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Resumo A Hora da Estrela

Por:   •  26/7/2021  •  Resenha  •  999 Palavras (4 Páginas)  •  305 Visualizações

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A Hora da Estrela de Clarice Lispector

A Hora da Estrela” é o último romance da escritora brasileira Clarice Lispector, publicado em 1977. Trata-se de uma obra instigante e original, de cunho autobiográfico, pertencente à Terceira Geração Modernista.

É classificada como um romance intimista, também conhecido como romance psicológico, estilo em que a autora se destaca. Afinal, a obra de Clarice é marcada por suas emoções e sentimentos pessoais.

Resumo do livro A Hora da Estrela

A história é narrada por Rodrigo S.M. (narrador-personagem), um escritor à espera da morte. Ele é uma das peças-chave do livro. Ao longo da obra ele reflete os seus sentimentos e os de Macabéa, a protagonista da obra.

Nordestina órfã de pai e mãe, e criada por uma tia que a maltratava muito, Macabéa é uma alagoana pobre de 19 anos que possui um corpo franzino e só come cachorro quente. Além disso, ela é feia, virgem, tímida, solitária, ignorante, alienada e de poucas palavras.

Quando vai morar no Rio de Janeiro, consegue um emprego de datilógrafa na cidade. Chega a ser despedida pelo patrão, seu Raimundo, que por fim, tem compaixão de Macabéa, deixando-a permanecer com o trabalho.

No Rio de Janeiro, Macabéa mora numa pensão e divide o quarto com três moças. Todas elas são balconistas das Lojas Americanas e chamadas de “as três Marias”: Maria da Penha, Maria da Graça e Maria José.

Um de seus maiores prazeres nas horas vagas é ouvir seu rádio relógio, emprestado de uma das Marias.

Mesmo destituída de beleza, Macabéa (ou Maca, seu apelido) consegue encontrar um namorado, o nordestino ambicioso e metalúrgico Olímpico de Jesus Moreira Chaves. O namoro termina quando Glória, ao contrário de Macabéa, bonita e esperta, rouba seu namorado.

Quando vai à Cartomante, uma impostora chamada Madame Carlota, Macabéa descobre por meia das cartas sua “sorte”. No entanto, ao sair de lá, atravessa a rua muito contente pelas palavras que acabara de ouvir, sendo atropelada por um Mercedes Benz amarelo.

É ali que ocorre sua "hora da estrela", o momento em que todos a enxergam e ela se sente uma estrela de cinema. A obra possui uma grande ironia em seu término, visto que só no momento da morte é que Macabéa obtém a grandeza do ser.

Análise do livro A Hora da Estrela

Em A Hora da Estrela Clarice projeta suas angústias e medos pouco antes de falecer. Isso claro, sem deixar marcada uma de suas singularidades como escritora: o aprofundamento psicológico das personagens.

Assim, projetada na figura do narrador-personagem onisciente fictício, Rodrigo S.M., Clarice termina sua obra expressando seu incômodo sobre a morte:

“E agora — agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre.

Mas — mas eu também?!

Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos.

Sim.”

Na “Dedicatória do autor” Clarice afirma:

"Esta história acontece em estado de emergência e de calamidade pública. Trata-se de livro inacabado porque lhe falta resposta. Resposta esta que alguém no mundo ma dê. Vós? É uma história em tecnicolor para ter algum luxo, por Deus, que eu também preciso. Amém para nós todos.”

Trechos do livro A Hora da Estrela

Para compreender melhor a linguagem utilizada no livro, segue abaixo alguns trechos da obra:

Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de que a vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no corpo, mesmo alma rala como a sua.

Imaginavazinha, toda supersticiosa, que se por acaso viesse alguma vez a sentir um gosto bem bom de viver – se desencantaria de súbito de princesa que era e se transformaria em bicho rasteiro. Porque, por pior que fosse sua situação, não queria ser privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que cairia em grave castigo e até risco de morrer se tivesse gosto. Então defendia- se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco de sua vida para esta não acabar. Essa economia lhe dava alguma segurança pois, quem cai, do chão não passa. Teria ela a sensação de que vivia para nada? Nem posso saber, mas acho que não. Só uma vez se fez uma trágica pergunta: Quem sou eu? Assustou-se tanto que parou completamente de pensar.”

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