Trabalho De Literatura
Exames: Trabalho De Literatura. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 25051999 • 8/9/2014 • 3.416 Palavras (14 Páginas) • 2.674 Visualizações
O JOGO LÚDICO EM PALAVRAS E IDEIAS.
Os animais-personagens continuam sendo de grande atração para a meninada, principalmente quando colocados em situações cômicas ou insólitas, fora do comum. Situações expressas através de brincadeiras inteligentes com a palavra, seus jogos sonoros, seu duplo sentido, visando o puro entretenimento e prazer.. mas que fazem ver as coisas comuns por outro prisma.
GUARANÁ COM CANUDINHO
Uma vaca entrou num bar / e pediu um guaraná.
O garçom, um gafanhoto, / tinha cara de biscoito.
Olhou de trás do balcão, / pensando na confusão.
Fala a vaca, decidida, / pronta pra comprar briga:
– E que esteja geladinho / pra eu beber de canudinho!
Na gravata borboleta / gafanhoto fez careta.
Responde: vaca sem grana / se quiser, vai comer grama.
– Ah, é? Muge a vaca matreira, / quem dá leite a vida inteira?
– Dou leite, queijo, coalhada, / reclamo ninguém me paga.
Da gravata, a borboleta / sai voando, satisfeita.
Gafanhoto leva um susto, / acreditando, muito a custo.
E serve bem rapidinho, / guaraná com canudinho.
(Sergio Caparelli. Boi da Cara Preta, 1983.)
Ao toparem
Três tigres tagarela
Três tatus
Ficaram tão atarantados
Que tocaram terra
Na própria toca.
(Elias José. Quem Lê com Pressa, Tropeça, 1992.)
Nas Nuvens
– Girraaaffaa!
Ô girraaaffa!
Me escuta aqui!
To cá na terra.
– Não precisa gritar
Sou pescoçuda,
Mas não sou surda.
(Wânia Amarante. Cobras e Lagartos, 1983.)
Ao ver uma velha coroca
Fritando um filé de minhoca,
O Zé Minhocão
Falou pro irmão
“Não achas ir pra toca?”
(Tatiana Belinky. Limerinque, 1987.)
Último Acordo do Violino Solitário
Nada sei sobre a vidinha do
Pernilongo que mato indiferente
Na parede.
Mas desconfio que era a única
Que ele tinha.
(Ulisses Tavares. Caindo no Real, 1984)
Humor Lírico
Um sapo estica a língua / e futrica o céu /
Pensando que as estrela / são moscas de luz.
(Ulisses Tavares. Come-Vento, 1990)
Passarinho Fofoqueiro
Um passarinho me contou / que a ostra é muito fechada, / que a
Cobra é muito enrolada, / que a arara é uma cabeça oca, / que o
Leão marinho e a foca... // Xô, passarinho, chega fofoca!
(José Paulo Paes. É isso ali, 1984.)
A busca da identidade: A conscientização do próprio “eu” em relação com o “outro”
IDENTIDADE
Ás vezes nem eu mesmo / sei quem sou / ás vezes sou / “o meu queridinho”,/ ás vezes sou / “moleque malcriado”. / pra mim / tem vezes que sou rei, / herói voador / caubói lutador, / jogador campeão. / Ás vezes sou pulga, / sou mosca também, / que voa e se esconde de medo e vergonha. / Ás vezes sou Hércules, / Sansão vencedor, / peito de aço, / goleador! / mas o que importa / o que pensam de mim? / Eu sou quem sou, / eu sou eu, / sou assim, / sou menino.
(Pedro Bandeira. Cavalgando o Arco-Íres, 1984.)
Um Rei e Seu Cavalo de Pau
Montado no meu cavalo de pau, / eu vou pra rua. / vou enfrentando os bandidos / e faço e refaço, / desfaço e aconteço. // vou e chocalho o mundo / e ai daquela que duvidar, / daquele que fizer pouco-caso / da minha valentia. / Ai daquele que zombar / de minha força e coragem, / da marcha solta e gostosa / do meu cavalo de pau.
(Elias José. U Rei e Seu cavalo de Pau, 1986.)
Palhaço Riso
Dou cambalhota / Dou piruetas / Faço mil risos / faço careta.
Meu pé é grande, / Meu nariz, bola, / Uso gravata, Uso cartola.
Vivo a dar pulo, / Conto piada. / Espanto o triste / gargalhada.
Se você é alegre, / É meu amigo, / Se está chateado, / Conte comigo.
(Guiomar. Gira Mundo, 1985.)
Equilibrista
Procura-se um equilibrista / que saiba caminhar na linha / que divide a noite do dia / que saiba carregar nas mãos / um fino pote de fantasia / que saiba escalar nuvens arredias / que saiba construir ilhas de poesia / na vida simples de todo dia.
Alerta Solidário: poesia de conscientização humanitária
1 é 5, 3 é 10!
Desce o morro todo dia, / é preciso trabalhar. / Na rua, no mercado, / onde o trabalho pintar!
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