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Durkhim

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Por:   •  5/3/2015  •  1.537 Palavras (7 Páginas)  •  271 Visualizações

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Características do Senso Comum

Os saberes cotidianos e do senso comum de nossa sociedade possuem algumas características que lhes são próprias:

São subjetivos, exprimem sentimentos e opiniões individuais e de grupos, variando de uma pessoa para outra, ou de um grupo para o outro, dependendo das condições em que vivem. Essa subjetividade leva a uma avaliação ou julgamento qualitativo das coisas.

Agrupam-se ou distinguem-se conforme as coisas e os fatos nos pareçam semelhantes ou diferentes.

São individualizadores, cada coisa ou cada fato nos aparece como um indivíduo distinto de outros por possuir qualidades que nos afetam de maneira diferente. Mas também são generalizadores, pois tendem a reunir numa só opinião ou numa só idéia coisas e fatos julgados semelhantes. Em decorrência das generalizações, tendem a estabelecer relações de causa e efeito entre as coisas ou entre os fatos.

Não se surpreendem nem se admiram com a regularidade, constância, repetição e diferença das coisas, mas, ao contrário, a admiração e o espanto se dirigem para o que é imaginado como único, extraordinário, maravilhoso ou miraculoso, tende a vê a investigação cientifica quase como magia, considerando que lida com o misterioso, o oculto, o

incompreensível.

Costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e de medo diante do desconhecido. Por serem subjetivos, generalizadores, expressões de sentimentos de medo e angústia e de incompreensão quanto ao trabalho científico, cristalizam-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar toda a realidade que nos cerca e todos os acontecimentos.

Características gerais da atitude científica

A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Aonde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê como problemas e obstáculos, que precisam ser explicados e, em certos casos, afastados.

Em quase todos os aspectos podemos dizer que o conhecimento científico opõe-se ponto por ponto às características do senso comum:

São objetivos, procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas. A objetividade leva a uma avaliação quantitativa das coisas, busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas que parecem diferentes.

Homogêneo, busca as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas para fatos que nos parecem diferentes.

Generalizador, reúne individualidades sob as mesmas leis, os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que possuem a mesma

estrutura, embora sejam sensorialmente percebidas como diferentes.

Diferenciador, não reúne nem generaliza por semelhanças aparentes, mas distingue entre os que parecem iguais, desde que obedeçam a estruturas diferentes.

Estabelece relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do fato estudado e suas relações com outros semelhantes ou diferentes.

Surpreende-se com a regularidade, a constância, a freqüência, a repetição e a diferença das coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário, são um caso particular do que é regular, normal, freqüente. Distingue-se da magia, afirmando que, pelo conhecimento, o homem pode libertar-se do medo e das superstições, deixando de projetá-los no mundo e nos outros.

Procura renovar-se e modificar-se continuamente, evitando a transformação das teorias em doutrinas e destas em preconceitos sociais.

O trabalho científico é metódico e sistemático

Os fatos ou objetos científicos são construídos pelo trabalho da investigação científica. A investigação científica é um conjunto de atividades intelectuais, experimentais e técnicas, baseadas em métodos que permitem e garantem que a principal marca da ciência seja o rigor.

A ciência diferencia-se do senso comum, porque este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquanto a ciência é baseada

em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é conhecimento que resulta de um trabalho racional.

As três principais concepções de ciência

Três tem sido as principais concepções de ciência ou de idéias de cientificidade: a racionalista (matemática); a empirista (medicina grega e história natural do século XVII); e a construtivista (idéia de razão como conhecimento aproximativo).

A concepção racionalista afirma que a ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus enunciados e resultados, sem deixar nenhuma dúvida.

A concepção empirista afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em observações e experimentos que permitem estabelecer induções e que, ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento.

A concepção construtiva considera a ciência uma construção de modelos explicativos para a realidade e não uma representação da própria realidade.

Diferenças entre a ciência antiga e a clássica ou moderna

A ciência antiga era uma ciência teorética, ou seja, apenas contemplava os seres naturais, não intervia neles ou sobre eles por meios técnicos; já a

ciência clássica não visava só o conhecimento teórico, mas, sobretudo á aplicação prática ou técnica. É mais correto falar em tecnologia do que em técnica.

As mudanças científicas

Houve duas grandes mudanças na ciência. A primeira refere-se à passagem da concepção de ciência racionalista e empirista à construtivista. A segunda mudança refere-se à passagem da ciência antiga (teorética, qualitativa), à ciência clássica ou moderna (tecnologia, quantitativa). Essas mudanças ocorreram, quando julgou-se que a ciência (como a sociedade) evolui e progride.

As noções de evolução e de progresso partem da suposição de que o tempo é uma linha contínua e homogênea, pressupondo continuidade temporal, acumulação causal dos acontecimentos, superioridade do futuro e do presente

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