A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DA ANATOMIA HUMANA PARA O PSICÓLOGO
Por: Leonardo Rodrigues • 30/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.039 Palavras (9 Páginas) • 1.419 Visualizações
UNIVALE – UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE NÚCLEO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DA ANATOMIA HUMANA PARA O PSICÓLOGO
LEONARDO RODRIGUES MACEDO
Governador Valadares/MG
2018
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como intuito tratar da contribuição que o estudo da anatomia pode trazer para o profissional de psicologia. Afinal de contas, se o psicólogo trata da mente, não seria a anatomia uma disciplina deslocada de contexto? Uma vez que a anatomia trata algo palpável como é o corpo humano, não bastaria a ela figurar apenas em cursos que tratam da saúde física do homem? Enfim, não seria perda de tempo estudar cabeça, pescoço, tronco e membros quando o que realmente interessa ao psicólogo é estudar o comportamento humano e seus processos mentais?
Com este trabalho, buscou-se comprovar a relevância que a anatomia tem para a vida profissional de um bom psicólogo. Durante o trabalho será elencado as relações existentes entre a Anatomia e a Psicologia. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com intuito de aprofundar sobre o que é anatomia e como esta pode contribuir para a psicologia. A seguir será descrito a evolução do cérebro humano, e como este têm se desenvolvido nos últimos anos, proporcionando ao indivíduo capacidade de raciocinar e de sobressair à medida de suas necessidades. Buscou-se entender quais partes do cérebro são mais afetadas quando se trata de doenças psíquicas, e qual parte do cérebro que trabalha as emoções e sentimentos das pessoas, muitas vezes desencadeando doenças físicas afetando o comportamento humano (as chamadas doenças somatopsíquicas), e vice-versa, como emoções e sentimentos desequilibrados que podem levar a doenças físicas (doenças psicossomáticas).
Portanto, o objetivo deste trabalho está em apontar a importância da Psicologia, sendo uma ciência que busca contribuir para o melhor desenvolvimento dos sentidos do indivíduo, para que o mesmo se desenvolva de forma saudável, diminuindo assim os índices de doenças mentais e psicológicas. Ao discorrer do trabalho elencaremos mais sobre a contribuição da anatomia para os estudos da psicologia.
A metodologia adotada para a elaboração deste trabalho foi a da pesquisa bibliográfica, cujas fontes encontram-se listadas na seção final deste estudo. Dessa forma, o presente trabalho é de suma importância visto que a mente humana é uma área de extrema importância para futuros estudos, a fim de contribuir para a melhora da vida humana.
2 DESENVOLVIMENTO
Quando se trata de estudar o cérebro humano instiga muitos pesquisadores a conhecer mais profundo essa parte do corpo humano que carrega tantos mistérios. Percebe-se que é através do cérebro que muitos comandos são transmitidos para que movimentos sejam executados. “Também deve identificar condições favoráveis para a sobrevivência e desenvolver comportamentos que aproximem o indivíduo desses ambientes”. (Rocha, 1999, p. 97). Pode-se observar a evolução do cérebro a partir das respostas altamente elaboradas. A grande tarefa do sistema nervoso é a de identificar ambientes hostis e preparar o indivíduo para fugir ou enfrentar a situação do melhor modo possível.
Através do processo evolutivo do cérebro, se dá a sobrevivência dos indivíduos que criam a capacidade de se posicionar de forma precisa em diversas situações, respondendo de forma rápida a sentimentos de euforia ou de grandes pressões. Com o cérebro, é possível se modificar rapidamente o comportamento diante de condições ambientais adversas e se readaptar. Fica garantida a evolução do próprio individuo sem a necessidade de se esperar por uma nova geração que encontre uma solução adaptativa.
Para Beauregard “opiniões e expectativas são capazes de alterar o sistema neurofisiológico e neuroquímico nas áreas do cérebro relacionadas à percepção, à dor e à emoção”. (Beauregard, 2007, p. 127). Por exemplo, “o uso de placebo em pacientes com transtorno depressivo pode causar alterações neurais semelhantes ao uso de fluoxetina, aumentando o metabolismo da glicose cortical e diminuindo-o nas regiões límbica-paralímbica”. (Mayber, 2002, p. 257). Nos transtornos de ansiedade, o processamento da informação do estímulo ansiogênico vai do tálamo para a amígdala em um processo que não chega à consciência. Para que o indivíduo consiga assimilar essa informação conscientemente, “esse processo precisa de uma via mais longa, que ocorre através de estruturas corticais, possibilitando uma melhor avaliação do estímulo”. (Callegaro e Landeira-Fernandez, 2008, p. 218).
“Há indícios de que a diminuição da atividade nas regiões do córtex pré-frontal esquerdo e do direito está relacionada com déficits no sistema emocional, que é a principal dificuldade dos indivíduos com transtorno de ansiedade”. (Davison, 1999, p. 45). Isso acaba fortalecendo a ideia de que a atividade dessas regiões corticais auxilia na regulação emocional, e que, ao avaliar um estímulo, essas regiões são ativadas.
Com isso, percebe-se que “a ativação do córtex pré-frontal lateral direito é necessária para a modulação de qualquer estado emocional, seja ele positivo ou negativo”. (Beauregard, 2007, p. 45). Porém, a ativação do córtex pré-frontal direito, no caso de sujeitos com determinados transtornos de ansiedade, deve resultar no aumento da vigilância, um atributo peculiar do estado ansioso (Davidson, 1999, p. 53). Segundo Davidson (1999), na depressão, foi identificada uma menor ativação do córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo e do córtex temporal anterior esquerdo, resultando na geração do afeto negativo. Essas regiões são responsáveis pela emoção positiva e pela motivação, e a hipoatividade dessas regiões acarreta problemas comportamentais e emocionais. “Além disso, pacientes com depressão tem o córtex cingulado anterior subgenual e a amígdala com a ativação aumentada”. (Taylor e Liberzon, 2007, p. 85).
Quando o cérebro doente apresenta alterações bioquímicas específicas, que variam dependendo do tipo de problema. Taylor diz que tais alterações já podem ser vistas por meio de exames de neuroimagem. No cérebro humano, há um circuito associado ao humor e ao comportamento. Com as análises, os especialistas são capazes de medir a atividade cerebral do paciente. "Esses exames mostram que algumas áreas do cérebro desses pacientes são desreguladas", detalha (Taylor e Liberzon, 2007, p. 86).
As estruturas cerebrais relativas ao humor estão localizadas na região frontal do cérebro. É um circuito em que o neurônio sai do córtex, vai para as estruturas profundas do cérebro, processa a informação, volta para o córtex e desce para a medula, em um loop. Em portadores de distúrbios psíquicos, esse circuito (chamado de córtico-talamo-cortical) está comprometido em algum nível. Determinadas áreas funcionam demais enquanto outras, de menos, aponta. Medicamentos como a fluoxetina, usada em pacientes com depressão, são uma tentativa de balancear os neurotransmissores desregulados. (Taylor e Liberzon, 2007, p. 85).
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