
Disciplina: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS
Professora: Dra. Márcia Helena de Melo Pereira
Aluna: Juliana de Castro Gomes Fernandes
Curso: Letras Vernáculas
Data: 18/12/2018
Resenha do texto “Trajetória da Linguística Textual”. In: KOCH, Ingedore Villaça. Introdução à Linguística Textual. São Paulo: Contexto, 2015.
Resenhado por Juliana de Castro Gomes Fernandes
A Linguística Textual (LT) se desenvolveu como uma área da Linguística a partir da década de 1960, no continente europeu. Desta forma, a LT passou por uma longa trajetória que se dividiu em três fases, a saber: análises interfrásticas e gramáticas de texto; a virada pragmática; e a virada cognitivista. A respeito disso, Ingedore Koch (2015), no início do livro “Introdução à Linguística Textual: trajetória e grandes temas”, apresenta cada uma dessas etapas, de modo que se chegue à terceira fase com um conceito mais abrangente de texto do que o que se tinha nas fases anteriores.
Ingedore Koch foi uma importante linguista da atualidade brasileira. Nasceu na Alemanha, mas mudou-se ainda criança para o Brasil. Foi pesquisadora, escritora e professora titular da Universidade de Campinas (UNICAMP) por cerca de trinta anos. Koch, ao longo de sua vida, publicou diversos livros. Foi e ainda é referência em áreas relacionadas aos estudos do texto e do discurso, tais como linguística textual, cognição e linguística aplicada.
O texto trata, em um primeiro momento, a respeito da primeira fase da LT. Assim, o estudo dos mecanismos interfrásticos era feito de acordo com orientações de cunho ora estruturalista ou gerativista, ora funcionalista. Desta forma, o conceito de texto existente era baseado na correferência, um dos principais fatores da coesão textual, isto é, o texto era visto como o resultado de uma relação entre os termos que se referem a um mesmo tema; um múltiplo referenciamento.
A respeito da tentativa de se construir gramáticas de texto Koch ressalta, ainda na primeira fase, que a base de sustentação desta investida foi a Teoria Gerativa. Assim, os linguistas de formação gerativista tinham a preocupação de construir gramáticas textuais por analogias com as gramáticas da frase. Uma gramática textual tinha como objetivo verificar o que faz com que um texto seja um texto, levantar critérios para a delimitação de textos e diferenciar as várias espécies de textos. Nesse sentido, os linguistas pensaram na existência de uma competência textual justificada pelo fato de que todo falante de uma língua tem a capacidade de identificar a coerência de um texto, parafraseá-lo, resumi-lo, perceber se está completo ou não, intitulá-lo, ou ainda produzir um texto a partir de um título dado, isto é, o texto passou a ser visto como a unidade linguística hierarquicamente mais elevada.
Em seguida, Koch apresenta a segunda fase, a virada pragmática, em que os linguistas passaram a perceber o texto como uma unidade básica de interação humana. Os textos deixaram de ser vistos como produtos acabados, que deveriam ser analisados sintática ou semanticamente, e passaram a ser vistos como elementos constitutivos de uma atividade complexa, ou seja, como instrumento da realização de intenções comunicativas e sociais do falante.
Por fim, a autora evidencia a terceira fase, a virada cognitivista, na qual houve uma mudança de perspectiva em que foi postulada uma nova orientação sobre os estudos do texto a partir da consciência de que toda ação é necessariamente acompanhada de processos de ordem cognitiva, que permitem a integração dos diversos sistemas de conhecimento dos interlocutores. Desta forma, o texto passou a ser considerado como resultado e como processos mentais; uma multiplicidade de operações cognitivas interligadas.
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