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Uma Breve História Da Linguística Enfatizando O Século Xvii E Xix Até O Seu Reconhecimento Como Ciência (As 4 Dicotomias De Saussure)

Por:   •  2/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.414 Palavras (6 Páginas)  •  70 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES – CFP UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS – UAL

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA DISCIPLINA: LINGUÍSTICA I

PROFA. DRA. HÉRICA PAIVA

TIARLES DE SOUSA SOARES1

"UMA BREVE HISTÓRIA DA LINGUÍSTICA ENFATIZANDO O SÉCULO XVII E XIX ATÉ O SEU RECONHECIMENTO COMO CIÊNCIA (AS 4 DICOTOMIAS DE SAUSSURE)"

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1 Aluno do curso de Licenciatura Plena em Letras – Língua Portuguesa na UFCG/CFP.

No século XVII, os estudos da linguagem são fortemente marcados pelo racionalismo. Os pensadores da época concentram-se em estudar a linguagem enquanto representação do pensamento e procuram mostrar que as línguas obedecem a princípios racionais lógicos (ORLANDI, 2009, p. 11). O pensamento da Idade Média buscava o universal e o eterno como a verdadeira fonte do conhecimento e não a transitoriedade do terreno. Acreditava-se na existência do princípiios inerentes aos fenômenos terrenos, que serviam à observação empírica. Esses princípios da lógica seriam atingidos pelos mesmos princípios da lógica e da matemática.

Em 1660 é publicada a Grammaire Générale et Rasonnée de Port Royal, ou gramática de Port Royal, de Claude Lancelot e Antoine Arnauld que serviu de modelo para várias gramáticas do século XVII. Era fundamentalmente baseada em análises lógicas dos enunciados. O princípio era o de que a linguagem se funda na razão e, sendo assim, é a imagem do pensamento. Logo, os princípios de análise não se restringiam a uma língua em particular, mas serviam a todas as línguas.

Á mesma proporção cresce o interesse pelos aspectos individuais e particulares que diferenciavam as línguas e nçao por aqueles que as transcediam. Portanto, o interesse estava em encontrar, por meio dos aspectos fisícos da linguagem, a sua sistematicidade.

Entretanto, do contato com outras línguas entre os séculos XVI e XVII, por conta das viagens de descobrimento, novos desafios foram immpostos aos europeus. Cresciam, portanto, o interesse pela grande diversidade das línguas e, consequentemente, pela forma, pois nela estariam os aspectos que diferenciavam uma língua da outra. Ganham mais espaço e são mais bem desenvolvidos os estudos fonéticos e morfológicos e um novo interesse começa a se instaurar: a possibilidade de recuperar o desenvolvimento histórico e a filiação das línguas. Por mais qque os estudiosos empreendessem esforços para se chegar a essa recuperação, sem dúvida, a descoberta, no final do século XVIII, do sânscrito, antiga língua dos hindus, foi determinante para avanço dos estudos linguísticos.

Outro momento importante para a história da linguística é o ´seculo XIX, o da linguística histórica, com as gramáticas comparadas (ORLANDI, 2009, p. 13). Posto isso, é sabido que o século XIX caracterizou-se pelos estudos comparatistas e históricos da língua. Wiillian Jones (1786) foi um inglês responsável por verificar a semelhança existente entre as raízes das formas verbais a as formas gramaticais do sânscrito com o latim e o grego. Sendo assim, Jones lançou a tese de que estas línguas teriam derivado de uma fonte comum que já não existia.

Essa descoberta fez com que desencadeasse, na Europa, os estudos comparativos e históricos, que preconizavam a comparação e a análise dos dados linguísticos de modo

sistemático com base no princípio de que as línguas mudam com o tempo, idependentemente da vontade dos homens, e da forma regular.

A intuição predominante, que repassa todo o século XIX, é a de que as línguas humanas são totalidades organizadas. A preocupação central era como as línguas evoluem, e não como elas funcionam. A ideia era a de que as leis da linguagem se apoximavam das leis físicas, portanto a lingua seria como um organismo natural, vivo e com existência própria, ao qual se aplicariam as leis de evolução de Darwin, logo, idependente dos seus falantes e, como consequência, a Linguística pertenceria ao ramo das ciências naturais.

A descorberta de semelhanças entre essas língua e grande parte das línguas europeias, por meio da comparação da morfologia verbal entre elas, evidenciou empiricamente, na época, uma relação efetiva de parentesco e todos os estudos desenvolvidos contribuíram para a criação do metódo comparativo, fundamental para a linguística histórica.

O metódo histórico-comparativo foi plenamente desenvolvido no século XIX por vários estudiosos. Os neogramáticos preconizavam que a apreensão da natureza das mudanças, a partir das línguas atuais, deveriam ser o objeto dos estudos histórico-comparativos e não o de chegar a língua original hipotética, o indo-europeu. A critica dos neogramáticos aos estudiosos da fase anterior recaía também sobre o fato de estes considerarem as irregularidades percebidas no processo de mudança como eventuais exeções.

Podemos considerar que “A linguística é uma ciência recente: inaugurou-se no começo do século XX” (ORLANDI, 2009, p. 9). Desse modo, o estudo científico da linguagem humana, a linguística, estabeleceu-se como ciência no século XX. Entretando, sabe-se que a história dos estudos da linguagem começa há aproximadamente quatro ou cinco antes da nossa época. É sabido que, durante o século IV a.C., os hindus se dedicaram ao estudo da sua língua, o sânscrito, com o objetivo de evitar que seus textos sagrados, reunidos no Veda, sofressem quaisquer alterações ao serem proferidos nos rituais religiosos daquela cultura. Sendo assim, com base na observação empírica, descreveram minuciosamente o sistema fonético e gramatical daquela língua.

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