Srgento De Milicias
Exames: Srgento De Milicias. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: josiane1307 • 5/7/2014 • 411 Palavras (2 Páginas) • 273 Visualizações
O romance Memórias de um sargento de Milícias foi escrito entre os anos de 1852 a 1853 século XIX publicado nos folhetins da Pacotilha.
As memórias de um sargento de Milícia eram o relato "de casos e adaptações vitais de um om a legitimo pícaro, o Leonardo". A grande contribuição de Mário de Andrade para a compreensão dessa narrativa consistiu em enfatizar os laços com a cultura popular brasileira e em filiar as memórias ao gênero cômico-sério e a sátira menipeia que têm suas origens no século três antes de Cristo.
O leitor acompanha a vida de Leonardo pela voz de um narrador extradiegético, que registra com imparcialidade as situações vivenciadas pelo personagem que, poucas vezes, tem voz. A presença de Leonardo é sempre marcada por suas ações, gestos e expressões descritos pelo narrador ou inferidos dos diálogos dos outros personagens. Vistas em sua espacialidade, descritas em sua exterioridade, as situações ou momentos mais desenganadores da vida dos personagens tendem para o cômico.
Para nós, esse é um dado importante que confirma a originalidade das memórias em relação à literatura produzida no século XIX no Brasil. Nela a criança e o adulto disputam com igualdade o espaço romanesco. Basta nos lembrar o episódio da casa dos ciganos, as visitas À casa de D. Maria, a interferência dos meninos na celebração das cerimônias religiosas.
A focalização das situações vivenciadas pelas personagens aponta para um contínuo deslocar – se dos valores oficialmente aceitos ou representativos da ordem social e moral vigente.
As Memórias indicam minuciosamente as novas tendências da evolução do cotidiano brasileiro, mostrando os mais variados tipos sociais em decadência e ascensão nos tempos do Brasil Império. Nada escapa à sagacidade do narrador na apreensão e avaliação das relações de força que se debatiam na província do Rio de Janeiro.
Expressão do gênero romance, e encontramos na teoria do romance polifônico e da carnavalização na literatura explicações que auxiliaram na melhor compreensão do valor desta obra literária e de outras que leremos.
No campo literário brasileiro, em pleno exercício da estética romântica, o eco da cosmovisão carnavalesca. Com essas marcas da cultura popular, com uma linguagem tão expressiva das imagens do contrastante cotidiano da corte brasileira, dos mandatários destituídos de suas posições sociais, com a usa organização em episódios, à semelhança de acontecimentos jornalísticos, o que facilita a leitura, não fica difícil entender porque essa obra teve grande repercussão na segunda metade do século dezenove, quando a maioria dos escritos romanescos estavam impregnados de dramas familiares e amores irrealizáveis.
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