Quase Deuses

QUASE DEUSES

Baseado numa história real, o filme Quase Deuses conta a história de Vivien Thomas, no ano de 1930, ano em que o racismo era explícito, já que os negros e os brancos não se misturavam, o chamado multiculturalismo diferencialista, pois reconhecem as diferenças, mas não se misturam, as culturas não interagem entre si. Os ambientes que os negros freqüentavam tinham que ser separados dos ambientes para brancos, as profissões dos brancos eram as de mais destaque e até os bairros eram separados, os negros geralmente moravam nas periferias. Aqui temos também um exemplo claro de multiculturalismo assimilacionista, onde existem culturas diferentes, mas não existe igualdade para todos.

Vivien sonhava ser médico e esse sonho começou a se realizar quando ele perdeu seu emprego de carpinteiro e foi trabalhar na clínica do Dr. Alfred Blalock como faxineiro e lá pôde mostrar seus conhecimentos médicos, estes adquiridos lendo livros de medicina, e suas habilidades com instrumentos cirúrgicos. Então Vivien passou a ajudar o médico nas experiências de laboratório, mas logo veio a notícia de que o banco onde ele guardou suas economias por sete anos para pagar sua faculdade de medicina havia falido e ele perdeu todo o dinheiro.

Era nítida a vocação de Vivien para a medicina, que, apesar das dificuldades, de não ter diploma médico e do preconceito por ser negro realizava experimentos e obtinha sucesso em todos, até cirurgias cardíacas que não existiam na época eles conseguiram realizar com êxito. Mas ele não tinha seu enorme talento reconhecido, nem pelo Dr. Blalock, nem pelos outros médicos e muito menos pela sociedade e todo o mérito das cirurgias que eles realizavam ia sempre para o Dr. Blalock.

Mesmo sem o reconhecimento Vivien não desistiu de fazer o que amava, se tornou um dos maiores profissionais da época e ensinou muitos médicos a realizar a cirurgia do coração. Ele só foi reconhecido muitos anos depois, quando já estava velho, o Dr. Blalock já havia morrido e o racismo estava em queda. Recebeu uma linda homenagem, um doutorado, teve seu retrato exposto ao lado dos retratos de outros médicos e foi muito aplaudido, inclusive por brancos. Um negro da década de 30 que lutou 40 anos até conseguir se tornar um médico respeitado por todos é um belo exemplo de multiculturalismo interativo, onde passou a existir respeito com as diferenças, reconhecimento e valorização de culturas diferentes e o convívio harmonioso entre elas.