A Análise do Comportamento
Por: Raff Oliveira • 11/6/2016 • Relatório de pesquisa • 4.988 Palavras (20 Páginas) • 430 Visualizações
Resumo
A Análise do Comportamento é uma ciência oriunda do Behaviorismo Radical de Skinner (1975), que acredita que o ser humano é fruto de constantes interações com o meio em que está inserido. Não desconsiderando fenômenos internos “mentalistas”, mas atribuindo a eles explicações físicas assim como em fenômenos externos e observáveis. O objetivo é observar “Sniffy: o rato virtual”, um software executável que compilou movimentos de um rato albino real e os digitalizou, tornando-se assim, passível de observação e análise. Porém, o programa só serve para fins didáticos, pois não é carregado com os componentes fundamentais que possibilite pesquisas, iguais as feitas em animais vivos. Os três princípios básicos da Análise do Comportamento foram empregados nesse trabalho: a Observação do sujeito, a Análise das amostras coletadas e a Intervenção nos resultados para a conquista de um comportamento alvo. Isso através de métodos específicos como liberar o alimento logo após o rato realizar comportamentos específicos, não o reforçando quando realizava outros que se distanciavam do comportamento alvo, ou quando lhe foi ensinado a emparelhar um estímulo neutro com um estímulo incondicionado, tornando-o assim, um estímulo condicionado. O treino ainda passou por muitas etapas até a sua conclusão que foi concomitante com o fim da literatura ministrada em sala de aula. Esse experimento foi necessário para a inserção, ou seja, um primeiro contato com o mundo de investigação empírica, requisito para se construir e entender de fato a Análise do Comportamento e suas especificidades.
Palavras-Chave: Skinner; Behaviorismo; Análise do Comportamento; Relatório Científico; Sniffy; Nível Operante; Extinção; Modelagem; Esquemas de Comportamento.
Sumário
Resumo
Sumário
Introdução
Método
Resultados
Discussão
Referências Bibliográficas
Anexos
Introdução
B. F. Skinner (1975), utilizando epistemologias watsonianas (Behaviorismo Metodológico), teoriza uma nova corrente filosófica, denominada Behaviorismo Radical. Nota-se que esta não é a ciência em si, mas dá embasamento teórico e filosófico para a Análise do Comportamento, sendo essa a ciência provinda do Behaviorismo. Procura entender e observar o comportamento humano de forma empírica e sistemática. Não desconsidera a existência de fenômenos considerados mentais, apenas questiona a real função que tais fenômenos (ideias, sentimentos, sonhos, etc.) exercem no comportamento humano, tal como a fidedignidade de suas observações. Conferindo aos eventos privados a mesma característica física dos eventos públicos, negando o mentalismo e adotando o monismo. Resgata-se, reformulada, a introspecção (auto-conhecimento), porém levanta a questão de até que ponto é possível uma auto-observação.
Sidman (1960) afirmou que a Skinner e outros que o sucederam, preferiram realizar seus experimentos com um único sujeito, respeitando a sua individualidade, o seu interacionismo e seu histórico do comportamento. Por vezes preferindo-se utilizar sujeitos não humanos como ratos albinos pelo seu responder simples, passível de controle de variáveis das quais seu comportamento é função, ao invés de sujeitos humanos, pela complexidade de seu responder e pela dificuldade do controle de suas variáveis históricas. E é provindo dessa linha de raciocínio que esse relatório se produz, pois o ensino da abordagem Analítico Comportamental se dá através de laboratório experimental, com um sujeito não humano observado em Nível Operante. Iniciando-se assim, segundo Matos e Tomanari (2000), o ensino de conceitos básicos da Análise do Comportamento, a capacidade de se pensar de forma científica e experimental e a possibilidade de entrar em contato com situações que permitam treinar e desenvolver atitudes de pesquisador.
Em linhas práticas, foi utilizado um software de computador que gravou e digitalizou os movimentos de um rato albino real, o “Sniffy: o rato virtual” (2006), isso por meio de política interna da Universidade. Implicando numa maior manutenção de gastos, já que um sujeito real custaria muito mais à instituição do que o programa de computador e também para estar de acordo com alguns comitês de ética que vem proibindo a experimentação com animais quando já é conhecida essa literatura. O software é somente para uso didático de observação, pois não serve como sujeito de estudo e análise, pois generaliza alguns comportamentos e respostas e não apresenta algumas necessidades fisiológicas de sujeitos vivos, como saciação, cansaço, irritabilidade, etc (Tomanari e Eckerman, 2003).
Utilizando o “Sniffy: o rato virtual” (2006), foi possível observar seus comportamentos na conhecida “Caixa de Skinner”, que também é representada virtualmente. O rato virtual apresenta comportamentos básicos que um rato normal apresentaria, então foi possível uma primeira observação em seu Nível Operante, que se caracteriza pelo nível em que o sujeito opera no ambiente sem qualquer intervenção experimental. Passando por técnicas de emparelhamento de estímulos neutros (som da barra) com um estímulo incondicionados (pelotas), fazendo o rato associar o som com a liberação da comida, técnica essa necessária para o próximo experimento de pressão a barra, onde são reforçados alguns comportamentos e colocas em extinção outros, fazendo assim uma modelagem. Com isso, o rato passa por um processo de Extinção, onde não há mais reforço ao se pressionar a barra. Sendo, então necessário um Recondicionamento, onde novamente a pressão à barra é aprendida, sendo esse comportamento adquirido mais facilmente pelo seu histórico anterior. Depois foi-lhe impelido a Discriminar entre dois tipos de som, um que serviria como estímulo discriminativo para a liberação da pelota e outro como estímulo delta e a não liberação do alimento. Por fim, foram utilizados Esquemas de Reforçamento Intermitentes de Razão.
Nesse experimento com o “Sniffy” foi possível utilizar os três princípios básicos da Análise do Comportamento: Observação, como foi feito durante todo o experimento; Análise, ao computar os resultados e definir os comportamentos (sendo este um passo fundamental para o próximo princípio); Intervenção, onde é necessário agir no ambiente, de modo a modifica-lo para obter um comportamento alvo (Haydu e Souza, 2009).
Método
Sujeito:
O sujeito utilizado para experimento foi o rato virtual Sniffy, do programa “Sniffy Pro For Windows” (2006). Sendo assim, um rato branco padrão oferecido pelo programa.
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