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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO NAS ORGANIZAÇÕES

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Por:   •  19/1/2014  •  2.273 Palavras (10 Páginas)  •  2.636 Visualizações

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Universidade Federal de santa catarina

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de psicologia

Disciplina: Psicologia da Industria I

Professora Dra Maria Chalfin Coutinho

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO NAS ORGANIZAÇÕES

Danielle Christiane T. Cascaes

Diego Garbelotti

Gabriela Goés

Maria Emília Pereira Nunes

Renato Asse Gonçalves

Florianópolis, 21 de outubro de 2009

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na observação de Sigmar Malvezzi (2007) a Psicologia Organizacional e do Trabalho se configura como “um campo especializado de conhecimentos sobre estruturas, processos e problemas situados na interface entre a saúde, a administração, a política, a engenharia e a moral, produzidas pela institucionalização do trabalho”.( Malvezzi, 2007, p. 29). Seu objeto de estudo está entre a fronteira do indivíduo, o trabalho e a sociedade, na compreensão da relação entre a institucionalização do trabalho e a vida humana como evento individual e coletivo. Desta forma, a Psicologia Organizacional e do Trabalho busca produzir conhecimentos relevantes para explicar as cadeias de causalidades nas quais o trabalho afeta a vida humana e a produção de bens, serviços e valores.

Zanelli & Bastos (2004), seguem nesse sentido ao afirmarem que a tarefa ou missão central que caracteriza o amplo espaço de atuação da Psicologia Organizacional e do Trabalho consiste em explorar, analisar e compreender como se relacionam as diferentes dimensões que caracterizam a vida das pessoas, dos grupos e das organizações, considerando um mundo cada vez mais complexo e em constante transformação, para construir a partir daí estratégias e procedimentos que visem promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.

Considerando a abrangência desse campo de atuação vemos com Sampaio (1998) a necessidade da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade que a disciplina suscita no momento de se obter uma compreensão mais ampla e sólida do seu objeto de estudo.

A Psicologia do Trabalho surgiu no fim do século XIX e início do século XX coincidindo com o despontar da Psicologia como campo de atuação. O contexto da época é a consolidação da revolução industrial e a ideologia administrativa voltada ao aparecimento da escola clássica da administração (Taylorismo). No Brasil, o desenvolvimento da psicologia aplicada ao trabalho teve sua origem no início do século XX, período no qual estavam chegando ainda mais estrangeiros no país e que estavam se juntando com os sujeitos que emigravam da zona rural, nos centros urbanos, para se tornarem a mão de obra necessária a industrialização que existia na época (Zanelli & Bastos, 2004).

Durante sua história e desenvolvimento como um todo, a Psicologia do Trabalho assumiu três diferentes faces. Primeiramente, a Psicologia Industrial concentrava-se em desenvolver teorias e aplicações voltadas para o aumento da produtividade, procurando adaptar o homem certo no lugar certo. A busca era por métodos e ferramentas para racionalizar o trabalho, aumentar a produtividade, adequar as pessoas às suas tarefas, ou seja, desenvolver a instrumentalidade requerida pela produção. Pelo fato das mudanças que ocorriam no mundo do trabalho serem poucas e lentas (se comparadas às ocorridas a partir de 1990), não era difícil prever e prescrever os comportamentos esperados tanto das organizações como dos trabalhadores (Sampaio, 1998).

Até mais ou menos a metade do século XX as intervenções dos psicólogos brasileiros esteve voltada especialmente para atividades como seleção, recrutamento, treinamento, a análise ocupacional e a avaliação de desempenho. Com isso percebe-se que a atividade do psicologo do trabalho não se diferenciava muito dos outros trabalhadores que realizavam um trabalho fragmentado, sem ter uma visão globalizada do contexto em que estavam inseridos (Zanelli & Bastos, 2004).

Ainda visando o aumento da produtividade, num segundo momento, a Psicologia Organizacional desenvolveu um instrumental teórico prático o qual permitia o surgimento de novos paradigmas estruturais e ampliou seu campo de atuação na empresa, preocupando-se com temas como a satisfação dos trabalhadores e contribuindo também em discussões sobre as estruturas das organizações. (Sampaio, 1998)

No terceiro momento, como Psicologia do Trabalho propriamente dita, se volta à saúde mental do homem que trabalha e as dimensões esquecidas, como os significados e relações de trabalho. Neste paradigma a empresa passa a ser vista como um sistema dinâmico e orgânico, o cliente passa a ser o centro dos negócios, e a motivação dos funcionários passa a estar relacionada ao atendimento de suas diversas necessidades (Kanan e Azevedo, 2006). Passa-se a enxergar o homem como sujeito desejante e seus esforços se voltam para o bem-estar humano (Sampaio, 1998).

Com estas mudanças na concepção do trabalho, trabalhador e organizações, é exigida também uma mudança do psicólogo cujas intervenções devem estar além da aplicações de técnicas. É esperado que ele seja um agente da mudança, planejando as políticas e estratégias de recursos humanos e que se faça presente nas diversas repartições da empresa visando colaborar com as necessidades organizacionais e individuais (Kanan & Azevedo, 2006).

Segundo Borges (2005) essas constantes mudanças acerca da atuação do Psicólogo Organizacional e do Trabalho é uma discussão que parece gerar divergências, além de aprimoramentos e um desejo de apropriação pelo espaço que é, sem dúvida, dever do profissional da Psicologia exercer. O conhecimento varia e, com ele, chega-se cada vez mais próximo de uma prática autêntica do Psicólogo nas organizações. O fazer do profissional, bem como o por que fazer varia conforme o enfoque adotado, Borges (2005) aprofunda três enfoques, tipos de práticas, quais sejam: o individualista; o sistêmico e; o político.

O enfoque individualista é o mais antigo e está associado em sua origem às características do modelo capitalista mais tradicional. Está, então, intimamente ligado à idéia

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