'História De Chico Picadinho
Trabalho Escolar: 'História De Chico Picadinho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ernani.dagostin • 20/3/2015 • 2.987 Palavras (12 Páginas) • 1.331 Visualizações
2 HISTÓRIA DE CHICO PICADINHO
Iniciemos o relato do caso de Chico Picadinho, para quem não conhece: Chico Picadinho nasceu em 27 de abril de 1942 na cidade de Vila Velha, Espírito Santo, filho de um homem bem sucedido com sua companheira fora do casamento. Viveu sua infância em uma família desestruturada, diante da constante troca da mãe por novos parceiros e de sua doação como filho a empregados de seu pai.
Seu pai, também Francisco, era um exportador de café, poderoso, bem sucedido, casado e pai de seis filhos. Enérgico e violento, Francisco começou um relacionamento extraconjugal com Nancy. Ela teve dois abortos impostos pelo amante, além de ter sido ameaçada de morte pelo mesmo, antes do nascimento de Chico, que cresceu em meio a um clima de rejeição do pai.
Sempre curioso, o menino Francisco, matava gatos para testar suas sete vidas. Enforcava-os em árvores e afogava-os em vasos sanitários. Apanhava bastante e quase perdeu a mão, ao ser punido com lambadas dadas com as costas de uma faca que o acertou com o lado errado. Verificamos aqui uma das características do Transtorno de Conduta e algumas das características citadas por Clekley: como mentir e não ser sincero, desde a infância.
No colégio era briguento, desatento, dispersivo, irrequieto, indisciplinado e displicente. Aos 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com a mãe e seu, até então, companheiro.
Em 1965, Chico mudou-se para São Paulo, tendo diversas profissões: foi paraquedista, vendedor e corretor de imóveis. Ganhava bem, não tinha horário fixo, o que lhe permitia divertir-se em bares. Assim começou sua vida boêmia, em bares, boates e avenidas da capital, acrescida de orgias noturnas com mulheres diversas, regadas a consumo de álcool e drogas. Frequentava teatros com passe livre cedido por parceiros sexuais, lia Nietzsche e Dostoiévski, experimentava todo tipo de droga e participava de orgias. A agressividade sexual que lhe dava prazer se acentuava cada vez mais. Em uma destas ocasiões é que cometeu seu primeiro crime.
Neste trecho, percebemos algumas das características citadas por Cleckley: apresentava incapacidade para seguir qualquer plano de vida; extremamente, sedutor e possuidor de boa inteligência; demonstra desvios na e da sexualidade com tendências a necrofilia, pedofilia e parafilias diversas e expõe uma vida sexual e trivial pobremente integrada.
3 PRIMEIRO HOMICÍDIO
No dia 2 de agosto de 1966, Francisco Costa Rocha cometeu seu primeiro assassinato seguido de esquartejamento, no apartamento da Rua Aurora no centro de São Paulo, onde morava com um amigo. Como ele vivia uma vida muito boêmia, com muita bebedeira, drogas e mulheres, com o passar do tempo, necessitava fazer sexo, sair e beber todos os dias.
Sua primeira vítima foi a bailarina austríaca Margareth Suida, que tinha 38 anos na época, que era uma conhecida dos amigos de Chico e foi convidada pelo mesmo para saírem juntos.
Após passarem em alguns restaurantes e bares, Francisco a convidou para terem relações sexuais. Assim ela aceitou ir ao apartamento, na época dele e de Caio, amigo dele, cirurgião-médico da aeronáutica. Pela avaliação das roupas de Margareth sobre o pé da cama e sua lingerie colocada na poltrona, ela ficou nua por vontade própria. Os lençóis estavam bagunçados e os cinzeiros cheios de bitucas de cigarros. Pela quantidade encontrada, imagina-se que os cigarros foram consumidos por duas pessoas. Horas se passaram antes que Margareth fosse morta. A relação sexual que tiveram deve ter seguido o padrão de violência que Francisco descreveria como sendo habitual com “certos tipos de mulher”. Ou seja, após algum tempo, ele começou a ter um jeito violento e estrangulou-a com a mão e terminou com o cinto. Após ver Margareth morta no quarto, pensou que deveria sumir com o corpo dali. Tirou o trinco da porta do banheiro para melhor locomoção, levou-a para lá, colocou o corpo de Margareth na banheira e a deitou de barriga para cima.
Usou instrumentos bem rústicos, na realidade, imagina-se que foram os primeiros que viu pela frente: Gilete, tesoura e faca, foram os principais usados. Começou a cortar pelos seios, retirou seus mamilos e depois começou a retalhar o corpo de sua vítima, foi tirando os músculos e cortando nas articulações, a fim de que o corpo ficasse no menor tamanho possível para que ele pudesse esconder.
Este processo a que Francisco submeteu o cadáver da mulher estava mais próximo de uma dissecação, do que de um esquartejamento propriamente dito. Suas partes moles, como seios e músculos, foram recortadas e removidas. Sua pelve também foi retirada. Francisco tentou se livrar de algumas vísceras jogando-as no vaso sanitário, mas mudou de ideia no meio do processo, então foi até a cozinha e pegou um balde de plástico, dentro do qual guardava cada pedaço que cortava. Quando terminou de descarnar boa parte da frente do corpo da vítima, Francisco a virou de bruços, ainda dentro da banheira. Dissecou a metade direita das costas e arrancou um pedaço das nádegas. Demorou cerca de 3 a 4 horas até desmembrar a vítima e colocar suas partes dentro de uma sacola.
Mais uma vez, percebemos que a personalidade dele enquadra-se nos critérios diagnósticos propostos pela CID – 10 para o Transtorno de Personalidade Antissocial: insensibilidade aos sentimentos alheios; atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais; incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldades em estabelecê-los; baixa tolerância à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão, incluindo violência; além de apresentar uma conduta antissocial inadequadamente motivada.
A ação só acabou quando este voltou a si e percebeu o que havia feito instante traduzido por ele em uma entrevista da seguinte forma: “É como se eu tivesse ali vendo, como se não fosse eu, como se eu tivesse vendo uma coisa acontecer. A sensação é essa [...]” Esperou seu colega de quarto chegar e contou-lhe, sem detalhes. Não contou como, nem porque, mas disse que o corpo ainda estava no apartamento e que precisava de tempo apenas para avisar a sua mãe sobre o ocorrido e contratar um advogado. De fato, viajou à procura de sua mãe. Ao chegar, avisou uma amiga e não teve coragem de falar o que realmente acontecera, apenas informando que algo de grave havia ocorrido e pediu-a para avisar sua mãe. Na mesma noite seu amigo o denunciou para polícia. E ao retornar da viagem, três dias depois do assassinato, foi preso e confessou o crime com detalhes ao delegado de homicídios, que havia sido avisado por Caio. Porém, Francisco não soube apresentar um motivo para o assassinato.
No processo
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