A Psicodiagnóstico
Por: nandaps1 • 27/8/2018 • Trabalho acadêmico • 2.849 Palavras (12 Páginas) • 155 Visualizações
1INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como finalidade descrever o processo do psicodiagnóstico de L.E de 8 anos, afim de investigar e trazer possíveis resultados relacionados á queixa trazida pela mãe, bem como a demanda investigada que se caracterizou como uma regressão observada através do comportamento da criança, sendo choro constante sem motivo aparente, no decorrer deste relatório apresentaremos as atividades feitas e por fim os resultados.
Para Cunha (2000, p.23) o psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica com proposta de auxilio clinico, que identifica forças e fraquezas do funcionamento psíquico visando comprovar ou não a existência de psicopatologias no sujeito.
Para o processo foi utilizado técnicas como observação, a anamnese, e entrevista com os pais, a fim de verificar seu histórico de vida e onde os sintomas apareciam e como tem se apresentado ao longo de sua vida, seu histórico familiar e meio social.
Assim salientamos que esse trabalho é para fundamentar um diagnóstico infantil e sustentar a prática feita no estágio básico V, detalhando métodos técnicas e explicando o motivo do encaminhamento da criança para a psicoterapia.
1.2 Os objetivos do psicodiagnóstico
O objetivo do psicodiagnóstico segundo Cunha (2000, p.26), vai variar de acordo com a demanda que é o que norteia as hipóteses formuladas inicialmente e ajudam na escolha da bateria de testes, para a obtenção de dados que devem ser relacionados com a história clinica do sujeito.
O psicodiagnóstico pode ter vários objetivos que serão delimitados ao longo do processo, advindo do encaminhamento, queixa e demanda.
O psicodiagnóstico é um processo científico com tempo limitado, que utiliza métodos, técnicas e testes, para entender, identificar e avaliar aspectos específicos do sujeito que ao final de tudo serão comunicados como devolutiva dos resultados (Cunha, 2000).
No psicodiagnóstico existem etapas a serem seguidas como por exemplo: determinar a queixa e ou o encaminhamento, levantar hipóteses, planejar e selecionar instrumentos para a avaliação, integrar os dados e comunicar os resultados (Cunha, 2000).
1.3 O psicodiagnóstico infantil
O psicodiagnóstico infantil segundo Trinca (et al, 2015, p.34) se dá através do encontro de no mínimo 3 partes, o encontro dos pais, criança e psicólogo, existem casos onde podem aparecer mais elementos como a escola, o médico e outros.
Sendo assim o foco do psicodiagnóstico infantil é a criança, cujo uma relação de confiança e acolhimento deve ser estabelecida com a espera de que tal relação possa ser mediada pelo uso de instrumentos psicológicos específicos e haja respostas (Trinca et al, 2015).
No processo do psicodiagnóstico de crianças e adolescentes a coleta de informações divide-se em duas modalidades a entrevista com os pais e depois com a criança, a vantagem da entrevista com a criança é ver sua percepção do processo (Hutzet al 2016, p.206).
Por entender que a criança se difere do adulto com relação a seu mundo interno, sabe-se que seu ego não é maduro suficiente para saber expor por palavras suas angustias e para suportar uma interpretação psicanalítica, sendo assim foram criados métodos diferenciados para acessar a criança e realizar o psicodiagnóstico infantil, o brincar é um deles, a criança utiliza do brincar para se relacionar com o real procurando construir seu mundo interno e a realidade, o brinquedo é então um meio de comunicação da criança, é a ponte entre externo e interno, realidade e fantasia (Cunha, 2000).
1.4 Descrição da queixa
Os dados coletados, e a queixa trazida durante o processo de desenvolvimento do psicodiagnóstico serão aqui apresentados, paciente L.E.S.M de 8 anos de idade, cursando terceiro ano do ensino fundamental, onde a queixa principal trazida no primeiro momento pela mãe seria um choro constante sem motivo aparente e algum grau de dificuldade de aprendizado com a qual a mesma não sabe lidar e tal comportamento já foi por vezes citado pela professora de L E.
A família é composta pela mãe 33 anos, a irmã 04 anos, e o padrasto 29.
O pai biológico não é presente, a separação aconteceu pelo fato do pai ser usuário de drogas, desde então aconteceu uma mudança no comportamento de L.E, que se identificava com a figura masculina do pai, L.E só dormia com o pai e era muito apegado com o mesmo, a gravidez não foi planejada e a mãe sofreu muito com o fato do pai ser usuário, atualmente L.E não tem contato com o pai biológico pessoalmente, o mesmo mora em outra cidade, faz apenas ligações, chama o padrasto de pai.
Nasceu com problemas ortopédicos nas pernas o mesmo foi corrigido logo que começou a andar com 1 ano, falou mais ou menos na mesma época, L.E tem sopro no coração desde que nasceu e faz acompanhamento até hoje, sua alimentação sempre foi normal, mamou e usou fraldas até 2 anos, dorme bem agitado fala ao dormir.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E DESCRIÇÃO DA DEMANDA
No período de desenvolvimento desse trabalho ao longo de 1 semestre, o objetivo foi o processo de fortalecimento de vinculo como o paciente, para um possível diagnóstico advindo de queixas trazidas pela mãe do mesmo, tendo como suporte as técnicas de observação, entrevista lúdica, ludodiagnóstico para que a demanda de fato fosse exposta.
Ao longo deste processo a aplicação de testes se fizeram necessários, usamos o Teste Gestaltico Viso Motor de Bender que tem como objetivo avaliar a maturação percepto- motora através das formas, haja visto que a mãe relata que o mesmo tem alguma dificuldade de aprendizagem, o teste H T P teste de personalidade onde o mesmo pode através do desenho que mais parece uma brincadeira sendo analisado as áreas de conflitos, projeções e sentimentos da criança,também nos utilizamos da técnica do desenho livre, técnica pela qual é possível a expressão dos conteúdos inconscientes e fantasia do sujeito.
Na teoria de Freud (1856-1939) do desenvolvimento psicossocial citada por Schutz (2002) L.E com 8 anos esta na fase da latência, as crianças nessa fase desenvolvem habilidades sociais, valores e relacionamentos com amigos e adultos fora da família, nesse período de latência seus interesses da libido são suprimidos, este é um período de calma nessa época as crianças tendem a ficar preocupadas com as relações interpessoais, o período de latência é um tempo de exploração em que a energia sexual ainda está presente, mas direcionada para outras áreas, como atividades de interações sociais atividades intelectuais, esta é uma importante etapa para o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação e autoconfiança (SCHUTZ et al, 2002).
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