A Libitina do Eu Concetro
Por: Bárbara Cristina • 8/3/2023 • Resenha • 692 Palavras (3 Páginas) • 58 Visualizações
A LIBITINA DO EU CONCRETO: TRADUZIDO NO SOFRIMENTO DE PERDE-SE EM SI E A AGONIA DO SEU TRONCO FAMILIAR.
A obra cinematográfica “Meu Pai/ The Father” apresenta a história de Anthony, um homem, formado em engenharia, de situação ecônomica estável, já visualmente idoso, beirando seguramente seus 70 anos ou mais, que convive com uma doenças neurodegenerativas - síndrome demencial - condição que favorece a perda grave de memória, associada ao fator idade. Outros prognósticos nos levam a entender que o mesmo esta acometido por Doença de Alzaimer – D.A, embora na trama não haja confirmação de diganostico demostra através da sintomalogia uma relação muito proxima com a D.A. que possui sinais especificos, como diversas perdas: de mémoria, noção temporal, tempo e espaço, suas referências...
Avuland et.al. (2004 apud Brasil, 2017) afirma que o envelhecimento humano enquanto integrante do ciclo biológico da vida constitui um conjunto de alterações morfofuncionais que levam o indivíduo a um processo contínuo e irreversível de desestruturação orgânica. É um processo que envolve fatores hereditários, a ação do meio ambiente, a própria idade, a dieta do indivíduo e tipos de ocupações e estilo de vida.
O longa metragem é extremamente forte, com o desafio de expressar o estado de confusão e degradação mental que os pacientes desta e outras patologias similares superam e padecem cotidianamente. Incapazes de discernir esta situação que habitualmente convivem, vivenciam atráves de suas memórias corrompidas pela imaginação, frustações e sentimentos, experienciando a retitude particular única. Assim como aborda também o processo de adoencimento familiar a sua volta. Representado através de Anne, a filha que milita nos cuidados com a pai, convivendo com as frustraçãoes e sentimentos antagônicos e confinantes, e a reestruturação de sua vida e autonomia que foram desgastadas no processo do cuidar.
A atenção aos cuidadores de pacientes demenciados é essencial, pois se reflete em uma melhor qualidade de vida não só para o cuidador, mas principalmente para o paciente. “A melhor ajuda para o paciente é ajudar o cuidador” (Fala de um cuidador, Burns et al., 2003).
Longe de ser cliche ele é bem diferente de outras obras, como a de Julianne Moore – Para sempre Alice, a dinâmica se passa como o telespectador tendo a DA, somos na obra o Anthony. Ele traduz em seus 97 minutos a degração do EU, a destruição de suas memorias, convicções e conceitos. Consolidado a perda evidenciada através dos esquecimentos das escolhas e experiências que o formaram ao longo dos anos, durante o filme a sequência de linearidade temporal segue a confusa mente degradada de Anthony, onde os personagens se misturam aos sentimentos, como o cuidadador da Instituição de longa permanecência – ILP , o Phill e o ex marido da filha, o James, a sucessão de acontecimentos (cenas) repetidos evidência a continualidade das memorias fraguimentadas, causando devastação e insegurança tornando a realidade assustadora. Ele se prente ao apartartamento, local onde se passa maior parte do cenario do filme, para se prender a normalidade e rotina segura, a tradução deste sofrimento, a angustia do olhar vazio, e a regressão das função e atividades mais básicas como vestir-se é limitante, tanto para o paciente quando para seus
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