A CONTRIBUIÇÃO DE RENÉ DESCARTES PARA A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA MODERNA – RAIZES FILOSÓFICAS, HISTÓRICAS E EPISTEMOLÓGICAS
Por: 88225535 • 7/3/2016 • Trabalho acadêmico • 1.126 Palavras (5 Páginas) • 6.830 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB)[pic 1]
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - DFCH
CURSO: Psicologia DISCIPLINA: História da Psicologia
DOCENTE: Pedro Ivo das Neves DISCENTE: Marina Rocha Freire
RESUMO: A CONTRIBUIÇÃO DE RENÉ DESCARTES PARA A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA MODERNA – RAIZES FILOSÓFICAS, HISTÓRICAS E EPISTEMOLÓGICAS
Contexto Histórico
No período da Idade Moderna onde a filosofia estava esgotada e a Igreja reinava suprema por todo o mundo medieval, as idéias de Platão e Aristóteles estavam sendo pouco a pouco enterradas sob camadas de comentários cristãos teologicamente corretos, que se opunham às suas teorias.
Após o período Renascentista e a Reforma, há um fim na hegemonia da Igreja. Porém mais de cem anos após esses acontecimentos a filosofia ainda se encontrava inerte, situação que só chegou ao fim com o surgimento de Descartes, que formulou uma filosofia adequada à nova era e que rapidamente se espalhou por toda a Europa. Foi sem dúvida alguma o filósofo mais original surgido nos quinze séculos após a morte de Aristóteles.
Análise do Filme
Descartes (Cartesius, 1974) – Um filme de Roberto Rossellini
O filme é uma biografia do filósofo e matemático René Descartes e a sua contribuição nas diversas áreas do conhecimento humano. O filme inicia retratando a sua educação em um colégio conceituado, de jesuítas, La Fleché, onde monta todo o seu potencial para as ciências.
Ao termino de seus estudos, parte para Paris onde se hospeda na casa de um grande amigo de seu pai, o Sr. Levasseur, onde recebe um convite do Pe. Merssenne, para ir ao convento dos Mínimos, onde ao chegar se depara com uma exposição do sacerdote a respeito da verdade, acentuada pelo filosofo grego Aristóteles. Descartes já de início mostra toda a sua ousadia diante dos estudiosos, comparando os estudos sobre a verdade por Platão, Aristóteles e Epícuro. Passados alguns dias em Paris, decide ir à Holanda, onde se alista ao exercito de Mauricio de Nassau a fim de conhecer outros mundos. Ainda na Holanda o filosofo conhece alguns outros intelectuais que ficam completamente seduzidos por seu conhecimento sobre as ciências.
Retorna a Paris para receber a herança de sua mãe e se depara com uma manifestação da Igreja que acusava o poeta Théophile de Viau de blasfêmia, condenando e queimando seus livros em praça pública.
Mais uma vez convidado pelo sacerdote Merssenne, participa de outra discussão com intelectuais onde apresenta suas idéias sobre a sua mais famosa obra “O Discurso do Método”. Logo depois segue para Deventer onde é convidado a discursar sobre seus estudos. Retorna para a Holanda a fim de fugir de problemas com a Inquisição. Escreve muitos livros e cartas.
Nessa época René perde seu mais fiel criado Bretagne e estabelece ligações com Helene, uma de suas criadas com quem tem uma filha, Francine. Logo após o nascimento da menina, Helene se hospeda na casa de um amigo de Descartes, a pedido do próprio, e recebe regularmente a sua visita. Descartes adorava sua filha e ficou desolado quando ela morreu em seus braços aos cinco anos de idade. Um famoso biografo contou que Descartes ficou desconsolado, passando pelos “mais profundos sentimentos de arrependimento que jamais sentiu em sua vida” (apud Rodis-Lewis, 1998, p.141).
Convidado pela rainha Cristina da Suécia, muda-se para Estocolmo, onde morre de pneumonia um ano depois.
Raízes Epistemológicas
A maior contribuição de Descartes para a história da psicologia moderna foi a tentativa de sanar o problema mente-corpo. Antes dele a teoria predominante afirmava que a mente era capaz de exercer grande influência sobre o corpo, enquanto este exercia pouco efeito sobre a mente.
Descartes acreditava que a relação mente e corpo era igual a relação entre uma marionete e seu manejador. Mas logo se desviou dessa teoria ao descobrir que a relação não era unilateral, mas mútua. Essa proposta, considerada radical no século XVII, teve grande repercussão na psicologia. A idéia revolucionaria de Descartes afirma que a mente e o corpo, embora distintos, são capazes de interagir dentro do organismo humano.
A doutrina das idéias de Descartes também influenciou o desenvolvimento da psicologia moderna. Ele afirmava ser a mente produtora de dois tipos de idéias: as derivadas e as inatas. As idéias derivadas são produtos das experiências dos sentidos, como visão e audição. E as idéias inatas não são produzidas por objetos externos que invadem os sentidos, mas desenvolvidas pela mente ou pelo consciente. Entre as idéias inatas de Descartes estão Deus, o eu, a perfeição e o infinito.
Em meados do século XIX, 200 anos após a morte de Descartes, o pensamento filosófico europeu começava a ser influenciado por um novo espírito: o positivismo. Nessa vertente surge um filosofo francês chamado August Comte que forma sua base no termo e conceito positivista. Comte acreditava que as ciências físicas haviam atingido o estagio positivista, não dependendo mais das forças não-observáveis e das crenças religiosas para explicar os fenômenos naturais. As idéias de Comte eram tão respeitadas que o positivismo tornou-se uma força popular e dominante no final dos anos 1800.
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