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A Psilocibina

Por:   •  29/3/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.247 Palavras (5 Páginas)  •  76 Visualizações

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Psilocibina

As substâncias psicodélicas cada vez mais deixam de ser um Tabu, atraindo o interesse da mídia nacional e internacional. Universidades no exterior conduzem cada vez mais estudos, e há congressos e simpósios acontecendo em ritmo acelerado. Por que, após mais de 50 anos esquecidas pela ciência, essas substâncias voltaram a atrair tanta atenção? Por um lado, seus resultados terapêuticos comprovados, mesmo para distúrbios sérios, como depressão, trauma, dependência química e ansiedade. E por outro, um mistério que parece ser propulsor desses resultados chamados de Experiência Mística.

A psilocibina é um composto psicodélico encontrado em + de 200 espécies de cogumelos 🍄 principalmente do gênero psilocybe, popularmente conhecido pelo nome de "Cogumelos mágicos". Em geral, os cogumelos popularmente chamados de ‘mágicos’ são aqueles cujos princípios ativos são a psilocibina e a psilocina. O Psilocybe cubensis é um dos mais comuns nas regiões tropicais e pode ser encontrado nos pastos brasileiros

Os efeitos induzidos pelo consumo de cogumelos do gênero Psilocybe são causados pelos princípios ativos Psilocibina (O-fosforil-4-hidróxi-N,N-dimetiltriptamina - alcalóide do grupo indólico) e Psilocina (4-HO-DMT – presente em menor quantidade) de natureza química análoga ao neurotransmissor serotonina (5-HT ou 5-hidroxitriptamina), que atua regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade, emoção, percepção sensorial e importantes funções cognitivas (Shepherd, 1994; Sato, 2011). A ação fisiológica da psilocibina em humanos acontece quando esta se liga aos receptores de serotonina, o que promove maior absorção de serotonina na fenda sináptica, sendo o receptor 5-HT-2A o de maior afinidade. A absorção das substâncias ocorre entre 15 e 40 minutos, com pico de efeito entre 1 e 3 horas e duração total entre 2 e 8 horas.

Os efeitos englobam:

1. sensações de empatia

2. conexão com o Todo

3. alterações nas percepções visuais e noção de espaço

4. sinestesia

5. Experiencias místicas e etc.

Griffiths et al. (2006) realizaram um estudo rigoroso com psilocibina de modo a acessar os efeitos psicológicos agudos e de longo prazo em trinta indivíduos que nunca utilizaram alucinógenos e participantes regulares de religiões e atividades espirituais. O estudo mostrou que a psilocibina foi capaz de ocasionar experiências que são marcadamente similares às experiências místicas clássicas, classificadas pelos voluntários como tendo um sentido pessoal substancial e significância espiritual. Após ingerirem a psilocibina em um ambiente terapêutico seguro, se constatou ainda que as modificações sofridas no humor, afeto e cognição dos sujeitos, após a experiência com a psilocibina, são típicas desta substância e produzem uma série de grandes alterações na percepção subjetiva e no humor lábil. Foi observado também, a longo prazo, elevações nos índices de atitudes positivas, bom humor, sociabilidade e comportamentos assertivos. Cerca de 1/3 reportaram ser sido a experiência mais significativa da vida deles, enquanto 2/3 disseram estar entre as 5 das experiencias mais profundas que já tiveram. Comparado ao Nascimento de um filho e a morte de um parente querido. Os efeitos positivos se mostraram duradouros como demonstram acessos feitos 14 meses após a experiência.

Pesquisas sugerem que a ingestão de psilocibina e psicodélicos similares podem facilitar os sujeitos a experienciar um estado de consciência que podem levá-los à insights e à resolução de profundas questões existenciais e espirituais, durante ou mesmo após a experiência.

o que seria então essa experiencia mística? É definida como um relato pessoal e subjetivo a qual uma pessoa se sente tocada por uma inteligência superior ou uma realidade transcendental e sagrada que traz uma perspectiva transformadora.

Oq acontece dentro do cérebro?

Através do estudo das imagens de ressonâncias magnéticas, durante as sessões de psilocibina percebeu-se que um conjunto de áreas do cérebro são desativadas temporariamente, a “rede neural em modo padrão”, área do cérebro que está relacionada à consciência.

Através de exame de ressonância magnética (iRMF), foi possível perceber que a atividade diminui em regiões centrais do cérebro, como por exemplo o córtex pré-frontal medial (mPFC), conhecido por ser hiperativo em pacientes com depressão e o córtex 43 cingulado posterior (PCC), que tem um papel na consciência e auto-identidade (CarhartHarris, Erritzoe, Williams, Stone, Reed, Colasanti et al. 2012). Os pesquisadores observaram também o aumento da atividade cerebral (Petri et al., 2014). É possível que a hiperatividade nessa rede provoque o padrão de pensamento rígido e insistente característico da depressão e da ansiedade (Grob et al., 2010; Carhart-Harris et al., 2017; Moraes, 2018). Além disso, a capacidade do cogumelo “mágico” em proporcionar uma maior conscientização do presente pode contribuir para o entendimento do porque essas experiências podem assumir função terapêutica.

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