A Intervenção Psicológica
Por: Felipe Nunes • 20/10/2020 • Trabalho acadêmico • 3.703 Palavras (15 Páginas) • 139 Visualizações
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade de Psicologia
Felipe da Rocha Nunes
Giovanna Rafaela de Oliveira Nóbrega
Heloiza Tomaz da Silva Queiroz
Saulo de Oliveira Melo
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NOS PROCESSOS DE HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL
Betim
2020
Felipe da Rocha Nunes
Giovanna Rafaela de Oliveira Nóbrega
Heloiza Tomaz da Silva Queiroz
Saulo de Oliveira Melo
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NOS PROCESSOS DE HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL
Projeto de Práticas Investigativas apresentado à disciplina supervisionada de Estágio 1 do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito para a obtenção parcial de nota.
Orientador: Fábio Geraldo da Costa
Betim
2020
- TEMA
Intervenção Psicológica nos processos de Hospitalização Infantil - PROBLEMA
De que maneira a intervenção psicológica afeta o processo de hospitalização infantil?
- OBJETIVO GERAL
Relatar a importância da intervenção psicológica durante internação infantil.
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar benefícios relacionados ao auxílio psicológico durante a internação infantil.
• Detectar os danos causados pela ausência da intervenção psicológica.
• Apontar estratégias para a prática efetiva da psicologia no campo da internação hospitalar.
- JUSTIFICATIVA
Muito tem sido dito sobre o impacto causado pela intervenção psicológica no processo de internação infantil. Por se tratar de um processo de mudanças, negativamente visto pelas crianças que passam por isso, é de suma importância o acompanhamento de uma (um) psicóloga (o).
Nos casos de hospitalização infantil, é corrente o surgimento de medo, sentimento de abandono, ansiedade, dentre outros. Elas são submetidas a uma nova rotina, onde são afastadas de seus familiares, amigos e escola. Por isso, é importante enfatizar a intervenção psicológica, que busca melhorar sua enfermidade, aliviando a ansiedade, o medo, e mudar a compreensão da ideia de hospital que elas possuem.
Portanto, a inserção de um acompanhante e seu envolvimento no processo terapêutico é relevante, principalmente, no caso de crianças menores de cinco anos de idade, que exigem maior atenção de seus cuidadores. Alguns autores concordam com a ideia de que a separação da mãe é um fator que provoca efeitos diversos no processo de hospitalização infantil, especialmente, naquelas menores de seis anos de idade que podem se sentir abandonados pela ausência da mãe. Contudo, alterações nas políticas hospitalares durante os últimos anos têm sido eficazes no processo de internação da criança, pois refletem uma atitude modificada em relação aos pais. Muitos hospitais não mais consideram os pais como “visitantes” e enfatizam sua presença durante todo o período de hospitalização da criança.
Várias pesquisas constataram que crianças sem acompanhamento constante de familiares, apresentam um número maior de reações física, portanto, é de grande valor os pais transmitirem uma mensagem de confiança para o enfermo. Uma integração harmoniosa entre eles pode contribuir para uma melhor adaptação e cooperação, ajudando a equipe médica. (OLIVEIRA, 2005, apud VALVERDE, 2010).
Entretanto, deve ser passado para essas crianças segurança para que elas não vejam o Hospital como um lugar “sombrio”, mas sim de maneira mais amena. Tais medidas são necessárias para amenizar os sintomas de ansiedade, medo, sentimento de abandono e outros, especialmente em crianças com doenças crônicas ou graves, que sofrem constantes e longas internações.
Valladares (2003) diz ser imprescindível pesquisar novas metodologias para possibilitar a mudança desta visão de que o hospital é um lugar de dor e sofrimento, sendo uma conveniente estratégia a Arteterapia.
A arteterapia não é mero entretenimento, mas sim uma forma de linguagem que permite a pessoa comunicar-se com os outros. Desse modo, possibilita à criança não só a liberdade de expressão, mas também sustenta a autonomia criativa, ampliando o seu conhecimento sobre o mundo e proporcionando seu desenvolvimento tanto emocional, como social. Por conseguinte, é essencial à vida da pessoa, e pode ser de grande valor para aquelas que apresentam patologias diversas e estão hospitalizadas. (VALLADARES, 2003, p.1).
É na infância que construímos e configuramos nossas primeiras relações sociais, sendo elas na família e na escola. Já as crianças doentes, que muitas vezes se encontram diariamente nos hospitais, constroem tais relações nesse mesmo âmbito: o Hospital. Hoje, torna- se imprescindível a presença de brinquedotecas e afins dentro de hospitais infantis, para assim não interferir no desenvolvimento, tanto pessoal quanto social, dessas crianças. Com isso, elas podem interagir com outras crianças e melhorar o seu ponto de vista quanto aos Hospitais. Ademais, a intervenção psicológica perante a situação de internação infantil, se fundamenta em prevenir, tratar e curar qualquer empecilho que possa surgir durante essa fase hospitalar. (MOZEL et al., 2012).
Em suma, a humanização hospitalar tem buscado aperfeiçoar a qualidade de atendimento em seu ambiente, pensando e focalizando nestas crianças. Salienta-se a melhoria das relações entre o paciente e o profissional responsável. Sendo assim, é importante considerar o desenvolvimento da criança, tratando-as com afetividade sem que prejudique este desenvolvimento de si, da doença e dos outros ao redor, levando em consideração a subjetividade de cada uma delas, e considerando a intervenção psicológica para melhores resultados durante tais procedimentos médicos.
- REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Romano (1987, apud ISMAEL, 2005) o primeiro relato de trabalho psicológico no âmbito hospitalar aconteceu nos cenários do Hospital McLean, fundado em 1818, em Massachussets. Posteriormente, este mesmo hospital dispôs de pesquisas pioneiras da Psicologia Hospitalar. No Brasil, há relatos da atuação de psicólogos hospitalares na década de 1950 (ISMAEL, 2005, p.19).
A psicologia hospitalar tem como desafio minimizar o sofrimento provocado pela hospitalização, pela doença e sua consequente desestabilização emocional, tanto do paciente quanto de seus familiares. (ANGERAMI-CAMON, 2001 apud MOZEL et al., 2012). Quando se trata de uma criança, o desafio pode ser ainda maior, pois o impacto da criança no hospital pode atingir um patamar mais elevado, devido a suas dificuldades de assimilar todo contexto. Decorrente da questão, é frequente que estas crianças apresentem medo, angústia, raiva e ansiedade – fantasias causadas pela falta de informação, de prognóstico ou de tratamento (ANGERAMI-CAMON, 1984 apud MOZEL et al., 2012). Por conseguinte, o hospital é um ambiente totalmente desconhecido para elas e muitas vezes ameaçam o comportamento espontâneo da vida diária.
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