Trabalhos Academicos
Casos: Trabalhos Academicos. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: aguayo • 17/10/2014 • 1.770 Palavras (8 Páginas) • 417 Visualizações
FICHAMENTO
O autor inicia com tópicos para falar sobre o assunto de como falar certo e de falar errado, do nível sociocultural do falante, como perceber o grau de intimidade que existe quando há uma conversa com o interlocutor, as variações etárias e sexuais, de o que vem a ser o português culto, se o português certo e português errado seriam duas línguas diferentes, pois dizem que o português é uma língua muito difícil, afinal onde se fala melhor o português, então, o que faremos com as regras do certo e do errado? E finalmente o autor faz novas perguntas sobre a maneira de falar, principalmente de cada região.
O autor inicialmente fala da questão de falar certo e de falar errado fazendo a pergunta de como a como as línguas naturais como o português funciona na sociedade. Essa pergunta foi formulada pela Teoria da variação e mudança, de acordo com essa teoria a língua é um fenômeno intrinsecamente heterogêneo, justamente por que é usada em nosso dia-a-dia, tendo por consequência de dar conta das muitas situações sociais em que nos envolvemos quando falamos. O locutor e o interlocutor atuam em diferentes espaços, concretamente configurados. Vamos sistematizar um pouco esse lance dos “diferentes espaços”. Imagine um locutor conversando com um interlocutor. Ambos estarão necessariamente localizados nos seguintes eixos espaciais: (1) Espaço geográfico: Quem fala e quem escuta o faz num determinado território geográfico. Descobriu-se que há uma correlação entre a região de origem dos falantes e as marcas específicas que eles vão deixando em sua produção linguística. Portugueses e brasileiros não falam do mesmo jeito, assim como as regiões do Brasil. Esse fenômeno é estudado pela Dialetologia* e pela Sociolingüística*. De todas as variedades do Português, a variedade geográfica é a mais perceptível. Quando começamos a conversar com alguém, logo percebemos se ele é ou não originário de nossa região. (2) Espaço social: Mesmo que considerássemos os falantes do Português originários de uma mesma região, ainda assim sua linguagem vai variar, pois cada falante procede de um segmento diferente da sociedade. Podemos sistematizar o espaço social levando em conta pelo menos três variáveis: (i) nível sociocultural do falante, (ii) sua intimidade com o interlocutor, (iii) sua idade e sexo. Vamos examinar isso de perto.
Sobre o nível sociocultural do falante o autor fala sobre os analfabetos e cidadãos escolarizados não falam exatamente da mesma forma. Analfabetos usam o Português popular, ou variedade não-culta. Pessoas escolarizadas usam o Português culto, ou variedade padrão, aprendidas na escola ou nos ambientes familiares de pessoas que cultivam o hábito da leitura. Assim o autor nos mostra no quadro algumas das diferentes variedades que existem nessas duas combinações.
Quadro 1: características do Português Brasileiro popular e do Português Brasileiro culto
PORTUGUÊS BRASILEIRO POPULAR PORTUGUÊS BRASILEIRO CULTO
PRONÚNCIA DAS VOGAIS E DOS DITONGOS
Ditongação das tônicas seguidas de sibilante no final das palavras: mêis, luiz Essas vogais são preservadas: mês, luz
PRONÚNCIA DAS CONSOANTES
Troca de l por r em final de sílaba e em grupos consonantais: marvado, pranta Manutenção do l: malvado, planta.
MORFOLOGIA
Morfologia nominal e pronominal
Perda progressiva do –s para marcar o plural, que passa a se expresso pelo artigo: os hòmi, as pessoa. Manutenção das regras redundantes de marcação do plural, salvo na fala rápida: os homens, as pessoas
Morfologia verbal
Elevação da vogal temática no pretérito perfeito do indicativo: fiquemo, falemo, bebimu. Manutenção da vogal temática, continuando indistintos o presente e o pretérito: ficamos, falamos, bebemos.
SINTAXE
Simplificação da concordância nominal, expressa apenas pelo determinante (como em as pessoa); essa simplificação se acentua quando o substantivo e o adjetivo vêm no diminutivo
(aqueles cabelim branquim). A concordância é ainda visível quando há saliência fônica diferenciando a forma singular da forma plural, como em as colheres, que tem uma sílaba a mais do que a colhe Manutenção da concordância nominal com redundância de marcas: as pessoas, aqueles cabelinhos branquinhos.
Os níveis de intimidade estão espalhados de diferentes formas caracterizam o espaço social intra-individual produzida segundo esse eixo é denominada registro, em que se reconhece o português informal ou coloquial e o Português formal ou refletido. Falamos inteiramente “à vontade” com nossa família e com nossos amigos. Falamos com mais cuidado, escolhendo as palavras e refletindo mais sobre a impressão que vamos dar quando falamos com pessoas desconhecidas. Em consequência, escolhemos os recursos linguísticos adequados a essas situações.
Outro ponto que o autor mostra e a variação etária e variação sexual que é dada pelo espaço individual, ou seja, por nossa idade e por nosso sexo. A variação que daí resulta é conhecida pelo termo técnico socioletos. A linguagem dos jovens e dos velhos, a linguagem dos homens e das mulheres. Velhos falam como se falava antes, e jovens acolhem as mudanças na língua que serão generalizadas posteriormente. Jovens usam mais gírias que velhos.
Então, o autor coloca em questão de o que vem a ser o português culto, ele diz que ninguém usa o português formal numa situação familiar, ninguém fala como se falava no passado, e assim por diante. Esse é o entendimento que se tem de uma norma geral, de motivação antropológica. Os lingüistas observaram que em face da norma culta as demais variedades sofrem discriminação. O conceito mesmo de norma culta abriga diferentes aspectos que sede vem distinguir. Em trabalhos anteriores, Castilho (1978 e 1980) reconheceu três tipos de norma: a norma objetiva (ou padrão real), a norma subjetiva (ou padrão ideal) e a norma pedagógica (ou padrão das escolas). A norma objetiva é o uso linguístico concreto praticado pela classe culta, socialmente prestigiada, as raízes dessa ascendência são em geral de natureza econômica. A norma subjetiva é o conjunto
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