Funções Cognitivas Atenção Memória Motricidade
Por: RubiaEstephaneli • 9/5/2022 • Trabalho acadêmico • 2.602 Palavras (11 Páginas) • 158 Visualizações
FACULDADE BRASILEIRA – MULTIVIX
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
FUNÇÕES COGNITIVAS
ATENÇÃO / MEMÓRIA / MOTRICIDADE
ALINIE RIBEIRO RABBI PITOMBA
JACKSEILA PEREIRA
KAROLINE OLIVEIRA DE DEUS
MYLLENA FULLY
RUBIA ESTEPHANELI ERCULINO
TATIANE SANTANA SANTOS
VILA VELHA – ES
2021
- ATENÇÃO
Segundo Luria (1981), a atenção tem caráter direcional e seletivo, ou seja, direcionamos nossa atenção ao mesmo tempo que nos mantemos vigilantes; temos a possibilidade de selecionar, priorizar, monitorar, observar, filtrar o que acontece ao nosso redor. Como acontece com a atenção sustentada também conhecida com atenção concentrada, onde o indivíduo se mantém em estado de alerta, de prontidão por um longo tempo. Respondemos a estímulos importantes e inibimos aos que não correspondem nossos interesses, intenções ou tarefas imediatas. Em outras palavras prestamos atenção ao que é bom e prazeroso.
Para Lent,2005 – Prestar atenção é focalizar a consciência, concentrando os processos mentais em uma única tarefa principal e colocando as demais em segundo plano; essa atenção também chamada de seletiva, o indivíduo direciona sua atenção para uma determinada parte do ambiente, e ignora os demais estímulos.
Existe também a atenção dividida onde o indivíduo consegue desempenhar mais de uma função simultaneamente; é capaz de prestar atenção em várias situações ao mesmo tempo. Alexandre Luria (1981) teorizou as bases biológicas da atenção como formação reticular parte superior do tronco encefálico, o córtex límbico e a região frontal. Sendo estas partes responsáveis pela manutenção do tono cortical de vigília e manifestação da reação de alerta geral.
As regiões corticais estão relacionadas com o reconhecimento seletivo de um determinado estímulo, sendo o córtex límbico, onde um determinado estímulo inibe respostas a estímulos irrelevantes. Além disso, (AFIFI; e BERGMANN 2007), citam a importância do Locus ceruleus na formação reticular localizado na porção superior da ponte e inferior do mesencéfalo, na altura do colículo inferior.
O TDAH – Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade, é um distúrbio neurocomportamental detectado na infância (APA, 2000) podendo manter-se ao longo da vida; com etiologia complexa, e fatores de natureza genética, biológica e psicossocial; caracterizado por: desatenção, hiperatividade e impulsividade. O TDAH causa problemas neurológicos, com isso pode desordenar a aquisição, retenção ou aplicação de habilidades, até conjuntos de informações específicas, dificultando a interação social e a solução de problemas. Este transtorno afeta tanto crianças quanto adultos. Por ser um transtorno do neurodesenvolvimento, e ter início na infância, estima-se uma herdabilidade média de 76% (Faraone et al., 2005); como por exemplo: crianças de pais com TDAH têm mais possibilidades de desenvolver o transtorno, o mesmo pode ocorrer em casos de crianças gêmeos idênticos caso seja afetado.
Outros fatores não genéticos, lesões encefálicas e nascimento prematuro; além de genes relacionados a função dos neurônios dopaminérgicos, são considerados anormais em pessoas com TDAH. Importante salientar que o distúrbio é caracterizado por comportamentos crônicos, com duração de no mínimo seis meses, instalando-se definitivamente antes dos sete anos (Capovilla, 2006).
De acordo com a teoria científica atual, no TDAH existe uma disfunção da neurotransmissão dopaminérgica na área frontal (pré-frontal, frontal motora, giro cíngulo) além de regiões subcorticais (estriado, tálamo mediodorsal) e a região límbico cérebral (núcleo acumbens, amígdala e hipocampo). Há trabalhos que indicam uma evidente alteração destas regiões cerebrais resultando na impulsividade do paciente (Rubia et al.,2001), além da participação de sistemas noradrenérgicos nestes invidíduos (Han e Gu, 2006).
As insuficiências nos circuitos do córtex pré-frontal e amígdala a partir da neurotransmissão das catecolaminas, resultam nos sintomas de esquecimento, distratibilidade, impulsividade e desorganização (Armsten e Li, 2005).[pic 1]
Em estudos de imagens de ressonância magnética (MRI), observou-se a diminuição da atividade neural na região frontal, córtex cingular anterior e nos gânglios da base em pacientes com TDAH (Bush et al., 1999). Por não ser uma doença e sim uma síndrome o TDAH não tem cura, contudo pode ser controlado.
Após avaliação com especialistas, o tratamento é realizado com acompanhamento de equipes multidisciplinares; abordagens psicossociais e psicofarmacológicas de acordo com o grau de sintomas apresentados. Com os pais a intervenção tem a finalidade de desmistificar o processo do tratamento, além de capacitá-los ajudando-os a serem ativos ao acompanharem o processo de melhora.
Em relação ao ambiente escolar, o objetivo é contribuir com o desenvolvimento de práticas que potencializam o que foi trabalhado em consultório. É fundamental que o indivíduo compreenda o que está acontecendo de forma que desenvolva estratégias para lidar com a questão de forma menos danosa.
Fases | Características |
Lactente | Bebê difícil, insaciável, irritado e de difícil consolo, com maior prevalência de cólicas, dificuldades de alimentação e sono. |
Pré-escolar | Atividade aumentada ao usual, dificuldades de ajustamento, teimosia, irritação e extremamente difícil de satisfazer. |
Escola elementar | Incapacidade de colocar foco, distração, impulsivo, desempenho inconsciente, presença ou não de hiperatividade. |
Adolescência | Inquieto e com desempenho inconsistente, sem conseguir colocar foco, dificuldade de memória na escola, abuso de substância, acidentes. |
Evolução clínica clássica do Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (Segundo Rohde et al, 2004).
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