Emoções
Seminário: Emoções. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: oliveirasthais • 17/9/2014 • Seminário • 2.476 Palavras (10 Páginas) • 610 Visualizações
Emoções
As emoções são mais complexas do que parecem a princípio. À primeira vista, todos nós conhecemos as emoções como sentimentos. Conhecemos a alegria e o medo porque o aspecto sentimento de uma emoção tem muito destaque em nossa experiência.
É quase impossível deixarmos de reparar no aspecto sentimento da emoção quando deparamos com uma ameaça (medo) ou progredimos para uma meta (alegria). Mas, assim como o nariz é apenas uma parte do rosto, os sentimentos são apenas uma parte da emoção.
As emoções são multidimensionais. Existem como fenômenos subjetivos, biológicos, sociais e com um propósito (Izard, 1993). Em parte, as emoções são sentimentos subjetivos, pois nos fazem sentir de determinado modo, tal como zangados (com raiva) ou alegres.
Mas as emoções são também reações biológicas, respostas mobilizadoras de energias que preparam o corpo para adaptar-se às situações que enfrentamos, sejam elas quais forem.
As emoções são também agentes de um propósito, assim como a fome tem um propósito.
A raiva, por exemplo, cria um desejo motivacional de fazer aquilo que, não fosse ela, poderíamos não fazer, tal como combater um inimigo ou protestar contra uma injustiça.
E as emoções são fenômenos sociais. Quando emocionados, emitimos sinais faciais, posturais e vocais reconhecíveis que comunicam aos outros a qualidade e a intensidade da nossa emoção (p. ex., movimentos das sobrancelhas, o tom da voz).
Dado o caráter multidimensional da emoção, parece que o conceito vai esquivar-se a uma definição direta.
A dificuldade de definir a emoção poderia confundir você a princípio, porque as emoções parecem muito imediatas nas experiências do dia-a-dia. Todos sabem como é sentir alegria e raiva.
"Qual é o problema em definir a emoção como ela é?“
O problema é o seguinte: "Todos sabem o que a emoção é, até lhes pedirem que a definam" (Fehr & Russell, 1984).
Nenhuma dessas dimensões em separado — subjetiva, biológica, propositiva ou social — define adequadamente a emoção.
Um sentimento não pode ser equiparado a uma emoção assim como uma expressão facial também não se iguala a uma emoção (Russell, 1995). Na emoção há mais do que apenas um sentimento ou apenas uma expressão. Cada uma dessas quatro dimensões simplesmente dá ênfase a um caráter diferente da emoção
Quatro componentes da emoção
As quatro dimensões (ou componentes) da emoção corresponde a um aspecto em separado da emoção.
O componente sentimento dá à emoção a sua experiência subjetiva, que tanto possui significado como importância pessoal. Tanto na intensidade como na qualidade a emoção é sentida e experienciada em nível subjetivo (ou "fenomenológico"). O aspecto sentimento tem raízes em processos cognitivos ou mentais.
O componente de excitação corporal inclui nossa ativação biológica ou fisiológica, inclusive a atividade do sistema autônomo e do sistema hormonal, pois são esses que preparam e regulam o comportamento corporal adaptativo durante a emoção. A excitação corporal e a ativação fisiológica acham-se tão interligadas com a emoção que é quase impossível tentarmos imaginar uma pessoa com raiva, ou revoltada, sem estar excitada.
Quando sob efeito emocional, nosso corpo fica preparado para a ação, o que é verdade em termos de nossa fisiologia (frequência cardíaca, epinefrina na corrente sanguínea) e de nossa musculatura (postura alerta, punhos cerrados).
O componente propositivo dá à emoção seu estado motivacional (busca de metas), para a execução da ação necessária ao manejo das circunstâncias emocionais enfrentadas. O aspecto propositivo explica por que as pessoas se beneficiam das emoções. Uma pessoa sem emoções estaria em substancial desvantagem social e evolutiva em relação às demais. Imagine por exemplo, a condição desvantajosa de sobrevivência física e social de uma pessoa que não tem capacidade de sentir medo, embaraço, interesse ou amor.
O componente social-expressivo é o aspecto comunicativo da emoção. Através de posturas, gestos, vocalizações e expressões faciais nossas experiências particulares tornam-se expressões públicas. Enquanto expressamos uma emoção, comunicamos de maneira não-verbal de que maneira nos sentimos, e como interpretamos a situação do momento. Por exemplo, quando uma pessoa abre uma carta particular, observamos a sua fisionomia e prestamos atenção ao tom de sua voz para lermos suas emoções.
As emoções envolvem, portanto, a pessoa inteira: sentimentos, excitação corporal, senso de propósito e comunicações não-verbais.
Então podemos definir emoções como:
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fenômenos expressivos e propositivos, de curta duração, que envolvem estados de sentimento e ativação, e nos auxiliam na adaptação às oportunidades e aos desafios que enfrentamos durante eventos importantes da vida.
Uma vez que as emoções surgem em resposta aos eventos significativos de nossa vida, inclui um caminho que vai do "evento significativo da vida" à "emoção".
A emoção é o constructo psicológico que une e coordena esses quatro aspectos da experiência em um padrão sincronizado.
A emoção é aquilo que organiza os componentes sentimento, ativação, propósito e expressão em uma reação coerente a um evento provocador. Por exemplo, no caso do medo, o evento provocador poderia ser representado por encostas íngremes de esqui, ao passo que a reação inclui sentimentos, excitação corporal, desejos direcionados para uma meta e comunicações não-verbais bastante objetivas. Assim, o esquiador ameaçado sente-se apavorado (aspecto sentimento), "com o coração a mil“ (aspecto excitação corporal), com um desejo forte de autoprojeção (aspecto propositivo) e apresenta os olhos tensos e os cantos da boca repuxados (aspecto expressivo). Esses elementos sincronizados e mutuamente apoiados constituem um padrão de realidade a um perigo ambiental:
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