Doença Somática

Dejours define “sofrimento invisível” como:

Dejours define sofrimento invisível como um sofrimento não-reconhecido, isso é, não o visualizam, preferem fingir que não está ocorrendo, negando a existência do mesmo. Controlado pelas estratégias defensivas do ser humano, defesas do organismo para impedir que se transforme em patologia. As neuroses, psicoses, depressões, estresses, entre outras variantes são um modo defensivo, o que dificulta a vivência em relação à organização do trabalho podendo então ser convertidas em problemas aparentemente pessoais entre trabalhadores e chefes. Notando-se através do rendimento na produção, em que o trabalhador não consegue manter os ritmos do seu trabalho, e até mesmo de manter seu equilíbrio mental. Para solucionar esse conflito há duas opções, de deixar o trabalho, deixar o posto ou mudar de empresa.

As condições de favorecimento do aparecimento de doenças somáticas.

Os portadores da doença somática são protegidos das neuroses e psicoses. A somatização é encontrada naqueles que apresentam uma crescente desorganização psíquica. Fazendo perderem os componentes afetivos, tendo pouca flexibilidade. Diante disso constituem uma válvula de escape à tensão imposta à economia psocossomática, obtendo a proteção do corpo contra uma sobrecarga comportamental.

Os sinais diretos do medo.

Os sinais diretos do medo normalmente aparecem devido às preocupações relativas à saúde física e sobre as condições de trabalho. Devido ao perigo real do trabalho, e o nível mental, ou seja, o medo dos riscos que podem ocorrer diante as condições físicas e químicas de trabalho. O coeficiente de multiplicação do medo, que é ampliado pelo desconhecimento dos limites deste risco ou pela própria ignorância. Porém todos estão submetidos ao risco, pois ele existe em todo lugar no entanto não torna-se quantificável. E muitas das vezes sofrem efeitos de vigilância, tensão nervosa, de concentração, memorização, o que contribui para o domínio da ansiedade. E uma das causas para contribuição disso é o problema com o sono, o consumo de medicamentos.

As diferentes formas de ansiedade.

Há três tipos de ansiedade: a ansiedade relativa à degradação do funcionamento mental e do equilíbrio psicoafetivo, que é desestruturado por conta da frustração, da revolta e a agressividade provocada pela organização do trabalho, o que pode tornar perigoso o equilíbrio mental dos trabalhadores. A ansiedade relativa à degradação do organismo é o segundo tipo de ansiedade, e resulta do risco que praira sobre a saúde física, em que coloca o corpo em perigo, tendo riscos de sofrer acidente de caráter súbito e de grave amplitude, ou seja, através de queimaduras, ferimentos, fraturas, morte, doenças profissionais ou de caráter profissional, aumento de morbidade, diminuição do período de vida, doenças "psicossomáticas". E até mesmo por causa das más condições de trabalho que afetam a integridade física dos trabalhadores. O terceiro tipo é a ansiedade gerada pela "disciplina da fome". Em que os trabalhadores se sujeitam a viver sobre ameaças contidas no trabalho para sobreviver,