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Freud E Suas Contribuições Para A Euducação

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Por:   •  2/9/2013  •  7.115 Palavras (29 Páginas)  •  399 Visualizações

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Freud e a Educação (Maria Cristina Kupfer) I – Freud, aluno e mestre.

Sigmund Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 em Freiberg ( hoje Pribor), pequena cidade da Morávia, que na época, pertencia à Áustria e hoje está anexada à Tchecoslováquia. Seus pais eram judeus e a sua família bem numerosa. Era o mais velho dos oito filhos do segundo casamento de seu pai. Já contava, ao nascer, com dois meio-irmãos, mas era o preferido. Desde cedo, os pais esperavam que se tornasse um grande homem o que fez Freud desenvolver sua autoconfiança e o desejo de saber. Sua inteligência era constantemente desafiada estimulando-lhe desejo perene de compreender as coisas. Os pais jamais mediram esforços nem sacrifícios para lhe oferecer uma educação completa.

Tratava-se de um ensino cujos fundamentos eram as Humanidades. Atravessou a vida escolar com sucesso saindo com amplos conhecimentos sobre as culturas grega e latina, o aprendizado de várias línguas e com interesse pela arqueologia, que lhe fornecera, no futuro, muitas metáforas (“a escavação das camadas profundas da mente”).

Dizia que a Educação foi sua ferramenta fundamental por três motivos:

_Ascensão social na Viena da época, já que era pobre e judeu.

_A Educação lhe permitiu penetrar num círculo de vienenses cultos.

_Precisava ter acesso aos domínios do conhecimento de seu tempo para acrescentar algo.

As relações de um discípulo com seu mestre foram objeto de reflexões do próprio Freud e sua idéia básica era a de que os professores herdam as inclinações carinhosas ou agressivas antes dirigidas aos pais.

Assim que se formou Freud começou a trabalhar no laboratório de Fisiologia de Ernest Brucke, uma pessoa que inspirava respeito. Abandonou o mestre, depois de 6 anos, convencido por ele de que a pesquisa pura era adequada para aqueles que possuíam melhores recursos financeiros. Ingressou, em seguida no Hospital Geral de Viena, trabalhando em várias especialidades, destacando as relações com Meynert, um grande especialista em anatomia do cérebro. Ao afirmar que a Histeria não era um mal exclusivamente feminino, encontrou em Meynert uma grande resistência. Deixou-o para trás passando a dedicar-se ao estudo das doenças nervosas, sendo seu próprio mestre Em 1885, Freud foi a Paris para conhecer os trabalhos de Charcot, grande nome da neuropatologia, o terceiro de seus mestres.

A superação das idéias de Charcot foi inevitável por causa do advento da Psicanálise, com melhores caminhos para a tratamento da histeria. E mais uma vez se repete o movimento freudiano de superação de abandono dos mestres.

Nos anos em que trabalhou no laboratório de Brucke, Freud conheceu Joseph Breuer, um clínico geral de renome, 14 anos mais velho que ele e se tornaram grandes amigos. Em 1896, escreveram uma obra conjunta: Estudos sobre a Histeria. No entanto, discordavam num ponto: para Freud, a causa da histeria era de natureza sexual e com isto Breuer não concordava, e aos poucos os dois foram se distanciando. Como queria gerar conhecimento, Freud sabia ser necessário ser mestre de si mesmo, mas algo inconsciente o impedia e para remover impedimentos dessa ordem é preciso um analista. Encontrou-o na figura de Wilhelm Fliess, que desempenhou, sem o saber, o papel de analista, investido de autoridade e confiança, porém, sem interpretar coisa alguma. Nessa auto-análise concluiu que não precisava de professores; cabia ao seu verdadeiro pai ajudá-lo. Assim, rompeu definitivamente com os antigos mestres passando a ocupar ele próprio, um lugar de mestre, pôs fim à busca de um mestre-pai e reencontrou a si mesmo. Entretanto, ser o próprio mestre não significava ocupar o lugar do pai junto à sua mãe. Era preciso matar simbolicamente o pai, depois de admitir a superioridade dele, para poder, em seguida, ser um criador.

A partir daí, Freud torna-se chefe de uma escola e organizador de uma instituição voltada para a divulgação da Psicanálise e formação de analistas. Era um chefe terrivelmente autoritário, sendo capaz de aprender com seus pacientes, mas romper com quem o ameaçasse com idéias, que segundo ele, iriam desvirtuar a Psicanálise. Seu magnetismo, brilho e inteligência, cegavam quem dele se aproximasse. A essa força de atração entre ele e seus discípulos, Freud chamou de transferência.

II - Freud pensa na Educação.

No final do século XIX, predominavam as explicações orgânicas e psiquiátricas para doenças como as esquizofrenias, as psicoses e a histeria. Os tratamentos eram: eletroterapia, banhos, massagens, hidroterapia,, internação e hipnose. Pouco sabiam a respeito de suas causas.

A histeria é que lhe chama a atenção pelo grande número de pacientes que o procuram com vários sintomas: vômitos, alucinações visuais, contrações, paralisias parciais, perturbação de visão, ataques nervosos e convulsões. Freud queria observar, analisar e encontrar as origens daquilo.

No caso da histeria, a idéia incompatível é expulsa pelo “eu” e tornada inócua por sua transformação somática. Freud chama isso de conversão.

Se as idéias incompatíveis são quase sempre de natureza sexual, então, o que há de insuportável na sexualidade? Esta dúvida conduziu-o à Educação para averiguar qual o seu papel na condenação da sexualidade, e daí a descoberta da sexualidade infantil.

É obvio que a moral transmitida pela Educação incute no indivíduo, noções de pecado e vergonha que ele deve ter diante das práticas sexuais. Restava propor que a educação não fizesse uso abusivo de sua autoridade porque a correção educativa, embora necessária, nem por isso precisava ser excessiva.

1.As pulsões parciais.

Para entender a sexualidade infantil, Freud estudou as perversões. Descobriu que na constituição dos seres humanos estão presentes práticas de natureza perversa, que irão desaparecendo pela repressão, submetendo-se ao domínio das práticas genitais com vistas à procriação. Algumas perversões (exibicionismo, curiosidade dirigida aos órgãos genitais dos seus companheiros, prazer de sucção, prazer ligado à defecação), que permanecem no adulto são o resultado dessas perversões parciais infantis que se recusaram a cair sob o domínio da genitalidade.

A cada um desses aspectos perversos, presentes na sexualidade infantil, Freud chama de pulsões parciais. Será uma pulsão dirigida ao próprio corpo, que não buscará um outro corpo, como acontecerá por ocasião do desenvolvimento da genitalidade.

As pulsões parciais possuem caráter errático; o objeto pelo qual se satisfaz

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