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Figuras da Loucura

Por:   •  30/9/2015  •  Resenha  •  975 Palavras (4 Páginas)  •  1.199 Visualizações

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FIGURAS DA LOUCURA

Marcelo Silva[1]

Figuras da loucura é o oitavo capítulo do livro História da Loucura, escrito por Michel Foucault, e publicado pela Editora Perspectiva, 9ª edição, 2ª reimpressão, ano 2013, págs 251 a 295.

Michel Foucault (1926-1984) foi um filosofo Francês, um dos maiores pensadores contemporâneos. Possui grande influência junto ao meio intelectual no ocidente.

Michel Foucault nasceu em Poitiers, uma pequena cidade francesa. Diplomou-se em psicologia e filosofia. Aos 28 anos, publicou o seu primeiro livro, "Doença mental e personalidade", (1954). Mas o seu grande clássico foi “História da Loucura na Idade Média” (1961), escrito para a obtenção de seu doutorado na Sorbonne.

Foucault inicia o capítulo Figuras da loucura afirmando que a loucura é negatividade que se dá numa plenitude de fenômenos. Este capítulo aborda as grandes figuras da loucura que se mantiveram ao longo da era clássica: a demência, a mania, a melancolia, a histeria ,a hipocondria e outras doenças nervosas.

O capitulo é subdividido em tópicos que apresentam características sobre essas figuras da loucura, sendo que o primeiro tópico aborda a demência. Segundo o autor, a demência é dentre todas as doenças do espírito a que está mais próxima da essência da loucura, em tudo que esta tem de negativo: desordem, erro, ilusão, não razão, não verdade e decomposição de pensamento. Foucault salienta que a demência não tem sintomas próprios, mas está aberta a todos os sintomas da loucura. As causas da demência são várias, não há como definir apenas uma, porém a característica comum é a ausência ou o funcionamento defeituoso da razão, sua impossibilidade de atingir a verdade das ideias.

Ainda nesta parte do capítulo, o autor retrata a distinção entre a demência e o frenesi, como algo fácil, pois, segundo ele, o frenesi sempre se faz acompanhar pela febre, enquanto a demência é uma doença apirética.

Segundo Foucault, o frenesi é caracterizado como inflamação, calor excessivo, queimadura dolorosa da cabeça, ebulição no corpo todo. O autor enumera algumas posições de estudiosos como La Mesnardiere, Ducan e Cullen, a respeito do frenesi. Segundo esses pesquisadores, o frenesi apresenta formas de inflamaçãonas membranas do cérebro, pode ser causado pelo sol ardente, paixões da alma e certos venenos ou até pela interrupção do curso sanguíneo no cérebro. Nesse ínterim, a demência continua abstrata e negativa. Ao final do século XVIII é exposta a ideia de Pinel que diferencia o idiota do demente: “no idiota há uma paralisia, uma sonolência de todas as funções do entendimento (...) na demência, pelo contrario, as funções essenciais do espírito pensam, mas pensam no vazio(...)”

Michel Foucault dá continuidade ao capítulo em seu segundo tópico: Mania e melancolia. Segundo o autor, os melancólicos gostam da solidão e evitam as companhias, isso os torna mais apegados ao objeto do seu delírio ou à sua paixão predominante. Entre os sintomas e manifestações da melancolia há um perfil de tristeza, negrume, lentidão e imobilidade. De acordo com Willis, a melancolia é “uma loucura sem febre nem furor, acompanhada pelo temor e pela tristeza”. Willis opõe a mania à melancolia. O espírito do melancólico é inteiramente ocupado pela reflexão, no maníaco, pelo contrário, fantasia e imaginação veem-se ocupadas por um eterno fluxo de pensamentos impetuosos.

Foucault afirma que enquanto o melancólico se fixa em um único objeto, o maníaco deforma conceitos e noções; enquanto a melancolia se faz acompanhar pela tristeza e pelo medo, a mania é acompanhada pela audácia e pelo furor. Segundo o autor, o movimento peculiar da mania é algo contínuo, violento e com gestos explosivos, o que faz com que esta seja definida como uma tensão das fibras orgânicas que torna os maníacos insensíveis, excitados e em constante delírio. Para Foucault o mundo da melancolia era úmido, pesado e frio, o da mania é seco, ardente, feito simultaneamente de violência e fragilidade. Os médicos do século XVIII não ignoram a proximidade entre a mania e a melancolia, porém afastam a afirmação de que sejam a mesma doença.

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