Resenha Do Filme A PELE QUE HABITO, De Pedro Almodóvar.
Monografias: Resenha Do Filme A PELE QUE HABITO, De Pedro Almodóvar.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kauanemello • 25/6/2014 • 1.829 Palavras (8 Páginas) • 925 Visualizações
“A Pele que Habito”
Editado em 17 de Agosto de 2011.
Credenciais do autor
Pedro Almodóvar, nascido em 24 de setembro de 1950, é um cineasta, ator e argumentista espanhol, homossexual assumido, diretor e criador de diversos sucessos do cinema como Mulheres à beira de um ataque de nervos (Mujeres al borde de un ataque de nervios), Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre) e Fale com ela (Hable con Ella). Seguidamente indicado e vencedor de premiações importantes como Oscar e Festival de Cannes, Almodóvar conserva um estilo sexista, abordado de maneira ilustre em grande parte de seus filmes.
Resenha
O filme “A Pele que Habito”, de Pedro Almodóvar, aborda a história do cirurgião plástico Robert Ledgard (Antonio Banderas), que após o acidente de carro que deixou carbonizada sua esposa Gal, tenta reestruturar sua pele, criando uma nova resistente a queimaduras e picadas de inseto. Antes de concluir o objetivo, certo dia, Gal, que ficava dia e noite em seu quarto sem ver a luz do dia, abriu a janela para observar sua filha Norma a cantar no quintal, e viu seu próprio reflexo no vidro da janela, a falta de pele e de cabelos. Ficou horrorizada, não suportou tamanho choque, e se matou, jogando-se desta janela para o quintal, na frente da filha, traumatizando a criança até seus últimos dias.
Quando a menina já havia se tornado uma mulher, vivendo a base de tratamento psíquico, Robert decidiu levá-la consigo em uma festa de casamento de conhecidos do médico. Nessa festa, Norma (Blanca Suárez) conhece o jovem Vicente (Jan Cornet), que estava completamente drogado. O garoto a leva para um local afastado da festa e tenta ter uma relação sexual com Norma, que reluta, não entendendo a situação e entrando em estado de choque. A garota começa a gritar e Vicente, na tentativa de “acalmar” Norma, dá um tapa em seu rosto, que a faz desmaiar. Vicente se assusta, veste a garota e foge.
Robert sai da festa à procura de Norma e a encontra desacordada no chão, embaixo de uma árvore. A garota desperta e, apavorada, pensa ter sido abusada por seu próprio pai. Não conseguindo conter os problemas psicológicos da filha, Robert a interna, e sempre que a visita, Norma não o reconhece e se esconde no armário, até o dia de sua morte.
Inconformado com a perda da filha, o médico, que decide colocar a culpa em alguém, procura e sequestra Vicente, torturando-o em seu porão, até o dia em que decide fazer uma cirurgia no rapaz. Robert, com a ajuda de alguns outros médicos, faz um transplante de sexo em Vicente, transformando-o em mulher, sem o consentimento do “paciente”. Continua o mantendo trancado, porém desta vez em um quarto no andar de cima de sua casa. A próxima transformação seria a pele. A mesma pele que um dia Robert planejara reestruturar Gal. Para isso, primeiro o médico teve que queimar a pele natural de Vicente, para enfim criar uma nova pele misturando DNA humano e suíno, resistente a todas as agressões. Apresentou a idéia da pele aos seus superiores, alegando ter feito testes em ratos de laboratório, o que era mentira. A idéia foi rejeitada e Vicente foi mantido em segredo. A única cúmplice de Robert era Marília (Marisa Paredes), sua empregada e, o que mais tarde seria revelado, sua mãe biológica.
Agora mulher, Vicente passou a ser chamado de Vera Cruz (Elena Anaya). Seu rosto foi reestruturado com a nova pele e, coincidentemente, o rapaz ficara idêntico a falecida esposa de Robert, Gal. Também por acidente, o médico acabou se apaixonando por sua “criação”. Vera usava uma “roupa” para modelar e proteger seu corpo e recusava as maquiagens que lhe eram dadas. Escreveu na parede do quarto todos os dias que passou trancada ali, bem como frases, por exemplo, “Respiro, sei que respiro”, “40 minutos fora daqui” e “A arte é garantia de saúde”.
Certo dia, o filho de Marília, Zeca (Roberto Álamo), irmão biológico de Robert (sem o conhecimento de nenhum dos dois), apareceu fantasiado de tigre na casa em que o médico e a empregada viviam. Foragido da polícia, Zeca veio à procura da mãe com o intuito de ter sua face transformada por Robert. Não obtendo sucesso, amordaçou Marília na cozinha e subiu até o quarto de Vera. Reconheceu a semelhança entre esta e Gal, sua amante e esposa de seu irmão, a qual Zeca abandonara queimando no acidente de carro que ambos sofreram no passado. Por Vera ser igual à antiga amante, ele a estuprou e violentou. Robert chegou a casa e viu Marília amarrada a uma cadeira e, nos monitores que mostravam o quarto de Vera, viu a moça sendo abusada sexualmente por Zeca. Subiu até o quarto e atirou no agressor; logo em seguida, abraçou sua amada.
Após o ocorrido, Vera teve liberdade para transitar pela casa. Marília contou-lhe que Robert era seu filho, que ela teve que entregá-lo a sua patroa por esta ser estéril, e que Zeca e Robert eram irmãos. Vera passou a ajudar Marília na cozinha, embora esta sempre recusasse qualquer auxílio da moça. Também passou a dormir no quarto de Robert. Marília a levou às compras dias após isso e, para aquela noite, Vera já tinha seus planos em mente. Estava no quarto com Robert e pediu licença para descer até a cozinha para pegar algo que havia esquecido. Na verdade, pegou um revólver que estava escondido em uma gaveta, subiu ao quarto e atirou em Robert. Marília, que estava dormindo, ouviu o barulho do tiro e, também com um revólver, subiu ao quarto, encontrando o filho morto ao chão. Não avistou Vera, pois esta estava escondida embaixo da cama, e de lá, atirou também em Marília.
Vera abandonou ambos os cadáveres e saiu da casa, em busca de sua mãe. Foi até a antiga loja em que trabalhava quando ainda era Vicente e se revelou a uma antiga amiga chamada Cristina (Bárbara Lennie), que no começo desacreditou, porém após Vera/Vicente relatar coisas que apenas ambos sabiam, chocou-se com o fato de que aquela mulher que recém chegara à loja era mesmo o antigo amigo. Cristina chama a mãe de Vicente (Susi Sánchez) que, de início, não reconhece a bela mulher em sua frente como seu filho desaparecido há seis anos, e este se propõe a explicar à mãe a trágica e macabra história vivida por Vicente na casa de Robert durante muitos anos.
Como diria Marisa Magalhães, de São Paulo: “O filme aborda,
sobretudo, a questão da identidade constituída pelo corpo e pela
psique. Vera é uma personalidade hibrida: se por lado seu corpo
revela um ser feminino, sua psique é masculina. A personagem
Vicente/Vera
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