Auto Instrução E Instrução
Casos: Auto Instrução E Instrução. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: caco2284 • 2/12/2013 • 6.408 Palavras (26 Páginas) • 2.090 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
Há 45 anos aproximadamente, o papel da cognição na depressão e na terapia era descrito pela vez na literatura, por Aaron Beck, houve, portanto, um progresso contínuo no desenvolvimento tanto na teoria quanto na terapia.
De acordo com Paulo Knapp e Aaron Beck o termo terapia cognitiva (TC) e o termo genérico terapia cognitivo-comportamental (TCC) são usados com frequência como sinônimos para descrever psicoterapias baseadas no modelo cognitivo, e a partir disso a TCC é usada como um termo mais amplo que inclui tanto a TC padrão quanto combinações teóricas de estratégias cognitivas e comportamentais.
Segundo Beck uma diversidade de abordagens da TCC emergiu ao longo das décadas subsequentes, atingindo vários graus de aplicação, sendo assim, as TCCs podem ser classificadas em três divisões principais:
“1) terapias de habilidades de enfrentamento, que enfatizam o desenvolvimento de um repertório de habilidades que objetivam fornecer ao paciente instrumentos para lidar com uma série de situações problemáticas; 2) terapia de solução de problemas, que enfatiza o desenvolvimento de estratégias gerais para lidar com uma ampla variedade de dificuldades pessoais; e 3) terapias de reestruturação, que enfatizam a pressuposição de que problemas emocionais são uma consequência de pensamentos mal adaptativos, sendo a meta do tratamento reformular pensamentos distorcidos e promover pensamentos adaptativos.”
O treinamento de auto-instrução foi desenvolvido na década de 70 por Donald Meichenbaum, tem ênfase, portanto, nas tarefas graduais, modelagem cognitiva, na orientação do treinamento medicinal e auto reforço.
Skinner (1969) mencionou pela primeira vez o conceito de regras como condições especiais que poderíamos utilizar ao analisarmos o comportamento do ser humano. Denominando então, este comportamento, como um comportamento modelado por contingências.
2. INSTRUÇÃO
As instruções, também denominadas regras, possibilitam ao indivíduo outra forma de aprendizagem, facilitando a aquisição de novos comportamentos. Alguns autores defendem a definição do termo regra como sendo estímulos discriminativos, enquanto outros dizem ser estímulos que alteram a função de outros estímulos. Segundo Rodrigues e Heck (2004), o comportamento governado por regras é aquele controlado por antecedentes verbais que irão especificar as contingências.
De acordo com Rodrigues e Heck (2004), o indivíduo dirigido por regras pode ter reduzida sua sensibilidade comportamental - mudanças de comportamento por meio das percepções nas mudanças das contingências de reforço. Em outras palavras, pode ocorrer de o indivíduo necessitar de nova instrução para que seu comportamento seja alterado frente a nova contingência, pois do contrário o comportamento instruído inicialmente permanecerá.
Em contrapartida, Skinner (1969), afirma que as instruções são geralmente utilizadas de forma a complementar contingências que tenham baixo grau de discriminabilidade. Portanto, a redução da sensibilidade não deve ser considerada inerente às instruções, pois dependem de diversos aspectos. Um desses aspectos seria o grau de contato com a contingência, que é descrito por Rodrigues e Heck (2004) como a discrepância entre a instrução e a contingência, funciona como um reforçador intermitente, que irá determinar a quantidade de reforços obtidos ou o momento em que obtém o reforço. Essa discrepância pode auxiliar a diminuir/eliminar o controle instrucional ou aumentar a sensibilidade comportamental.
O conteúdo das instruções pode determinar a variedade de respostas que o indivíduo pode ter e, assim, afetar o grau de contato com a contingência. Segundo Rodrigues e Heck (), instruções muito específicas podem causar insensibilidade comportamental favorecendo o controle pela instrução, por outro lado, instruções vagas favorecem o controle pelas contingências. Vale ressaltar que, estudos feitos por LeFrancois, Chase e Joyce (1988), mostram que quanto mais instruções e esquemas são expostos ao indivíduo, este torna-se mais sensível às contingências, a isso denomina-se variabilidade comportamental.
A densidade de reforços é outro fator que pode afetar a sensibilidade à mudança, que refere-se "à extensão em que o comportamento sob controle instrucional é reforçado pelo esquema em vigor" (RODRIGUES E HECK, 2004). Newman, Buffington e Hemmes (1995) observaram que "a efetividade do controle instrucional depende da relação entre o comportamento de seguir instrução e suas consequências", evidenciando que as consequências que estabelecem o comportamento e não as instruções em si.
O estudo de Martinez e Ribes (1996), apontam relevância para a história do comportamento de seguir instruções como outra variável que pode contribuir para a insensibilidade. Pode ocorrer algumas situações em que haja discrepância entre a instrução e a relação de resposta-consequência e ainda assim o comportamento de seguir instruções persista, isso sugere que há uma história de reforçamento social para o comportamento de seguir instruções, evidenciando uma competitividade entre reforçadores sociais e naturais.
O grau de discriminabilidade da contingência também exerce influencia sobre a sensibilidade. Os estudos de Newman et. al. (1995) mostram que quando o reforçamento é intermitente há uma porcentagem maior de seguir instrução, contudo a sensibilidade é prejudicada, pois são contingências dificilmente discrimináveis; em oposição ao reforço contínuo, em que o indivíduo mostra um desempenho mais sensível, notando as propriedades tanto reforçadoras como discriminativas.
3. AUTO-INSTRUÇÃO
CAÍQUE
4. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Segundo Rodrigues e Heck (2004), a maneira como o cliente se comporta no consultório é similar à maneira que o mesmo se comporta em seu dia a dia, portanto cria-se a oportunidade de instalar no cliente comportamentos sociais mais adaptativos para que ao progresso da terapia os repertórios aprendidos em sessão sirvam de referencia em seu convívio fora da mesma.
Para Rodrigues e Heck (2004) é evidente que ao utilizar as técnicas de instrução e auto - instrução é mais fácil a aquisição de novos comportamentos, porém o uso excessivo pode reduzir a sensibilidade às mudanças nas contingencias ambientais. Ou seja, diante de uma determinada instrução o cliente passe a emitir
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